Vontades e leis naturais – liberdade e determinismo no positivismo comtiano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n1p307

Palavras-chave:

Augusto Comte, Determinismo, Liberdade, Vontade

Resumo

Nas Ciências Sociais, “positivismo” de modo geral implica naturalismo, objetivismo e determinismo. Para Comte, porém, as leis naturais são compatíveis com subjetividade e historicidade, pois (1) pressupõe-se a intervenção humana; (2) a Sociologia é uma das mais complexas ciências e é uma das mais modificáveis em suas aplicações e manifestações concretas; (3) a posição da Sociologia permite-lhe modificar métodos e teorias das Ciências Naturais. Assim, há vínculos entre Epistemologia, Sociologia e política prática, em particular via “liberdade de ação”, o que resultaria na dicotomia determinismo-vontade. Interessa aí o conceito comtiano de “vontade positiva”: vista inicialmente como teológico-metafísica, a idéia de vontade foi introduzida na fase mais madura de Comte, em que a preocupação era elaborar os termos concretos da intervenção humana na sociedade e no mundo. Dessa forma, o presente artigo apresentará as etapas do conceito comtiano de “vontade”, conforme exposto acima.

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Biografia do Autor

Gustavo Biscaia Lacerda, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Doutor em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Professor da Universidade Federal do Paraná - UFPR.

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Publicado

2015-03-14

Como Citar

LACERDA, G. B. Vontades e leis naturais – liberdade e determinismo no positivismo comtiano. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 20, n. 1, p. 307–337, 2015. DOI: 10.5433/2176-6665.2015v20n1p307. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/19818. Acesso em: 19 abr. 2024.

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Artigos