O jogo da quadratura em "O imortal": uma interpretação heideggeriana do conto de Borges (a partir do poema "No azul sereno...", de Hölderlin

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2017v20.e30645

Palavras-chave:

Friedrich Hölderlin, Jorge Luis Borges, Morte, Ontologia

Resumo

A partir do encontro da filosofia de Martin Heidegger com a literatura fantástica de Jorge Luis Borges, pretendemos, aqui, apresentar a noção de jogo (Spiel) da quadratura como constituinte da relação homem-mundo, a fim de explicar a questão da relação entre mortais e imortais no conto “O imortal”, de Borges. Partimos de uma explanação de conceitos da fase tardia da obra de Heidegger, para, em seguida, trazer a interpretação heideggeriana do poema “No azul sereno…”, de Friedrich Hölderlin, a fim de compreender uma das fontes da reflexão heideggeriana. Por fim, procederemos à leitura do conto de Borges, com a obra de Heidegger como chave interpretativa.

Biografia do Autor

Maurício Fernando Pitta, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Mestrando em Filosofia Contemporânea pela Universidade Estadual de Londrina - UEL

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: Il potere sovrano e la nuda vita. Torino: Piccola Biblioteca Einaudi, 2005.

AGAMBEN, Giorgio. Il linguaggio e la morte: Um seminario sul luogo della negatività. Torino: Piccola Biblioteca Einaudi, 2008.

ARISTÓTELES. Poética. Trad. e comentários de Eudoro de Sousa. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003. p. 103-148.

ASAS do Desejo. Der Himmel über Berlin. Direção de Wim Wenders. Alemanha; França: Argos Films/Road Movies Filmproduktion/Westdeutscher Rundfunk, 1987; São Paulo: Europa Filmes, 2007. DVD (127 min.)

BEAUFRET, Jean. Hölderlin e Sófocles. Trad. de Anna L.A. Coli e Maíra N. Passos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

BORGES, Jorge Luis. El inmortal. In: BORGES, Jorge Luis . El Aleph. Madrid: Alianza Editorial, 2010, p. 7-31.

BORGES, Jorge Luis. História da eternidade. Trad. de Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

COLLI, Giorgio. A sabedoria grega III: Heráclito. Trad. de Renato Ambrosio. São Paulo: Paulus, 2013. (Coleção Philosophica)

FINK, Eugen. Le jeu comme symbole du monde. Trad. De Hans Hildenberg e Alex Lindenberg. Paris: Les Éditions de Minuit, 1966.

GROPIUS, Walter. Manifesto of the Staatliches Bauhaus in Weimar, 1919. Disponível em: http://bauhaus-online.de/en/atlas/das-bauhaus/idee/manifest, Acesso em: 31 jan. 2016.

HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. 4 ed. Trad. de Márcia S.C. Schuback e Emmanuel Carneiro Leão. Bragança Paulista: Edusf; Petrópolis: Vozes, 2008a.

HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. In: HEIDEGGER, Martin. Marcas do caminho. Trad. de Enio P. Giachini e Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2008b, p. 326-376.

HEIDEGGER, Martin. Conceitos fundamentais da metafísica: mundo – finitude – solidão. Trad. de Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015a.

HEIDEGGER, Martin. Conferências e escritos filosóficos. Trad. e notas de Ernildo Stein. São Paulo: Nova Cultural, 2000. (Col. “Os Pensadores”)

HEIDEGGER, Martin. Contribuições à filosofia (Do Acontecimento Apropriador). Trad. de Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Via Verita, 2015b.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 2 ed. Trad. de Emmanuel C. Leão, Gilvan Fogel e Márcia S.C. Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001.

HEIDEGGER, Martin; FINK, Eugen. Heraclitus seminar. Trad. de Charles H. Seibert. Evanston: Northwestern University Press, 1993.

HEIDEGGER, Martin. Heráclito: a origem do pensamento ocidental: lógica: a doutrina heraclítica do lógos. Trad. de Marcia S.C. Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998.

HEIDEGGER, Martin. Hinos de Hölderlin. Trad. de Lumir Nahodil. Lisboa: Instituto Piaget, 2004.

HEIDEGGER, Martin. On the way to language. Trad. de Peter D. Hertz e Joan Stambaugh. San Francisco: HarperCollins Publishers, 1982.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad., org., notas etc. de Fausto Castilho. Campinas: Unicamp; Petrópolis: Vozes, 2012. (Col. Multilíngues de Filosofia Unicamp)

HÖLDERLIN, Friedrich. Hipérion ou o eremita na Grécia. Trad. de Marcia S.C. Schuback. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Observações sobre Édipo; Observações sobre Antígona. Trad. de Pedro Süssekind e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

HEIDEGGER, Martin. Poemas. Trad. de José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

MACHADO, Roberto. O nascimento do trágico: de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

MALPAS, Jeff. Heidegger’s Topology: Being, Place, World. Cambridge: MIT, 2006.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia, ou Helenismo e pessimismo. Trad. de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

SCHMIDT, Dennis J. Between word and image: Heidegger, Klee, and Gadamer on Gesture and Genesis. Indianapolis: Indiana University Press, 2013.

SÓFOCLES. Édipo Rei. In: SÓFOCLES. A trilogia tebana. Trad. de Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p. 19-99.

TISNADO, Yazmin. El ser para la muerte. Entre Heidegger y Borges. Reflexiones Marginales, Ciudad de México, Disponível em : http://reflexionesmarginales.com/3.0/el-ser-para-la-muerte-entre-heidegger-y-borges/, Acesso em: 10 fev. 2016, ISBN 2007-8501.

Downloads

Publicado

2017-12-01

Como Citar

Pitta, M. F. (2017). O jogo da quadratura em "O imortal": uma interpretação heideggeriana do conto de Borges (a partir do poema "No azul sereno.", de Hölderlin. Estação Literária, 20, 119–141. https://doi.org/10.5433/el.2017v20.e30645

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático