Intervenção enunciativa como vontade de potência nietzscheana: o personagem que contesta o narrador onisciente em “A barca ou nova visita a Veneza" de Julio Cortázar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2014v14.e25888

Palavras-chave:

Vontade de potência, Manuscrito, Reescrita, Julio Cortázar

Resumo

O artigo objetiva compreender como Julio Cortázar, ao propor uma estética de revisão para seu conto “A barca” (1944), acaba por construir uma metáfora da vontade de potência nietzscheana quando, finalmente, o concluio com o título de “A barca ou nova visita a Veneza” (1966). Com a crítica literária pelo viés da filosofia nietzscheana, o artigo conclui que as falas em primeira pessoa de Dora, que irrompem na versão final, causam uma reinterpretação do conto, pois ela traz à cena motivações ignoradas pelo narrador onisciente do manuscrito. Com isso, Dora arranha com sua vontade de potência um discurso que se desejava neutro.

 

Biografia do Autor

Humberto Fois Braga, Universidade Federal de Juiz de Fora = UFJF

Doutorando em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

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Publicado

2014-05-10

Como Citar

Braga, H. F. (2014). Intervenção enunciativa como vontade de potência nietzscheana: o personagem que contesta o narrador onisciente em “A barca ou nova visita a Veneza" de Julio Cortázar. Estação Literária, 14, 84–96. https://doi.org/10.5433/el.2014v14.e25888

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático