A dona do mato e outras histórias quilombosertanejas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32953

Palavras-chave:

Poéticas Orais, Pensamento decolonial, Identidade Quilombosertaneja.

Resumo

A comunidade de Volta Grande, pertencente ao município de Barro Alto (sertão baiano) é um espaço rico em narrativas orais que denotam os modos de vida e legitimam a identidade de uma comunidade, originalmente quilombola. Assim, e considerando as manifestações culturais e os costumes relacionados às práticas religiosas e artísticas e aos modos de vida expressos e transmitidos pela oralidade, este artigo pretende – a partir de uma breve seleção de histórias narradas por um morador – Seu Dequinha – analisar as crenças, costumes, hábitos e as relações que permeiam tais histórias. Além de dialogar com autores como Costa (2015) e Alcoforado (2005, 2008) entre outros, na tentativa de dar conta de aspectos importantes das poéticas orais, pretende-se ampliar a pesquisa, pensando na comunidade com base em uma sociologia das ausências (SANTOS, 2002) e do que se compreende como uma perspectiva decolonial (MIGNOLO, 2008). Intentamos, portanto, apresentar causos, mitos e lendas que compõem o imaginário quilombola e constituem o patrimônio imaterial da comunidade, na medida em que são elementos legitimadores do que entendemos como uma identidade quilombosertaneja, originária de um sertão que é negro rural.

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Biografia do Autor

Carlene Vieira Dourado, Universidade do Estado da Bahia

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural - UNEB

Mauren Pavão Przybylski, Universidade do Estado da Bahia

Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural. (PNPD – Capes / UNEB campus II). Doutora em Literaturas Portuguesa e Luso-Africanas (UFRGS)

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Publicado

2017-12-27

Como Citar

Dourado, C. V., & Przybylski, M. P. (2017). A dona do mato e outras histórias quilombosertanejas. Boitatá, 12(24), 146–159. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32953