Para alimentar o mundo: modificações genéticas, (in) segurança alimentar e os riscos para a saúde humana e ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2012v17n2p272

Palavras-chave:

Trangênicos, Segurança alimentar, Biotcnologia, Epistemologia

Resumo

Neste trabalho pretende-se tecer breves reflexões acerca da segurança alimentar face à utilização das chamadas “tecnologias transgênicas” que marcaram a Nova Revolução Verde (a 2º R.V.) desde a década de 1990. No cerne do debate está uma crítica epistemológica aos paradigmas que projetam na relação do humano com a natureza (aqui destacada pela produção de alimentos) ideários de produtividade, dominação e de livre manipulação do meio-ambiente. Os benefícios emergentes de tais práticas nos discursos econômicos e políticos contrastam com os indícios de riscos à saúde humana ancorados em testes científicos: mais do que um movimento humanitário de “combate à fome”, as políticas atuais de segurança alimentar vêm se apresentando como resultado prático de uma leitura [cientificista] da realidade tributária de paradigmas fundamentados em outras formas (proto)capitalistas do passado, como o colonialismo/imperialismo. Para entender este fenómeno de forma ampla, uma crítica epistemológica faz-se imperativa.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

J. Flávio Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP

Doutor em Pós-colonialismos e Cidadania Global pela Universidade de Coimbra - UC. 

Referências

ALMEIDA, Cláudio. Racionalidade epistêmica e o paradoxo de moore. Veritas, Porto Alegre, v. 54, n. 2, p. 48-73, maio/ago. 2009.

AMOS, Brit. Death of the bees. genetically modified crops and the decline of bee colonies in North America. Global Research - Centre for Research on Globalization. Aug. 2011.

ANDRIOLI, Antônio Inácio. O escândalo da liberação de transgênicos no Brasil. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, n. 82, p. 1-3, mar. 2008.

ENTENDA a crise dos alimentos. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2008/crisedosalimentos/. Folha Online, 25 abr. 2008.

EUROPEAN COMMISSION. A decade of EU-funded GMO research (2001-2010). Brussels: European Commission, 2010.

EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY - EFSA. Safety and nutritional assessment of GM plants and derived food and feed: the role of animal feeding trials”: report of the EFSA GMO panel working group on animal feeding trials. Food and Chemical Toxicology, Oxford, n. 46, p. 52–70, 2008.

GENETICALLY engineered food: an overview. Washington: Food & Water Watch, 2012.

GOETTLICH, Paul. Will genetically engineered foods feed the world? 2006.

HOFFMANN, Rodolfo. Pobreza, insegurança alimentar e desnutrição no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 24, p. 159-172, 1995.

KNEEN, Brewster. Restructuring food for corporate profit: the corporate genetics of Cargill and Monsanto. Agriculture and Human Values, Netherlands, n. 16, p. 161-167, 1999.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

MALATESTA, Manuela et al. A long-term study on female mice fed on a genetically modified soybean: effects on liver ageing. Histochemistry and Cell Biology, Berlin, v. 130, n. 5, p. 967-977, 2008.

MALUF, Renato Sergio Jamil. Segurança alimentar e nutricional. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

MONSANTO COMPANY. Backgrounder: glyphosate and standard toxicology studies, 2002.

MONSANTO COMPANY. Backgrounder: summary of human risk assessment and safety evaluation on Glyphosate and Roundup Herbicide. 2005.

NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES. Safety of genetically engineered foods: approaches to assessing unintended health effects. Washington: National Academies Press, 2004.

ROESSING, Antônio Carlos; LAZZAROTTO, Joelsio José. Soja transgênica no Brasil: situação atual e perspectivas para os próximos anos. Londrina: Embrapa, 2004.

SANTOS, Boaventura de Sousa. et al. (org.). Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Porto: Afrontamento, 2004.

SCHIEBINGUER, Londa. Lost knowledge, bodies of ignorance, and the poverty of taxonomy as illustrated by the curious fate of flos pavonis, an abortifacient. In: JONES, Caroline; GALISON, Peter (ed.). Picturing science, producing art. New York:
Routledge, 1998. p. 125-144.

SÉRALINI, Gilles-Eric; CELLIER, Vendomois; DOMINIQUE, Jöel Spiroux. New analysis of a rat feeding study with a genetically modified maize reveals signs of hepatorenal toxicity. Archive of Environmental Contamination and Toxicology, New York, v. 52, n. 4, p. 596-602, may 2007.

SHRADER-FRECHETTE, Kristin. Property rights and genetic engineering: developing nations at risk. Science and Engineering Ethics, England, v. 11, n. 1, p. 137-149, 2005.

VECCHIO, L. et al. Ultrastructural analysis of testes from mice fed on genetically modified soybean. European Journal of Histochemistry, Pavia, v. 48, p. 449–454, 2004.

WILLIAMS, Gary M.; KROES, Robert; MUNRO, Ian C. Safety evaluation and risk assessment of the herbicide roundup and its active ingredient, glyphosate, for humans. Regulatory Toxicology and Pharmacology, New York, v. 31, p. 117-165, 2000.

Downloads

Publicado

2012-12-31

Como Citar

FERREIRA, J. F. Para alimentar o mundo: modificações genéticas, (in) segurança alimentar e os riscos para a saúde humana e ambiental. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 17, n. 2, p. 272–289, 2012. DOI: 10.5433/2176-6665.2012v17n2p272. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/14033. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos