Classificação de jogos eletrônicos como tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual

Autores

  • Claudio Gonçalves Bernardo Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI) http://orcid.org/0000-0003-1096-7701
  • Cláudio Gottschalg Duque Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI)
  • Tomas Roberto Cotta Orlandi Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI) http://orcid.org/0000-0002-1926-4845
  • Alexandre Mori Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI) http://orcid.org/0000-0002-9922-5888

DOI:

https://doi.org/10.5433/1981-8920.2020v25n1p141

Palavras-chave:

Classificação da Informação, Pessoa com Deficiência Visual, Jogos Eletrônicos, Tecnologia Assistiva

Resumo

Introdução: classificação da informação pertence a uma das categorias fundamentais da Ciência da Informação. Estudos sobre questões relacionadas à organização da informação são essenciais porque geram reflexões sobre a informação como coisa, um objeto a ser alcançado. Objetivo: propor a classificação de jogos eletrônicos que serve como tecnologia assistiva para a pessoa com deficiência visual, para ampliar a justificativa do uso de jogos como fonte de informação e recurso de apoio à apropriação da informação em contextos de aprendizados. Metodologia: Foi retirada a polissemia em nomes e classes de jogos eletrônicos pesquisados, foram identificados conceitos sobre jogos eletrônicos em pesquisa bibliográfica nos últimos 4 anos. Foi realizada uma diferenciação do jogo desenvolvido para entretenimento e o jogo desenvolvido para ser tecnologia assistiva para pessoa com deficiencia visual. Foi criada uma organização de cada estilo de jogo nos respectivos agrupamentos. Resultados: foi gerada uma classificação de jogos eletrônicos para as pessoas com deficiência visual. Além de apresentar a classificação o artigo chama a atenção para uma discussão social, posto que é um dos papeis da Ciência da Informação. Conclusões: A proposta não pretende criar um rótulo sobre a informação mas facilitar a compreensão de informação formatada para a pessoa com deficiencia visual.  Por se tratar de uma linguagem documentária pode ser aproveitada como catálogo de jogos eletrônicos disponíveis ao usuário pessoa com deficiencia visual, fomentar o diálogo sobre a informação que pode ser disponibilizada a partir do uso desses artefatos e servir de instrumento de transformação da sua realidade social.

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Biografia do Autor

Claudio Gonçalves Bernardo, Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI)

Doutorando em Ciências da Informação na UnB / FCI; Mestre em Engenharia de Computação, IPT/SP; Graduado em Economia pelo FITO; Graduado em Pedagogia pela UERJ; Especialista em Análise de Sistemas; Professor de graduação e pós-graduação desde 2003; Gerente de Projetos; Especialista Mainframe; Instrutor de cursos in Company. Atua com desenvolvimento de projetos de sistemas em instituições de grande porte desde 1988.

Cláudio Gottschalg Duque, Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI)

Graduação em Licenciamento em Letras habilitação em Português e Alemão, UFMG (1994), mestrado em Psicolinguística no Programa de Pós-Graduação em Estudos Lingüísticos pela UFMG (1998), doutorado-sanduíche em Linguística Computacional no Angewandte Sprachwissenschaft und Computerlinguist - Justus-Liebig-Universität Giessen (2004) e doutorado em Produção e Gestão da Informação no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Escola de Ciência da Informação (2005). Professor Adjunto da Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (FCI-UnB) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informacao (PPGCINF-UNB).

Tomas Roberto Cotta Orlandi, Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI)

Doutorando em Ciências da Informação na UnB/FCI, Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação pela Universidade Católica de Brasília (2002), Especialista em Governança de TI pela UNB (2007), Especialista em Engenharia de Software pela Universidade Católica de Brasília (1990) e graduação em Tecnólogo em Processamento de Dados pela Universidade Católica de Brasília (1985). Professor de graduação nas áreas de análise de sistemas e modelagem de dados. Professor de pós-graduação nas áreas de Gerenciamento de Projetos, BSC voltado para TI e Engenharia de Software. Ministra cursos e palestras em várias instituições acadêmicas e empresarias, públicas e privadas.  

Alexandre Mori, Universidade de Brasilia (UnB)/Faculdade de Ciência da Informação(FCI)

Possui mestrado em Ciência da Informação pela UNB (2009), especialização em Análise e Projeto de Sistemas de Informação pela UFG (2002) e graduação em Tecnologia de Processamento de Dados pela Sociedade Objetivo de Ensino Superior (1996). É professor na UPIS e analista de sistemas na CAESB.

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Publicado

2020-04-01

Como Citar

Bernardo, C. G., Duque, C. G., Orlandi, T. R. C., & Mori, A. (2020). Classificação de jogos eletrônicos como tecnologia assistiva para pessoas com deficiência visual. Informação & Informação, 25(1), 141–170. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2020v25n1p141

Edição

Seção

Artigos