A chama da estrela que pulsa e arde: educação sensível na prosa poética de Abguar Bastos

Autores

  • Evellin Natasha Figueiredo da Conceição Universidade do Estado do Pará - UEPA
  • Josebel Akel Fares Universidade Estadual do Pará - UEPA https://orcid.org/0000-0003-2384-0582

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2019v14.e39081

Palavras-chave:

Amazônia, Memória, Mitopoética, Oralidade, Educação Sensível

Resumo

O presente artigo estuda a construção do romance “Somanlu, o Viajante da Estrela”, do escritor Abguar Bastos, publicada em 1953, ancorada na voz poética, na educação sensível. A obra explica a gênese dos seres tecidas a partir de mitopoéticas, de matriz oral, fio condutor da narrativa que, aliado à memória, é matéria propulsora das relações estabelecidas entre Somanlu e os demais habitantes da floresta, capaz de abarcar uma rede de sociabilidade com vivências e ensinamentos essencialmente educativos, marcados por um existir tocado pelo bem viver e conviver com o outro. A partir dessas premissas, nosso principal intento nesse espaço é problematizar o modo como a educação é vivenciada na narrativa, a partir do estudo das mitopoéticas e os saberes que as compõem, ao revelar outra perspectiva de aprendizagem, expressa consideravelmente no plano do sensível e na totalidade do ser. O texto em estudo faz parte da vasta produção da chamada Literatura Brasileira de Expressão Amazônica, que ultrapassa os limites do local, apresentando temáticas universais, suscitando questionamentos acerca de dramas e problemáticas sempre presentes no existir humano.

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Biografia do Autor

Evellin Natasha Figueiredo da Conceição, Universidade do Estado do Pará - UEPA

 Mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Pará.

Josebel Akel Fares, Universidade Estadual do Pará - UEPA

 Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Professora da Universidade do Estado do Pará

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Publicado

2019-12-15

Como Citar

Conceição, E. N. F. da, & Akel Fares, J. (2019). A chama da estrela que pulsa e arde: educação sensível na prosa poética de Abguar Bastos. Boitatá, 14(27), 10–24. https://doi.org/10.5433/boitata.2019v14.e39081