Velhas benzedeiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2012v17n2p126

Palavras-chave:

Benzimento, Cura, Oralidade, Velhice

Resumo

Este artigo versa sobre a permanência da benzeção praticada por velhas residentes no litoral do Estado do Paraná. Por meio da história oral, quatro mulheres discorreram sobre suas vidas e seus ofícios, permitindo pensar tanto sobre o benzimento quanto sobre a velhice na atualidade. Elas acreditam que receberam um “dom divino” e dedicam boa parte de seu tempo e energia para curar doenças, males do corpo e da alma. Por meio de suas vozes, encontrei a possibilidade de registrar uma atividade que faz parte da cultura imaterial e que pode desaparecer em muitos lugares. Ademais, o modo de vida dessas mulheres reforça a afirmação de que a velhice no século XXI abrange múltiplas práticas e expressões.

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Biografia do Autor

Marisete Terezinha Hoffmann-Horochovski, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Professora da Universidade Federal do Paraná - UFPR.

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Publicado

2012-12-31

Como Citar

HOFFMANN-HOROCHOVSKI, M. T. Velhas benzedeiras. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 17, n. 2, p. 126–140, 2012. DOI: 10.5433/2176-6665.2012v17n2p126. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/14025. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê