Aprender, pensar e viver História: Contribuições e questionamentos a partir de um estudo com professores e estudantes brasileiros e paraguaios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2016v9n18p18

Palavras-chave:

Aprendizagem histórica, Formação histórica, Cultura histórica, Objetividade, Multiperspectividade

Resumo

O presente artigo parte de três pressupostos elementares: 1. Ensinar história é lidar com conhecimentos que se relacionam à vida em sociedade; 2. Professores de história são sujeitos partícipes da sociedade, portanto suas vidassão afetadas por histórias que aprendem e ensinam, ou tentam ensinar; 3. Aprender história não é um ato individual isolado, pois não pode ser desvinculado da vida em sociedade, e não se limita a procedimentos metodológicos e conceituais restritos à sala de aula. A partir desses pressupostos, apresenta um debate sobre asrelações entre a aprendizagem histórica, qualificada nos fundamentos do pensamento histórico, a função orientadora da história na vida e a concepção de formação histórica, a partir da forma como essas questões se apresentam nos estudos da Educação Histórica e da Didática da História. E relata um estudo realizado com professores e estudantes, de licenciatura em história, brasileiros e paraguaios, a partir dos conceitos objetividade e multiperspectividade, tendo como base interpretações divergentes sobre um conteúdo histórico específico, a Guerra da Tríplice Aliança. Os resultados desse estudo permitem elaborar reflexões sobre conceitos relevantes para discutir o ensino de história na atualidade: cultura histórica, burdening history, identidades e objetividade histórica.

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Biografia do Autor

Éder Cristiano de Souza, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Doutor em Educação na Universidade Federal do Paraná. Docente da Universidade Federal da Integração Latino-Americana.

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Publicado

31-01-2017

Como Citar

SOUZA, Éder C. de. Aprender, pensar e viver História: Contribuições e questionamentos a partir de um estudo com professores e estudantes brasileiros e paraguaios. Antíteses, [S. l.], v. 9, n. 18, p. 18–44, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2016v9n18p18. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/26755. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê