Aspectos imunológicos da paracoccidioidomicose

Autores

  • Franciele Ayumi Semêncio Chiyoda-Rodini Universidade Estadual de Londrina
  • Bianca Dorana de Oliveira Souza Universidade Estadual de Londrina
  • Janneth Josefina Escobar Arcos Universidade Estadual de Londrina
  • Adriane Lenhard-Vidal Centro Universitário de Campo Real
  • Mario Augusto Ono Universidade Estadual de Londrina
  • Emerson José Venâncio Universidade Estadual de Londrina
  • Eiko Nakagawa Itano Universidade Estadual de Londrina

Palavras-chave:

Granuloma, Micose sistêmica, P. brasiliensis, P. lutzii.

Resumo

Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica granulomatosa, provocada pelos fungos termodimórficos do gênero Paracoccidioides spp.  P. brasiliensis é considerado um complexo de quatro linhagens filogenéticas distintas (S1, PS2, PS3 e PS4) e a espécie P. lutzii, denominada anteriormente como 'Pb01-like, é considerada monofilética. A infecção possivelmente ocorre pela inalação de propágulos infectantes aéreos que passam por conversão para a fase leveduriforme nos pulmões e linfonodos, induzindo uma resposta no hospedeiro caracterizada pela formação de granulomas, que podem permanecer dormentes ou progredir para a doença, disseminando para outros órgãos e tecidos, como baço, fígado, pele e mucosas. O controle da PCM depende da eficiência da resposta imune celular, o saldo entre os padrões de resposta imune Th1 e Th2 determinará a resposta imune predominante e, consequentemente, resistência ou suscetibilidade em desenvolver a doença. O tipo de resposta imune Th2/Th9 é característico da PCM aguda; esta forma clínica é mais severa, pois há depressão acentuada da imunidade mediada por células. Os pacientes com PCM crônica exibem um perfil Th1/Th17, com formação de granulomas. Trata-se de um mecanismo importante para conter os fungos, evitando a sua disseminação. As citocinas IFN-?, TNF-? e as associadas ao perfil Th17 (IL-6 e IL-23) são críticas para a formação/manutenção de granulomas na PCM. A resposta imune adaptativa desenvolvida na PCM pode ser modulada/moldada pela resposta imune inata, via reconhecimento pelos receptores Toll-like de estruturas fúngicas conservadas, receptores similares à lectina de tipo C como a dectina-1, receptores de manose e receptores de complemento, entre outros. O fungo P. brasiliensis também pode ser detectado pelo sensor citosólico, inflamassomo NLRP3, que além de amplificar a inflamação local/sistêmica, pode induzir resposta imune mediada por Th1 e Th17, promovendo uma defesa antifúngica mais eficaz na PCM.

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Biografia do Autor

Franciele Ayumi Semêncio Chiyoda-Rodini, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Ciências Patológicas. Imunologia Aplicada

Bianca Dorana de Oliveira Souza, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Ciências Patológicas. Imunologia Aplicada

Janneth Josefina Escobar Arcos, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Microbiologia. Imunologia Aplicada

Mario Augusto Ono, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Ciências Patológicas. Imunologia Animal

Emerson José Venâncio, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Ciências Patológicas. Imunologia

Eiko Nakagawa Itano, Universidade Estadual de Londrina

Departamento de Ciências Patológicas. Imunologia Aplicada

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Publicado

2020-10-28

Como Citar

Chiyoda-Rodini, F. A. S., Souza, B. D. de O., Arcos, J. J. E., Lenhard-Vidal, A., Ono, M. A., Venâncio, E. J., & Itano, E. N. (2020). Aspectos imunológicos da paracoccidioidomicose. Biosaúde, 22(1), 34–47. Recuperado de https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/biosaude/article/view/40910

Edição

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Revisões