O gênero da ciência. reflexões sobre a teoria ator-rede e a perspectiva feminista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n1p69

Palavras-chave:

Teoria do ator-rede, Teoria feminista, Ciência, Gênero, Antropologia

Resumo

O presente artigo problematiza alguns dos princípios que orientam as formas descritivas da Teoria Ator-Rede (ANT), de Bruno Latour, e da teoria feminista, sobre o “ponto de vista” formulada por Sandra Harding e Evelyn Fox Keller, por meio de minha pesquisa sobre o “Caso Marie Curie”. Como um caso singular entre gênero e ciência, o objetivo desse artigo é jogar as certezas da ANT contra as incertezas da perspectiva feminista, e as certezas da perspectiva feminista contra as incertezas da ANT. Isto é, reagir – no sentido químico do verbo – às formas descritivas da Teoria Ator-Rede e da perspectiva feminista “desobviando” alguns de seus pressupostos. Trata-se de explorar as decorrências dessas reações e seus efeitos para a descrição que fazemos da ciência.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gabriel Pugliese Cardoso, Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

Doutor em Ciência Social pela Universidade de São Paulo - USP. Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF.

Referências

BUTLER, Judith. Problemas com gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

CORRÊA, Mariza. Antropólogas e Antropologia. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.

CURIE, Marie. Pierre Curie. With the autobiographical notes of Marie Curie. Nova York: Dover, 1963.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 1995. v. 1.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 1996. v. 3.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 1997. v. 4.

DELEUZE, Gilles; PARNET, Claire. Diálogos. Lisboa: Relógio D’Água, 2004.

GOLDSMITH, Bárbara. Gênio obsessivo: o mundo interior de Marie Curie. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

HARAWAY, Donna. Simians, Cyborgs, and Women: The Reinvention of Nature. Nova York: Routledge, 1991.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, 1995.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 37-130.

HARAWAY, Donna. Gênero para um dicionário marxista. Cadernos Pagu, Campinas, n. 22, p. 201-246, 2004.

HARDING, Sandra. The Science Question in Feminism. Londres: Cornell University Press, 1986.

KELLER, Evelyn Fox. Felling for the Organism: The Life and Work of Barbara MacClintock. Nova York: W. H. Freeman, 1983.

KELLER, Evelyn Fox. Reflections on gender and science. New Heaven: Yale University Press, 1985.

KELLER, Evelyn Fox; LONGINO, Helen (Org.). Feminism and Science. Oxford University Press, 1996.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo: Ed. 34, 1994.

LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: Ed. Unesp, 2000.

LATOUR, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos, Bauru: Edusc, 2001.

LATOUR, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: Edusc, 2002.

LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à Teoria Ator-Rede. Salvador-Bauru: Edufba-Edusc, 2012.

PUGLIESE, Gabriel. Um Sobrevôo no Caso Marie Curie. Um experimento de antropologia gênero e ciência. Revista de Antropologia, v. 50, p. 347-385, 2009.

PUGLIESE, Gabriel. Sobre o Caso Marie Curie. A radioatividade e a subversão do gênero. São Paulo: Alameda/Fapesp, 2012a.

PUGLIESE, Gabriel. Entre o divisível e o indivisível. O Caso Marie Curie, a composição da matéria e a política sexual. Teoria & Sociedade (UFMG), v. 18, p. 92-115, 2012b.



STENGERS, Isabelle. Para além da grande separação, tornamo-nos civilizados?. In: SANTOS, Boaventura Sousa (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente. Lisboa: Cortez, 2006.

STENGERS, Isabelle. Entre Deleuze e Whitehead. In: ALIEZ, Eric (Org.). Gilles Deuleuze: uma vida filosófica. São Paulo: Ed. 34, 2000.

STENGERS, Isabelle. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed. 34, 2002.

STENGERS, Isabelle; BENSAUDE-VINCENT, Bernadette. História da química. Portugal: Instituto Piaget, 1996.

STRATHERN, Marilyn. Cutting the Network. The Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 2, n. 3, 1996.

STRATHERN, Marilyn. No limite de uma certa linguagem (entrevista com a autora). Mana, UFRJ, v. 5, n. 2, 1999.

STRATHERN, Marilyn. O Gênero da dádiva. Campinas: Ed. Unicamp, 2006.

WHITEHEAD, Alfred North. O conceito de natureza. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Downloads

Publicado

2015-03-14

Como Citar

CARDOSO, G. P. O gênero da ciência. reflexões sobre a teoria ator-rede e a perspectiva feminista. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 20, n. 1, p. 69–88, 2015. DOI: 10.5433/2176-6665.2015v20n1p69. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/20912. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê