Insubmissão e resistência no conto Isaltina Campo Belo, de Conceição Evaristo

Autores

  • Luciana Marquesini Mongim Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30681

Palavras-chave:

Discursos minoritários, Lugar de enunciação, Sexualidade, Violência, Literatura Afro-brasileira.

Resumo

O artigo centra-se na leitura do conto Isaltina Campo Belo, da escritora Conceição Evaristo, a partir do estudo do exercício do ouvir e do narrar e do entrecruzamento de vozes presentes no texto. Como escolha estética, a narradora em primeira pessoa, no presente da narração, posiciona-se como ouvinte e como contadora dos relatos coletados a partir da conversa com a protagonista da história lhe dando voz. Ao fazer isso, a protagonista não assume apenas a função de contar as suas experiências de mulher negra e homossexual, marcadas pela subalternidade, desrespeito, preconceito, violência e dor, mas evidencia a sua insubmissão, uma vez que passa a ser (re)criadora de sua própria história, negando a representação feita pelo outro que sempre lhe coube. Estamos diante da enunciação de discursos minoritários também insubmissos que desconstroem a ideia de homogeneidade e produzem-se a partir de outros lugares de enunciação. O movimento analítico será fundamentado pelos pressupostos das teorias discursivas e enunciativas de Mikhail Bakhtin e Michel Foucault.

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Biografia do Autor

Luciana Marquesini Mongim, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutoranda em Letras, Área de Concentração Estudos Literários, pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Referências

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Publicado

2017-09-14

Como Citar

Mongim, L. M. (2017). Insubmissão e resistência no conto Isaltina Campo Belo, de Conceição Evaristo. Boitatá, 12(23), 103–114. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30681

Edição

Seção

Dossiê