As colocações: forma social, sistema tecnológico, unidade de recursos naturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2012v17n1p121

Palavras-chave:

Seringal, Seringueiro, Colocação, Reserva extrativista, Amazonia

Resumo

O modo de vida nas colocações florestais é a base do conceito de Reserva Extrativista proposto pelo movimento social dos seringueiros amazônicos na década de 1980. Esse modo de vida formou-se sob o sistema hierárquico e especializado de aviamento, mas está longe de reduzir-se a ele. A colocação é uma organização social e um sistema econômico caracterizado pelo uso múltiplo de territórios florestais por uma rede de casas aparentadas, compartilhando ambientes em comum. O sistema das colocações possui o potencial para constitui-se, sob seu reconhecimento institucional como base das reservas extrativistas, no modelo de uma instituição coletiva de uso da floresta que é pouco agressiva para com a natureza e que pode proporcionar uma boa vida a seus habitantes.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Mauro William Barbosa de Almeida, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutor em Social Anthropology pela University of Cambridge - CAM. Professor da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.

Referências

ALLEGRETTI, Mary H. Os seringueiros (estudo de caso em um seringal nativo do Acre). 1979. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 1979.

ALLEGRETTI, Mary H. Submissão e revolta nos seringais: uma análise da dimensão simbólica da dominação. [S.l.], Manuscrito, 1989.

ALLEGRETTI, Mary H. Extractive reserves: an alternative for reconciling development and environmental conservation in Amazonia. In: ANDERSON, A. (ed.). Alternatives to deforestation: steps toward sustainable use of the Amazon rain forest. New York: Columbia University Press, 1990. p. 252-264.

ALMEIDA, Mauro W. B. Redescobrindo a Família Rural Brasileira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, ANPOCS - São Paulo, v. 1, n. 1, p. 66-83, jul. 1986.

ALMEIDA, Mauro W. B. Dilemas da Razão Pratica: Simbolismo, Tecnologia e Ecologia na Floresta Amazônica. Anuário Antropológico, Brasília, v. 86, p. 213-226, 1988.

ALMEIDA, Mauro W. B. As colocações como forma social, sistema tecnológico e unidade de recursos naturais. Terra Indígena, Araraquara, v. 7, n. 54, p. 29-39, 1990.

ALMEIDA, Mauro W. B. Problemas no uso da vida silvestre por seringueiros. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE MANEJO DE FAUNA SILVESTRE EN LA AMAZONIA, 1992.

ALMEIDA, Mauro W. B. Rubber tappers of the upper Jurua river: the making of a forest peasantry. 1993. Thesis (Doctoral Social Antropology) - University of Cambridge, Cambridge, 1993.

ALMEIDA, Mauro W. B. O Estatuto da Terra e As Reservas Extrativistas. Reforma Agrária, v. 25, n. 1, p. 153-168, 1995.

ALMEIDA, Mauro W. B. Direitos à floresta e ambientalismo: os seringueiros e suas lutas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 19, n. 55, p. 34-53, 2004.

ALMEIDA, Mauro W. B.; PANTOJA FRANCO, Mariana C. Justiça local nas reservas extrativistas. Raízes, Campina Grande, v. 23, n. 1-2, p. 27-41, 2005.

AQUINO, Terri Vale de. De seringueiro caboclo a peão acreano. 1977. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 1977.

BAKX, Keith. Peasant formation and capitalist development: the case of Acre, south-west Amazonia. 1986. Tese (Doutorado em Filosofia) - University of Liverpool, United Kingdom, 1986.

BAKX, Keith. From proletarian to peasant: rural transformation in the State of Acre, 1870-1986. Journal of Development Studies, United Kingdom, v. 24, n. 2, p. 141- 60, 1988.

BODMER, Richard E., FANG, Tula G. & IBANEZ, Luis M. 1988. Primates and ungulates: a comparison of susceptibility to hunting. Primate Conservation. n. 9, p.79- 80, 1988.

BODMER, Richard E.; FANG, Tula G.; IBANEZ, Luis M. Ungulate management and conservation in the peruvian Amazon. Biological Conservation. n. 45, p. 303-10, 1988.

BOEKE, Julius Herman. Economics and economic policy of dual societies. New York: Institute of Pacific Relations, 1953.

BROWN, Keith S. Parecer ecológico... Relatório a pedido da Procuradoria Geral da Republica. Manuscrito, 1991.

BUNKER, Stephen G. Underdeveloping the Amazon: extraction, unequal exchange, and the failure of the modern state. Urbana and Chicago: The University of Illinois Press, 1985.

CARNEIRO, Manuela Da Cunha M; ALMEIDA, Mauro W. B. A enciclopédia da floresta. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CHAYANOV, Aleksander. V. On the theory of peasant economy. Wisconsin: The University of Wisconsin Press, 1986.

DASGUPTA, P. S.; HEAL, G. M. Economic theory and exhaustible resources. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.

DESCOLA, Philippe. La nature domestique. Paris: Maison des Sciences de L’Homme, 1983.

DIAS, Carla de Jesus; ALMEIDA, Mauro W. B. A floresta como mercado: caça e conflitos na Reserva Extrativista do Alto Juruá – Acre. Boletim Rede Amazônica, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 9-27, 2004.

DUARTE, Elio G. Conflitos pela terra no Acre. Rio Branco: Casa da Amazônia, 1987.

ELLIS, Frank. Peasant economics: farm households and agrarian development. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1959.

HECHT, Susanna; COCKBURN, Alexander. The fate of the forest: developers, destroyers and defenders of the Amazon. New York: Verso, 1991.

HECHT, Susanna; SCHWARTZMAN, Stephen. The good, the bad and the ugly: amazonian extraction, colonist agriculture, and livestock in comparative perspective. Manuscrito, 1988.

HECHT, Susanna, NOORGARD, Richard; POSSIO, Giorgio. The economics of cattle ranching in eastern Amazonia. Interciencia, Caracas, v. 13, n. 5, 1988.

HECHT, Susanna. Environment, development and politics: capital accumulation and the livestock sector in eastern Amazonia. World Development, v. 13, n. 6, p. 663-84, 1985.

IBGE. IX Recenseamento geral do Brasil – 1980. Censo demográfico – Mão de obra. Acre. Rio de Janeiro, IBGE, 1983a. v. 1, tomo 5, n. 3.

IBGE. IX Recenseamento geral do Brasil – 1980. Censo agropecuário. Acre. Rio de Janeiro, IBGE, 1983b. v. 2, tomo 3, n. 3.

IBGE. Censo agropecuário – 2006: resultados preliminares. Rio de Janeiro: IBGE, 2006a.

IBGE. Censo agropecuário – 2006: agricultura familiar: primeiros resultados: Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Rio de Janeiro: IBGE, 2006b.

MARTINS, José de Souza. O poder do atraso. São Paulo: Hucitec, 1994.

PANTOJA FRANCO, Mariana C. et al. Botar roçados. In: CARNEIRO, da Cunha M Manuela; ALMEIDA, Mauro W. B. A enciclopédia da floresta. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

POSTIGO, Augusto de Arruda. A terra vista do alto: usos e percepções acerca do espaço entre os moradores ro rio Bagé, Acre. 2010. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.

RAMOS, Rossano Marchetti. Estratégia de caça e uso de fauna na reserva extrativista do Alto Juruá-Ac. 2005. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

SMITH, Maira; VIDALENC, Daniela. A percepção de vegetais pela população local no alto Rio Tejo. São Paulo, 1997. Relatório de Iniciação Científica para a FAPESP.

TAUSSIG, Michael. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem. Petrópolis: Paz e Terra, 1993.

TEIXEIRA, Carlos. O aviamento e o barracão na sociedade do seringal. 1980. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade de São Paulo. São Paulo, 1980.

Downloads

Publicado

2012-03-18

Como Citar

ALMEIDA, M. W. B. de. As colocações: forma social, sistema tecnológico, unidade de recursos naturais. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 17, n. 1, p. 121–152, 2012. DOI: 10.5433/2176-6665.2012v17n1p121. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/2012.v17n1p121. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê