“Boca também toca tambor”: poesia e performance de Ricardo Aleixo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30684

Palavras-chave:

Ricardo Aleixo, Poesia contemporânea, Tradição oral, Griô/akpalô.

Resumo

O artigo visa realizar uma leitura de três peças do poeta mineiro Ricardo Aleixo: o poema “Boca também toca tambor”, do livro Mundo palavreado, de 2013; o poema “Solo”, de Modelos vivos, de 2010 (republicado em Mundo palavreado); e um trecho da performance “Modelos vivos movidos a moedas” na qual o poeta vocaliza o verso título do primeiro poema citado, que reaparece no poema “Solo”. A partir desses materiais, a leitura irá abordar o modo como eles trazem à tona a herança da tradição oral (especialmente afro-brasileira) e suas relações com referências dadaístas, também presentes. Averigua-se o redimensionamento da tradição em relação às novas tecnologias, uma operação de resgate e ao mesmo tempo de inauguração. Pretende-se evidenciar a presença do griô/akpalô em suas diferentes manifestações, bem como a referência à poesia dadá e à “palavra-trovão” de James Joyce, provenientes de outra tradição, e o modo como esses elementos se relacionam em um espaço criativo marcado pelo uso de procedimentos contemporâneos.

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Biografia do Autor

Telma Scherer, Universidade Federal de Santa Catarina

Pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais/UDESC, doutora em Teoria Literária/UFSC

Referências

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ALEIXO, Ricardo.“Boca também toca tambor”.1’33’’.

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Publicado

2017-09-14

Como Citar

Scherer, T. (2017). “Boca também toca tambor”: poesia e performance de Ricardo Aleixo. Boitatá, 12(23), 144–163. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30684

Edição

Seção

Dossiê