Psicanalista elogia modelo Copavi

O psicanalista finlandês Pertti Simula, que presta treinamento e consultoria psicológica aos assentados da Copavi, não se cansa de admirar a vida cooperativista no assentamento e as conseqüências que este esquema proporciona a os cidadãos ali formados. Casado com uma brasileira e pai de duas filhas, Pertti trabalha com organizações de autogestão desde 84 mas, hoje, só trabalha com a Copavi por puro idealismo. “As tentativas práticas de promover justiça social são muito importantes”, diz.
“Infelizmente o machismo está forte na arrogância dos homens e na submissão das mulheres. Isto é uma parte primitiva da cultura brasileira”, observa o psicanalista. No entanto, Pertti aponta positivamente o fato de, na Copavi, se tentar desenvolver uma visão mais justa nesse sentido, fazendo com que tradições machistas de homens e mulheres sejam quebradas. O trabalho cooperativo, segundo ele, tem sido um dos prin-cipais meios de se fazer isso: “Este modo de organizar o trabalho, nos princípios democráticos, aumenta muito a oportunidade de valorização da mulher. E a atuação no campo de trabalho produtivo, também influencia fortemente a vida em casa, passando a haver maior cooperação no trabalho doméstico entre os casais”.

"Se alguém aprender a dominar a mulher desde que é criança, quando vai para as outras relações já está craque em dominação" Zumbi

"Infelizmente o machismo está forte na arrogância dos homens e na submissão das mulheres, isto é uma parte primitiva da cultura brasileira" Pertti Simula


Pertti também avalia que a vida coletiva da Copavi é muito benéfica para o desenvolvimento da educação e do respeito de uns pelos outros, princi-palmente entre homens e mulheres. “É uma grande riqueza humana viver e trabalhar entre várias famílias. Inclusive, as famílias ajudam a brecar o abuso de poder e até possível violência. A Copavi é um ambiente sadio para crianças, especialmente para as meninas”, afirma.
(Taiane Almeida)