v. 7 n. 13 (2013): Dossiê: Interfaces entre Morte e Imagem

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O foco selecionado para a edição 13 fundamenta-se sobre as relações entre imagem e morte. Apesar de sua universalidade, na medida em que todos os seres estão fadados a perecer, a ponto de um antigo provérbio italiano afirmar que, não importando se rei ou peão, ao final do jogo todos acabam na mesma caixa, a morte constitui objeto de estudo uma vez que, culturalmente, são construídas diferentes representações em torno da mesma, tornando-a, portanto, domínio da História e outros campos do saber. Malgrado não sejam os únicos, os cemitérios constituem lugares privilegiados para pensar as tessituras entre imagens, símbolos e morte, como abordam os autores ao longo deste número.
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Na capa, verifica-se o túmulo de Luz Maria Garcia Velloso no Cemitério da Recoleta, na cidade argentina de Buenos Aires. Trata-se da primeira necrópole pública portenha, fundada em 1822, abrigando sepulturas da elite do país a partir de diversos estilos arquitetônicos. O jazigo em questão possui sobre o féretro a representação da falecida em seu último sono, repousando à espera do Juízo Final. Isso é um resquício nos oitocentos de um imaginário cristão anterior ao século XII, em que a crença na alma como substância distinta do corpo físico não se encontrava ainda difundida. Entretanto, a estatuária jacente entrou em decadência no século XIX com o advento de outro instrumento de criação visual, a fotografia, que democratizou relativamente o acesso à imagem entre diferentes camadas da sociedade, colonizando os cemitérios dos séculos XX e XXI com imagens fotográficas, que passaram a representar o duplo dos trespassados.

Richard Gonçalves André

Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina

 

Publicado: 2014-06-16

Artigos do dossiê

  • Los cementerios, los héroes y la memoria patriótica en Bolivia

    Beatriz Rossells
    8-23
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p8
  • A fotografia mortuária no contexto familiar: estudo de retratos produzidos em Bela Vista de Goiás (1920-1960)

    Déborah Borges
    24-38
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p24
  • La Reina de los Muertos: imagen, lenguaje y silencio

    Laura Vazquez
    39-48
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p39
  • Epitáfios: a imagem escrita da saudade

    Marcelina das Graças de Almeida
    49-58
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p49
  • A masculinidade como uma categoria de análise para a pesquisa cemiterial: a nudez masculina na arte funerária paulista

    Maristela Carneiro
    59-69
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p59
  • El cementerio Bella Vista de Barquisimeto: urbanidad, progreso y arte funerario (finales del siglo XIX y primera mitad del siglo XX)

    Francisco Camacho, Nubia Castañeda
    69-79
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p69

Artigos gerais

  • O olhar sobre a criança e os códigos simbólicos do batismo em fotografias de álbuns de famílias de moradores da região norte do município de Londrina – PR

    André Camargo Lopes
    81-99
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p81
  • A cidade como espaço de produção: um breve olhar sobre a obra de Tom Lisboa

    Luciane Ruschel Nascimento Garcez
    100-108
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p100
  • África do Sul, humor e transgressão: a representação de Jacob Zuma no traço de Zapiro

    Renata de Paula dos Santos
    109-121
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p109

Resenhas

  • HAGEMEYER, Rafael Rosa. Historia & Audiovisual. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

    Maria da Conceição Francisca Pires
    122-124
    DOI: https://doi.org/10.5433/2237-9126.2013v7n13p122