Linguagem, memória e processo na dramaturgia de Nelson Rodrigues

Autores

  • José Francisco Quaresma Soares da Silva Universidade Estadual de Londrina
  • Edina Regina Pugas Panichi Universidade Estadual de Londrina - UEL https://orcid.org/0000-0002-3887-7946

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2018v18n2p169

Palavras-chave:

Dramaturgia, Linguagem, Memória.

Resumo

Nelson Rodrigues renovou tanto a linguagem dramatúrgica brasileira quanto a cena teatral, a partir da potência de seus textos dramáticos. Em sua escrita, vê-se a identificação de princípios que transmutam da vida para a obra e, por conseguinte, ao palco, ou, ainda, crônicas e contos a servir de base ao eixo dramático e caracteres de personagens de vários de seus textos. Neste estudo, embasados nas postulações de Magaldi (2010), Faria (2013), Preti (2004, 2006), Salles (2006, 2008), dentre outros, apresentamos um panorama estético e poético, revelador de traços do processo de criação do autor, que na imbricação de aspectos memorialistas e ficcionais e o fértil trânsito do gênero narrativo para o dramático, engendra uma linguagem nova e particular, que se institui revolucionária na estruturação do pensamento e nos temas abordados. Na busca pela concretização das questões enunciadas, utilizamos o texto de A falecida, escrita e encenada em 1953, já sob a influência criativa de A vida como ela é..., coluna diária de contos estreada em 1951, detentora de enorme sucesso, por dez anos, no jornal Última Hora.

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Biografia do Autor

José Francisco Quaresma Soares da Silva, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Estudos da Linguagem - PPGEL/UEL. Professor Efetivo do Instituto Federal do Paraná Campus Jacarezinho.

Edina Regina Pugas Panichi, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP. Docente Sênior do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem - PPGEL.

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Publicado

30-12-2018

Como Citar

SILVA, J. F. Q. S. da; PUGAS PANICHI, E. R. Linguagem, memória e processo na dramaturgia de Nelson Rodrigues. Entretextos, Londrina, v. 18, n. 2, p. 169–197, 2018. DOI: 10.5433/1519-5392.2018v18n2p169. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/34247. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos