Considerações sobre a imitação entre jovens e crianças cegas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2016v7n1p20

Palavras-chave:

educação especial, imitação, cegueira, corpo

Resumo

O artigo investiga a imitação entre jovens e crianças cegas. A pesquisa foi realizada como um mosaico no tempo já que as considerações de campo foram extraídas de dois domínios: da experiência profissional com a estimulação precoce de bebês cegos e de dispositivo de intervenção com jovens cegos e com baixa visão, com idades entre 13 e 18 anos. Afirmando o caráter situado do conhecimento, a pesquisa indica que a imitação entre jovens cegos pode ser uma das vias de criação de um mundo comum entre cegos e videntes. A imitação entre jovens cegos é um processo que envolve múltiplas sensorialidades, exige experimentação do corpo e redunda numa transformação recíproca, tanto do cego quanto do vidente. O trabalho conclui com a indicação do caráter singular da imitação e, ao mesmo tempo, com a afirmação da sua pertinência ao processo de inclusão e desenvolvimento tanto da criança quanto do jovem cegos.

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Biografia do Autor

Maria Rita Campello Rodrigues, Instituto Benjamin Constant

Doutora em psicologia pela Universidade Federal Fluminense. Professora no Instituto Benjamin Constant

Marcia Oliveira Moraes, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP. Professora Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2016-07-07

Como Citar

Rodrigues, M. R. C., & Moraes, M. O. (2016). Considerações sobre a imitação entre jovens e crianças cegas. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 7(1), 20–37. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2016v7n1p20

Edição

Seção

Artigos Originais