A judicialização das relações familiares: uma análise do fenômeno na perspectiva da sociedade de risco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2016v21n1p338

Palavras-chave:

Risco, Modernidade, Judicialização

Resumo

Na contemporaneidade, a previsibilidade e a segurança das relações sociais, enquanto valores consagrados e sedimentados pela modernidade, cederam lugar à insegurança e inerentes riscos das mudanças. A insegurança, como fenômeno contemporâneo, produzido pelo avanço tecnológico, irradia os seus efeitos em todas as dimensões da vida humana, notadamente nas dimensões física, psicológica e social. Esse processo está no alicerce da percepção dos riscos como eixo-social fundamental da análise das ciências sociais. Nessa perspectiva, a forma de o indivíduo pensar e constituir a si próprio criou inúmeros avanços e possibilidades para a reconfiguração das instituições sociais. Não obstante, na vida cotidiana, com suas relações formais e informais, e com a publicização da intimidade, os indivíduos se digladiam entre a segurança do passado e as possibilidades do futuro.

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Biografia do Autor

Aloisio Ruscheinsky, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo - USP. Professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS.

Melissa Demari, Universidade de Caxias do Sul - UCS

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Professora da Universidade de Caxias do Sul - UCS.
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Publicado

2016-06-19

Como Citar

RUSCHEINSKY, A.; DEMARI, M. A judicialização das relações familiares: uma análise do fenômeno na perspectiva da sociedade de risco. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 21, n. 1, p. 338–359, 2016. DOI: 10.5433/2176-6665.2016v21n1p338. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/21205. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos