Por campos da Península Ibérica e do sertão tocantinense, cavaleiros e jagunços tecem narrativas

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DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e39699

Palavras-chave:

Caminhos, Cronotopo, Narrativas

Resumo

El cantar de Mío Cid cuja cópia mais recente de que se tem notícia é do copista Per Abbat, é um texto épico que narra aventuras de Rodrigo Díaz que lutou bravamente na reconquista de terras espanholas. Já em Serra dos Pilões (1995), romance de Moura Lima, jagunços de grupos rivais se enveredaram pelos sertões tocantinenses para acerto de contas, após tragédia na vila de Pedro Afonso. Em ambas as obras, personagens percorreram espaços abertos, montados em cavalos velozes que atravessavam vales e serras; ou em burros/mulas que trotavam pelo ermo sertão jalapoeiro. Isso remete ao cronotopo (Bakhtin), indissociabilidade entre tempo histórico e espaço social. Entre vários, existe o cronotopo da estrada onde transitam personagens que promovem encontros e desencontros. Em estradas da península ibérica ou trilhas do Jalapão, personagens das obras em foco se organizaram e lutaram para recuperar a honra ou vingar amigos. Coragem e virtude do cavaleiro medieval ou crueldade dos jagunços do século XX foram construídas em movimento. No percurso de caminhos desconhecidos, ao ocuparem o lugar social de quem se preocupava com a justiça, sob leis régias ou na ausência do Estado, personagens de ambas as narrativas agiram, passaram por transformações e revelaram seres humanos singularizados. E no grande tempo são construídos novos significados.

 

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Biografia do Autor

Maria de Fátima Rocha Medina, Universidade do Tocantins e Centro Universitário Luterano de Palmas

Professora da Universidade do Tocantins e Centro Universitário Luterano de Palmas.

Referências

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Publicado

2020-06-05

Como Citar

Medina, M. de F. R. (2020). Por campos da Península Ibérica e do sertão tocantinense, cavaleiros e jagunços tecem narrativas. Boitatá, 15(29), 123–136. https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e39699

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