Bildung (formação) como viagem é a experiência da alteridade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2018v13.e35126

Palavras-chave:

Destino, Bildung, Formação, Travessia, Alteridade.

Resumo

O texto reflete o viver como imprecisão e não-domínio. Busca contribuir com a ampliação do sentido do conceito de formação (Bildung), pois, enquanto viagem, ele designa um movimento dinâmico e hermenêutico que nos põem entre a estranheza e familiaridade. É central a pergunta pelo que nos tornamos, e, parte em direção ao movimento misterioso que conduz a vida, sabendo que a marca do mesmo é imprecisão, inconstância, confronto, fronteira, travessia. O outro é compreendido como presença que desestabiliza de forma que o crescimento não está no retornar a si mesmo, mas em reconhecer um mundo infinito jamais dominável ou conceitualizável. Esse é o sentido geral da experiência da alteridade. Como experiência formativa questiona-se o retorno a si mesmo a partir do outro, orientando a deixar valer em nós, algo que é contra nós. Com categoria de Destino perguntamos pelo tempo da formação, o qual, ao contrário de forças pragmáticas e utilitaristas, não pode ser entendido como fluxo, nem mesmo possui um fim. Dessa forma as experiências formativas, que devem necessariamente conceber a dinâmica da vida, abrem-se não só às certezas do viver, mas, sobretudo à possibilidade do incerto.

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Biografia do Autor

Raimundo Rajobac, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor efetivo no Departamento de Música da UFRGS; doutor em Educação pela PUCRS; mestre em Educação pela UPF. Graduado em Filosofia, Música e Teologia.

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Publicado

2018-11-05

Como Citar

Rajobac, R. (2018). Bildung (formação) como viagem é a experiência da alteridade. Boitatá, 13(25), 64–74. https://doi.org/10.5433/boitata.2018v13.e35126

Edição

Seção

Dossiê