Limite, literatura, lagosta: a “Crônica” de David Foster Wallace

Autores

  • Patrícia Trindade Nakagome Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2013v11.e28290

Palavras-chave:

David Foster Wallace, Crônica, Contemporaneidade, Leitor

Resumo

Analisaremos o texto “Pense na lagosta” (2004) do escritor estadunidense David Foster Wallace. Através de uma leitura focada na construção do leitor, mostraremos como, apesar de a crônica não ter tanta representatividade fora do país, é um gênero que pode, por seu caráter híbrido e flexível, dar conta de uma escrita marcada por simplicidade e complexidade. Com olhar atento para um aspecto pontual da realidade, o autor consegue revelar as sombras da contemporaneidade, indicando como os leitores se envolvem nela através de difíceis escolhas morais cotidianas, como sujeitar um ser vivo ao sofrimento apenas para a satisfação sofisticada do paladar.

Biografia do Autor

Patrícia Trindade Nakagome, Universidade de São Paulo - USP

Doutoranda em Teoria Literária e Literatura Comparada  pela Universidade de São Paulo - USP

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Publicado

2013-09-15

Como Citar

Nakagome, P. T. (2013). Limite, literatura, lagosta: a “Crônica” de David Foster Wallace. Estação Literária, 11, 326–341. https://doi.org/10.5433/el.2013v11.e28290

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático