Poesia periférica de autoria feminina como ruptura e resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30689

Palavras-chave:

Autorrepresentação, Literatura marginal-periférica, Poesia de autoria feminina.

Resumo

A poesia de autoria feminina, contida na literatura marginal-periférica, traz consigo a força da resistência e a necessidade de fundar a autorrepresentação de mulheres duplamente marginalizadas, tanto pela questão geográfica quanto pela questão de gênero. Testemunhas da cidade e da periferia, elas lançam um olhar crítico e contundente à desconstrução de mitos e de tabus em torno da representação feminina, rechaçando o ideário obsoleto da figuração de musas inspiradoras e trazendo as mulheres para a realidade de suas experiências e desejos. Por romperem com os intermediários e com o cânone literário que as mediatiza, as escritoras periféricas fundam no fazer poético o espaço simbólico de suas falas e corpos. O presente artigo tem como recorte a análise de poemas das escritoras Elizandra Souza, por meio das obras Punga (2007) e Águas da Cabaça (2012) e Luiza Romão, por meio da obra Coquetel Motolove (2014), tendo como objetivo desvelar a representação da mulher por meio do lugar de fala das escritoras da literatura marginal-periférica.

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Biografia do Autor

Pilar Lago-Lousa, Universidade Federal de Goiás

Mestranda em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás.

Flávio Pereira Camargo, Universidade Federal de Goiás.

Pós-doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em Letras pela Universidade Nova de Lisboa (UNL). Atualmente, é professor adjunto de Literatura Brasileira da Universidade Federal de Goiás.

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Publicado

2017-09-14

Como Citar

Lago-Lousa, P., & Camargo, F. P. (2017). Poesia periférica de autoria feminina como ruptura e resistência. Boitatá, 12(23), 207–223. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30689

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Seção Livre