A arte relacional e a participação do público: aproximações poéticas do período de 1960-70 com a 27ª Bienal de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2016v21n2p254

Palavras-chave:

Arte relacional, Público de arte, Arte contemporânea, Campo artístico

Resumo

O conceito de Estética Relacional baseia-se em uma construção poética centrada nas relações humanas e sociais e geralmente é pensada fora do ambiente das instituições artísticas. Esta prática ganha força a partir da década de 1960-70 e se destaca na poética de Hélio Oiticica, principalmente na obra Parangolé. Contudo, a conceitualização do tema acontece apenas em 1990 pelo crítico francês N. Bourriaud, que desconsidera o trabalho de Oiticica e foca suas análises em artistas europeus do final do século XX. Por fim, apesar destas intenções poéticas remeterem à década de 1960, elas foram celebradas institucionalmente no cenário brasileiro apenas em 2006, na 27ª Bienal de São Paulo. O artigo busca, desta forma, refletir sobre os desencontros conceituais e as temporalidades distintas que perpassam os três eventos mencionados.

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Biografia do Autor

Luana Hauptman Cardoso de Oliveira, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Doutoranda em História pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. 

Amélia Siegel Corrêa, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC- PR

Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo - USP. Professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR.

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Publicado

2016-12-28

Como Citar

OLIVEIRA, L. H. C. de; SIEGEL CORRÊA, A. A arte relacional e a participação do público: aproximações poéticas do período de 1960-70 com a 27ª Bienal de São Paulo. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 21, n. 2, p. 254–278, 2016. DOI: 10.5433/2176-6665.2016v21n2p254. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/27998. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos