Pera mim guardai o dinheiro: alcoviteiras na dramaturgia quinhentista portuguesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2018v21.e33306

Palavras-chave:

Auto de Guiomar do Porto, Celestina, Literatura dramática quinhentista portuguesa.

Resumo

Na dramaturgia ibérica quinhentista, figuras de Celestinas são presenças constantes nos enredos de textos dramáticos farsescos que envolvem casamentos. Todavia, embora o casamento estruture a mecânica dramática de mais de um terço dos quinze autos anônimos portugueses quinhentistas recentemente editados pelo professor José Camões, somente em uma das obras, o Auto de Guiomar do Porto, aparece a figura da Alcoviteira. Tendo em vista essas questões, buscar-se-á analisar a presença da figura celestinesca no Auto de Guiomar do Porto, observando seu papel na economia narrativa do auto.

Biografia do Autor

Márcio Ricardo Coelho Muniz, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Professor de Literatura Portuguesa pela  Universidade Federal da Bahia - UFBA 

Referências

ALMEIDA, Isabel. Aulegrafia: “rascunho da vida cortesã”, “largo discurso da cortesania vulgar”. Península Revista de Estudos Ibéricos, n. 2, p. 201-218, 2005.

ANÔNIMO. Auto de Guiomar do Porto. Teatro português do século XVI. Ed. de José Camões. Lisboa: INCM, 2007, 219-258. Versão eletrônica: Centro de Estudos de Teatro. Teatro de Autores Portugueses do séc. XVI – Base de dados textual . Disponível em: http://www.cet-e-quinhentos.com. Acesso em: 31,mar 2018.

BERARDINELLI, Cleonice. Personagens femininas no teatro de Gil Vicente. Revista Convergência Lusíada, Rio de Janeiro, n. 12, p. 200-218, 1995.

BISHOP-SÁNCHEZ, Kathryn. Por detrás das alcoviteiras: prostituição e libertinagem na obra de Gil Vicente. IN; BISHOP-SÁNCHEZ, Kathryn. Gil Vicente 500 anos depois. Actas do Congresso Internacional. Centro de Estudos de Teatro/INCM, 2003, v. 2, p. 9-24.

BOTTA, Patrizia. La magia em La Celestina. Dicenda. Cuadernos de Filología Hispánica, Madrid,p. 37-67, n. 12, 1994.

CAMÕES, José. Introdução. Teatro português do século XVI. Ed. de José Camões. Lisboa: INCM,2007. t. 1, p. 07-32.

CAMÕES, José. Introdução. Teatro português do século XVI. Ed. de José Camões. Lisboa: INCM, 2010. t. 3, p. 07-27.

CARO BAROJA, Julio. Las Brujas y su mundo. Madrid: Alianza Editorial, 1992.

COELHO, Nelly Novaes. As alcoviteiras vicentinas. Revista Alfa, Araraquara-SP, n. 4, p. 83-105, 1963.

LIDA DE MALKIEL, María Rosa. La originalidade artística de La Celestina. Buenos Aires: Eudeba, 1962.

MUNIZ, Márcio R. C.. O natural é milhor/ no representar das farsas: reflexões sobre o cânone da dramaturgia portuguesa do século XVI. In: COSTA, Veronica; WANKLER, Cátia; RIOS, Otávio (Orgs.) Entre dois fins de século: estudos de literatura portuguesa. Campinas: Mercado Aberto, 2015, p. 173-188.

MUNIZ, Márcio R. C. Más allá de Gil Vicente: consideraciones sobre el canon del drama português em el siglo XVI.In: ZUGASTI, Miguel; OLIVEIRA, Ester Abreu; CASER, Mirtis (Editores) El teatro barroco: textos e contextos. Vitória: PPGL/AITENSO, 2014. p. 59-77

PALLA, Maria José (Coord. e Org.). Dicionário das personagens do teatro de Gil Vicente. Lisboa: Chiado Editora, 2014.

POCIÑA LOPEZ, Andrés José. Algumas notas sobre a feitiçaria na obra de Gil Vicente, no contexto das práticas mágicas europeias. Revista Leituras, Lisboa, n. 11, p. 121-139, 2002.

RESENDE, Maria Luísa de Oliveira. “O demo lhes ensina tanto”. A alcoviteira nas comédias de Jorge Ferreira de Vasconcelos. Revista Portuguesa de Humanidades, Porto, n. 20-2, p. 37-50, 2016.

ROJAS, Fernando de. A Celestina. Trad. E notas de José Bento. Lisboa: Assírio e Alvim, 1988.

SARAIVA, António José; LOPES, Óscar. História da Literatura Portuguesa. Porto: Editora Porto, 1982 [1955].

SEVILLA ARROYO, Florencio. Amor, magia y tempo em La Celestina. Celestinesca, n. 33, p. 173-214, 2009.

TEYSSIER, Paul. A língua de Gil Vicente. Lisboa: INCM, 2005 [1959].

VASCONCELOS, Jorge Ferreira de. Comédia Aulegrafia. Centro de Estudos de Teatro. Teatro de Autores Portugueses do séc. XVI – Base de dados textual . Disponível em: http://www.cet-e-quinhentos.com. Acesso em: 31,mar 2018.

VASCONCELOS, Jorge Ferreira de. Comédia Eufrosina. Centro de Estudos de Teatro. Teatro de Autores Portugueses do séc. XVI – Base de dados textual. Disponível em: http://www.cet-e-quinhentos.com. Acesso em: 31,mar 2018.

VASCONCELOS, Jorge Ferreira de. Comédia Ulissipo. Centro de Estudos de Teatro. Teatro de Autores Portugueses do séc. XVI – Base de dados textual. Disponível em: http://www.cet-e-quinhentos.com. Acesso em: 31,mar 2018.

VICENTE, Gil. As obras de Gil Vicente. Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da universidade de Lisboa/INCM, 2002. 5 v.

Downloads

Publicado

2018-06-24

Como Citar

Muniz, M. R. C. (2018). Pera mim guardai o dinheiro: alcoviteiras na dramaturgia quinhentista portuguesa. Estação Literária, 21, 177–187. https://doi.org/10.5433/el.2018v21.e33306

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático