QUEM SE IMPORTA apresenta diversas (felizes) histórias sobre empreendedorismo social
entre os entrevistados, estão Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz) e Bill Drayton (fundador da Ashoka)
documentário reúne os mais importantes expoentes do setor social do mundo; filmagens aconteceram em sete países
estreia comercial em 13 de abril
Com produção da Mamo Filmes e Grifa Filmes, Mara Mourão lança seu novo documentário, Quem se Importa, no mês de abril. Depois de ter revelado os bastidores e um pouco do dia-a-dia dos palhaços do Doutores da Alegria, em filme de mesmo nome, a diretora paulista traz à tona agora surpreendentes histórias de empreendedores sociais.
“O Doutores da Alegria recebeu o selo da UNESCO por ser considerada obra que promove uma cultura de paz. O filme foi ainda indicado ao EMMY 2005. Depois desta experiência me apaixonei pelos documentários, especialmente os de cunho social, aqueles que causam transformações em quem assiste”, revela Mara Mourão.
Filmado no Brasil, Peru, Estados Unidos, Canadá, Tanzânia, Suiça e Alemanha, Quem se Importa reúne histórias de homens e mulheres que têm como denominador comum a ação – tendo sempre como ponto de partida um incômodo grande com relação a determinada situação. Essas pessoas arregaçaram as mangas, pensaram em ações que pudessem reverter aquilo, geralmente a baixo custo e alto impacto, e executaram.
Mas, afinal, quem é o empreendedor social hoje? Qual a diferença entre eles e os empreendedores de negócios? Todo mundo pode mudar o mundo ou é preciso ser alguém com um dom especial para promover mudanças estruturais? A equipe de produção do documentário, o segundo da carreira da diretora, viajou por diversos países “justamente para encontrar essas pessoas brilhantes e registrar o forte impacto que suas iniciativas, através de suas idéias inovadoras, causaram”, conta Mara. “Na grande maioria das vezes, são soluções simples para graves questões, como a evasão escolar, o bulliyng, a pobreza extrema, a impossibilidade de acesso a linhas de crédito, noções básicas de saúde. E isso é o grande trunfo dessas pessoas: o que elas apresentam são soluções e não lamentações”, completa a diretora.
O chamado “setor cidadão” é jovem e os conceitos mudam rapidamente. Ativistas, transformadores, agentes de mudança, líderes sociais, são alguns dos nomes que são usados para definir as pessoas que souberam entender uma necessidade na sociedade e saíram da apatia e do imobilismo.
Algumas das histórias
Na fala de um dos entrevistados, o premiado ambientalista Dener Giovanini, considerado hoje um dos 54 heróis ambientais do planeta, fica claro que basta querer: “Qualquer pessoa pode ser um empreendedor social, não é nenhuma bênção divina, você não toma um comprimido para virar um empreendedor social. Você simplesmente se conscientiza do seu poder de transformação”.
Quem se Importa apresenta também a história de Vera Cordeiro, médica pediatra carioca que, ao notar o desespero das mães quando seus filhos doentes tinham alta (e elas, poucas perspectivas de tratar das crianças em suas casas muito pobres), montou um enorme plano de ação que passou a auxiliar a família inteira por até dois anos depois do diagnóstico. O também brasileiro Eugênio Scanavino chegou à Amazônia há cerca de 30 anos e viu-se como o único médico a atender 800 comunidades rurais. Hoje ele tem um barco-hospital que chega às áreas mais remotas da floresta.
Também estão no filme o nigeriano Isaac Durojaiye que notou que a falta de banheiros, limpos e públicos, era responsável por muitas doenças que acometiam sua comunidade; montou então uma rede de toaletes públicos. Karen Tse, uma norte-americana radicada em Genebra, visitou diversas prisões e campos de refugiados ao redor do mundo e montou uma instituição que tenta garantir aparato jurídico a quem não tem e evitar assim abusos e prisões desnecessárias. Seu objetivo é ambicioso: acabar com a tortura e as prisões injustas ao redor do mundo.
A diversidade de ideias é enorme. De um monge budista belga que treina ratos na Tanzânia para detectar minas terrestres e tuberculose, até uma educadora canadense que está acabando com a violência nas escolas através do ensino da “Empatia”.
E o documentário também traz uma entrevista com Bill Drayton, fundador da Ashoka, a primeira organização do mundo a identificar e apoiar o empreendedorismo social. O norte-americano tem um papel fundamental no segmento e foi inclusive o grande disseminador do termo “empreendedor social” ao redor do mundo. Muhammad Yunus é outro importante líder: a sua experiência, em Bangladesh, o levou ao Prêmio Nobel da Paz, em 2006. Foi ele o inventor da primeira linha de microcrédito no mundo.
Empreendedorismo
Através dos diversos relatos é possível entender os obstáculos que cada um deles atravessou, a alegria que sentem por terem uma missão de vida, suas visões de futuro – e suas soluções para um mundo sustentável mais justo e melhor. Não por acaso quase todos eles são condecorados, premiados e referenciados em encontros no Brasil e também no exterior.
Os públicos atingidos pelos empreendedores sociais são muitos e variados. A metodologia também é particular. Mas é possível notar que uma vontade de mudança radical foi a mola propulsora para as ações, que passaram a ser replicadas. Os entrevistados, em Quem se Importa, contam o que os mobilizou e que a idéia para abrirem suas instituições não nasceu pronta e acabada.
Quem se Importa tem o patrocínio de Petrobras, Bradesco, Kraft Foods, Natura, CSN White Martins, Thyssen Krupp, McKinsey, Camargo Corrêa, Braskem e Ambipar. E conta com o apoio da Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados, Talent, PROAC e Governo do Estado de São Paulo.
Empreendedores sociais – por ordem de aparecimento e identificação:
MUHAMMAD YUNUS (Gremeen Bank / Bangladesh – www.muhammadyunus.org)
KAREN TSE (International Bridges for Justice / Suiça – www.ibj.org)
PREMAL SHAH (Kiva / Estados Unidos – www.kiva.org)
VERA CORDEIRO (Saúde Criança / Brasil – www.saudecrianca.org.br)
WELLINGTON NOGUEIRA (Doutores da Alegria / Brasil – www.doutoresdaalegria.org.br
BILL DRAYTON (Ashoka / Estados Unidos – www.ashoka.org)
DENER GIOVANINI (Renctas / Brasil – www.denergiovanini.com.br )
OSCAR RIVAS (Sobrevivência / Paraguai – www.sobrevivencia.org.py)
BART WEETJENS (Apopo / Tanzânia) www.apopo.org/home.php
JEHANE NOUJAIM (Pangea Day / Estados Unidos) http://www.facebook.com/jehanen?ref=ts
RODRIGO BAGGIO (CDI / Brasil – www.cdi.org.br
EUGÊNIO SCANNAVINO (Saúde e Alegria / Brasil – www.saudeealegri.org.br)
ISAAC DUROJAIYE (DMT Mobile Toillets / Nigéria) http://www.dmttoilet.com/aboutus.htm
JOAQUÍN LEGUÍA (Ania / Peru – www.mundodenia.org)
AL ETMANSKI (Plan / Canadá – www.plan.ca)
JOHN MIGHTON (Jump / Canadá – www.jumpmath1.org)
JOAQUIM MELO (Banco Palmas / Brasil – www.bancopalmas.org.br)
MARY GORDON (Roots of Empathy / Canadá – www.rootsofempathy.org)
Ficha técnica
Entrevistados: Muhammad Yunus, Bill Drayton, Al Etmanski, Bart Weetjens, Dener Giovanini, Eugenio Scannavino Netto, Isaac Durojayie, Jehane Noujaim, Joaquim Melo, Joaquín Leguía, John Mighton, Karen Tse, Mary Gordon, Oscar Rivas, Premal Shah, Rodrigo Baggio, Vera Cordeiro e Wellington Nogueira.
Direção: MARA MOURÃO
Direção de Fotografia: CRISTIANO WIGGERS e DADO CARLIN
Montagem: ANDRÉ FINOTTI e RENATA TERRA
Música Original: ALEXANDRE GUERRA
Som Direto: CANTÍDIO COSTA, MIQUÉIAS, PEDRO MOREIRA e SAMUCA
Edição de Som: INPUT ARTE SONORA
Direção de Arte de Animação: RENATO BATTAGLIA e SYLVAIN BARRÉ
Animações, Artes e Gráficos: CAMALEÃO FILMES e CITRONVACHE
Produzido por: TATIANA BATTAGLIA e MARA MOURÃO
Produção Executiva: MAURICIO DIAS E FERNANDO DIAS
Produção: TÚLIO SCHARGEL
Produtor Associado: GULLANE FILMES
Sobre Mara Mourão
Carioca, radicada em São Paulo há quase 20 anos, formou-se em comunicação social pela FAAP e, em cinema, pela New York University. Já dirigiu mais de 200 comerciais, antes de se dedicar à produção cinematográfica. Hoje, acumula um repertório que já ganhou inúmeros prêmios e atingiu milhões de espectadores pelo mundo, em canais como Discovery Channel, Fox e Globo. Mara também dirigiu séries de TV de 22 episódios, transmitidos pela FOX e TV Record. Seus longas são:
Doutores da Alegria (2005) – O Documentário, que apresenta os médicos da ONG de mesmo nome, recebeu o selo da UNESCO por promover uma cultura de paz e sua versão para a TV foi indicada ao Emmy, em 2005. Recebeu 10 prêmios.
Avassaladoras (2002) – Lançado no Brasil, México e Portugal pela FOX Filmes Distribuidora. Com Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini no elenco, foi exibido no Festival de Gramado e também no Festival de Cinema Brasileiro em Israel, de onde saiu com o prêmio de melhor filme, pelo voto popular.
Alô?! (1998) - Melhor Direção e Melhor Atriz no Festival de São Vicente. Melhor Direção de Arte no Festival de Cuiabá. Com Betty Lago e Miriam Muniz no elenco.
Sobre Alexandre Guerra
Formou-se pelo departamento de música para cinema da Berklee College of Music. Desde 1994, dedica-se à composição de trilhas sonoras para filmes, somando hoje mais de 60 trabalhos. No cinema atuou ao lado de compositores como Nelson Ayres e André Abujamra na orquestração de longas-metragens como Castelo Rá-Tim-Bum e Garotas do ABC. Como compositor assinou a trilha de diversos longas como Bodas de Papel e primeiro longa-metragem 3D brasileiro, Brasil Animado. Como arranjador estreou com a produção do CD Girassol pelo qual foi laureado com o Prêmio Sharp.
QUEM SE IMPORTA
RELAÇÃO DE TODOS OS ENTREVISTADOS –
por ordem de aparecimento e identificação
MUHAMMAD YUNUS (Gremeen Bank / Bangladesh - www.muhammadyunus.org)
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, em 2006, o bengalês Yunus é considerado o idealizador do microcrédito. Professor em Bangladesh nos anos 70, depois de ter se formado e doutorado em Economia, notou o povo local cada vez mais pobre e convivendo com diversos agiotas que, na prática, tomavam as rédeas das vidas daquelas pessoas miseráveis.
Foi essa a semente do Gremeen Bank, nascido já há cerca de 30 anos. Yunus, na sua primeira experiência, emprestou US$ 27 do próprio bolso a quem necessitava – a esmagadora maioria: mulheres. Os bancos não aceitavam antecipar dinheiro a essa população pobre que não tinha nenhum comprovante de renda. Então, se ofereceu a ser o fiador. Até hoje, os empréstimos são feitos baseados exclusivamente na confiança – e não em contratos ou acertos jurídicos.
O que faz o Gremeen Bank
Conhecido como o “banco dos pobres”, o Grameen Bank (em tradução livre, “banco da aldeia”), criado em 1983, foi a primeira instituição financeira no mundo especializada em microcrédito. Ela hoje possui filiais em 44 países e um Nobel da Paz, conquistado em 2006. O banco possui filiais no Brasil também.
O que Muhammad Yunus diz em Quem se Importa
ü “Nós não estamos aqui para curtir a vida, como se alguém tivesse criado o mundo e nós fôssemos apenas convidados aqui. Nós não somos convidados aqui. Somos criadores. Nós criamos nossas próprias vidas. Nós criamos nosso próprio mundo. Mas antes de criarmos nosso mundo, devemos imaginar que tipo de mundo queremos. E depois começar a criá-lo”.
ü “Eu diria que é uma questão básica de estilo de vida: como vivemos neste planeta. Que tipo de responsabilidade você impõe a você mesmo. Então uma vez que você sabe isso, você cria a consciência de que, se eu faço isso, se eu vivo minha vida desta maneira, eu estou prejudicando a vida de alguém. E o princípio básico deveria ser: ‘minha vida não deve prejudicar a vida de mais ninguém’”.
ü “Eu acho que a pobreza pode ser eliminada do mundo inteiro porque pobreza não faz parte da sociedade humana. Pobreza é artificialmente imposta aos seres humanos. Não é natural para eles, não é parte deles. E algo artificial sempre pode ser arrancado”.
KAREN TSE (International Bridges for Justice / Suiça – www.ibj.org)
Karen é norte-americana, filha de pais chineses e radicada em Genebra. Responsável pela estruturação de aparato jurídico em diversos países na tentativa de que não haja nenhum preso sem acesso à defensoria pública – independente do gênero ou idade, - foi a primeira mulher autorizada a entrar na China para lidar com o tema da justiça.
Visitou diversas prisões e campos de refugiados no mundo. O primeiro deles foi em Camboja, em 1994. Quando decidiu pensar em ações que, de fato, tivessem um importante impacto social, seus amigos a desencorajaram e a disseram que estava “perdida”.
O que faz a Internacional Bridges for Justice
A missão da IBJ é, em consonância com os princípios fundamentais da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proteger os direitos legais básicos de cidadãos comuns em países em desenvolvimento. Isto significa prover representação legal competente, um julgamento justo e o direito de estar livre de torturas.
O que Karen Tse diz em Quem se Importa
ü “Quando eu comecei o meu trabalho, as pessoas realmente pensaram que eu estava louca. Tantas pessoas me disseram que isso nunca daria certo. ‘Por que você não arruma um emprego?’ ou ‘eu odeio ver você com esse sonho ridículo’, diziam”.
ü “E eu mesma às vezes não conseguia explicar porque eu não tinha um contexto para entender. E então, um dia conheci Bill Drayton e ele me disse: ‘você não é louca, você é uma empreendedora social’”.
ü “Eu acho que um empreendedor social é alguém que enxerga esperança onde outras pessoas não vêm esperança alguma. Enxerga possibilidades onde não há possibilidades. Eles são visionários em muitos sentidos: eles têm imaginação, têm esperança, mas são infinitamente práticos. Práticos e detalhistas, de uma maneira muito estranha”.
ü “Eu acredito que o homem faz a História. A História está lá, mas cabe a nós criá-la. Sabe, ‘a consciência precede os fatos’. Então, primeiro temos que imaginar, primeiro temos que saber. E depois temos que ir além do que nós pensamos ser possível. É como Kennedy disse: ‘Nós vamos para a Lua’, e todos disseram: “hmm, nós vamos para a Lua?’ Mas nós fomos para a Lua”.
ü “Soa até simples demais, mas eu diria que nosso maior problema tem sido a falta de crença. Falta de imaginação, falta de esperança. As pessoas não acreditam que é possível. E se as pessoas não acreditam que é possível, realmente não é”.
PREMAL SHAH (Kiva / Estados Unidos - www.kiva.org)
Para ele, uma cena vivida aos seus cinco anos – e que guarda ainda hoje na memória – foi o ponto de partida para sua inquietação com relação às injustiças do mundo. Foi a imagem de uma velha senhora miserável tentando pegar uma moeda de valor baixíssimo numa sarjeta.
Shah fala de uma espécie de “loteria ovariana” e que acabamos refém dela para o nascimento numa família estruturada e com recursos ou num núcleo miserável. Para auxiliar pessoas muito pobres e sem acesso a bancos e linhas de crédito, criou o Kiva, em 2004, um sistema online de microcrédito que já atendeu mais de 300 mil pessoas, em mais de cem países e foi a responsável por movimentar mais de US$ 280 milhões através de seus empréstimos, desde o seu lançamento.
No primeiro ano, a instituição não conseguiu levantar US$ 1 milhão ao longo de 12 meses corridos. Hoje, a Kiva consegue arrecadar esse montante a cada 10 dias.
O que faz a Kiva
Por meio de voluntários e parceiros, a organização sem fins lucrativos Kiva (em suahíli, “acordo”, “unidade”) conecta pessoas com o intuito de minimizar a pobreza por meio do microfinanciamento a pequenos empreendedores. A ONG foi fundada em 2005 e já arrecadou cerca de 283 milhões de dólares em empréstimos (geralmente múltiplos de 25 dólares), cuja taxa de pagamento é hoje de 98,88%. São 450 voluntários em 61 países distintos. Sua sede fica em São Francisco.
O que Premal Shah diz em Quem se Importa
ü “Agora, mais do que nunca, as pessoas estão realmente pensando em energia limpa. As pessoas estão realmente pensando em como elas podem se conectar com outras pessoas de todo o mundo via internet”.
ü “E através, eu acho, de uma consciência crescente, as pessoas fundamentalmente querem ver um mundo melhor e nós aprendemos que conflitos e o apego ao passado e a muitos confortos que damos valor não são tão importantes, e podem ser deixados de lado”.
ü “Nós não queremos mostrar os pobres como pessoas indefesas que precisam da sua ajuda. Queremos mostrá-los como pessoas que tem suas próprias ideias de como sair da pobreza. E eles querem ser tratados como um parceiro de negócios com você. Querem que você seja o seu investidor, o seu credor. E te pagarão de volta! É uma relação baseada na dignidade mútua”.
ü “Os empreendedores de negócios criam valor, mas, muitas vezes, é um valor puramente econômico: é lucro. E eu acho que o empreendedor social está realmente focado no valor social, mas eles também usam muitas das coisas que fazem o mundo dos negócios tão eficiente. Sabe, velocidade, análise, agilidade, montar grandes times, empolgar as pessoas (...)”.
VERA CORDEIRO (Saúde Criança / Brasil – www.saudeecrianca.com.br)
A pediatra carioca notou que, tanto ou mais assustador que um diagnóstico de uma doença grave para a família, era o momento da alta. Como é que essa família pobre iria cuidar de uma criança com leucemia numa casa em que chove dentro? Ou onde não há água tratada? Como ter certeza de que a família teria dinheiro para a condução para levar o doente às sessões de quimioterapia?
Vera, depois de ter vendido muitos objetos e móveis pessoais para ajudar algumas dessas mães, elaborou um projeto (que muitos desacreditavam achando que era “de governo”): nasceu, em 1991, o Saúde Criança, organização social que visa reestruturar e promover a autossustentação das famílias de crianças em risco social.
No final do ano passado, a ONG foi considerada a melhor da América Latina (em uma lista com mil organizações não-governamentais) e a 38ª do mundo, pela revista suíça A Global Journal, veículo dedicado à governança global, que utiliza os seguintes critérios para a avaliação – inovação, impacto, eficiência, estratégia, gerenciamento de finanças, transparência, sustentabilidade e reconhecimento.
O que faz o Saúde Criança
A Associação Saúde Criança (ASC), por meio do Plano de Ação Familiar (PAF), atua no ciclo vicioso miséria – doença – internação – alta – reinternação - morte que ocorria em função da extrema pobreza em que vivem muitas das crianças que passam por atendimento hospitalar. A situação se agrava quando suas mães deixam sua função geradora de renda para cuidarem dos filhos doentes. Em muitas delas os pais das crianças não fazem mais parte do núcleo familiar. A metodologia da associação consiste em não dar alta sem um acompanhamento das condições que cercam a criança.
O que Vera Cordeiro diz em Quem se Importa
ü “Aprendemos a metodologia ouvindo quem servíamos, que nada mais é que ajudar a família a pensar na sua própria vida e, por dois anos, se organizar em cinco áreas: saúde, educação, moradia, cidadania e auto-sustento”.
ü “Quando o cidadão comum diz ‘chega! Nesse planeta eu não vivo!’.. e ‘chega!’ não é um ‘chega!’, e eu fico acomodado; é ‘chega! Eu vou fundar!’, ‘Chega! Eu vou fazer!’. Não importa se ele faz para ajudar quatro pessoas ou para ajudar mil; importa o sentimento que está por trás”.
ü “Quando a gente pensa em mudar o mundo, a gente sempre pensa em grandes milagres, em grandes somas de recursos, em novas tecnologias. Nós não precisamos disso”.
ü “Quando eu tenho que dizer rapidamente o que que é a organização, qual é o know-how da gente, eu digo: ‘é transformar miserável em pobre’”.
WELLINGTON NOGUEIRA (Doutores da Alegria / Brasil - www.doutoresdaalegria.org.br)
Wellington Nogueira integrou, desde 1988, a trupe do palhaço americano Michael Christensen (diretor do Big Apple Circus) que, em 1986, iniciou um grupo de trabalho para levar alegria a crianças internadas em hospitais de Nova Iorque, batizado “Clown Car Unit”. Em 1991, voltando ao Brasil, Nogueira fundou a organização da sociedade civil sem fins lucrativos “Doutores da Alegria”.
Através dessa organização não governamental, Nogueira e sua trupe de palhaços – especializados em “besteirologia” – levam alegria, humor e leveza aos pequenos pacientes e foram os grandes responsáveis, aqui no Brasil, em humanizar os hospitais e tratamentos dispensados às crianças.
O que faz o Doutores da Alegria
O “Doutores” já realizou mais de 800 mil visitas a crianças hospitalizadas em São Paulo, Recife e Belo Horizonte, sempre com o intuito de promover a experiência da alegria como potencializador de relações saudáveis entre palhaços, crianças hospitalizadas, seus pais e os profissionais de saúde. Atualmente, o grupo atua em 19 hospitais, em quatro Estados brasileiros.
O que Wellington Nogueira diz em Quem se Importa
ü “O que uma empresa pode aprender com uma ONG? O que uma ONG pode aprender com uma empresa? E nesse processo, será que é possível a gente buscar uma convergência e justamente criar um novo modelo de gestão, um novo modelo de empresa que nasce socialmente responsável e que só é bem sucedida porque todo o seu entorno é bem sucedido também?”
ü “Hoje, os governos nos seus PIBs, ninguém privilegia a alegria, ninguém privilegia a força voluntária de um povo. E o grande desafio da gente hoje como empreendedores, à medida que as nossas organizações crescem, é começar a influenciar esses indicadores. (...) O PIB é reducionista.”
ü “Como será um mundo em que as pessoas acordam todo dia para buscar e viver experiências de alegria? E consequentemente estas experiências de alegria podem ser chamadas de trabalho.”
BILL DRAYTON (Ashoka / Estados Unidos – www.ashoka.org)
O norte-americano fundou a Ashoka, uma organização mundial, sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social, trabalho e apoio aos empreendedores sociais, em 1980. A ONG teve seu primeiro foco de atuação na Índia. Hoje, a instituição está presente em mais de 60 países, dentre eles o Brasil (desde 1986).
Drayton, indicado por Bill Clinton a disputar o Prêmio Nobel da Paz, além de ter sido o primeiro a identificar e apoiar o empreendedorismo social, foi quem difundiu esse termo em larga escala – e o notou como importante segmento a ser explorado. A Ashoka, que hoje apóia milhares de líderes sociais em mais de 60 países, define da seguinte maneira o “social entrepeneur”: os empreendedores sociais são indivíduos com soluções inovadoras para os problemas mais prementes da sociedade. Eles são fortemente engajados e muito persistentes, enfrentando as principais questões sociais e oferecendo novas ideias para a mudança em larga escala.
O que faz a Ashoka
A Ashoka foi pioneira na caracterização do empreendedorismo social como um campo de trabalho. Seu primeiro foco de atuação foi a Índia, mas hoje sua rede se expande por mais de 60 países, dentre eles o Brasil (desde 1986).
O que Bill Drayton diz em Quem se Importa
ü “Não é a capacidade de gerenciar; não é a capacidade de fazer acontecer. Não é nem mesmo a liderança. Milhões de pessoas têm essas qualidades. O que define o empreendedor é que eles sabem quais os rumos que a sociedade tem que tomar, eles se preocupam profundamente com isso e farão acontecer”.
ü “É impossível pensar em qualquer grande problema mundial cuja solução não seja, pelo menos parcialmente, global. Você não consegue solucionar o problema do meio-ambiente num único país. Não podemos construir um sistema financeiro seguro apenas em um país, nem mesmo só nos países ricos. Não vai funcionar”.
ü “Qual é a força que tem o maior poder do mundo? É bastante óbvio: é uma grande ideia que muda padrões. Mas apenas se estiver nas mãos de um empreendedor realmente bom. É esta combinação que move o mundo”.
ü “Nós não somos um não-alguma-coisa. Nós somos cidadãos causando mudanças em grande escala, na qual a mais importante delas é a multiplicação de agentes de mudanças ou cidadãos”.
ü “Se conseguirmos que 20 ou 30% desta geração de jovens se torne transformadores antes dos 21, nós vamos inverter o sistema. E para isso, os pais têm que se preocupar se seu filho de 15 anos está praticando ‘fazer mudanças’”.
DENER GIOVANINI (Renctas / Brasil – www.denergiovanini.com.br )
Giovanini é um ambientalista reconhecido internacionalmente. Entre outros prêmios, conquistou: Unep-Sasakaw (mais importante e prestigiado prêmio ambiental do planeta, dado pelo ONU, em 2003); foi eleito um dos 54 heróis ambientais do planeta (pela revista Courrier International, em 2006) e o status de “Empreendedor Social Notável” pelas três maiores ONGs do setor do mundo: Ashoka, Avina e Schwab Foundation.
O ambientalista luta contra o tráfico de animais – o terceiro maior do mundo, que movimenta cerca de 40 bilhões de dólares e fica atrás apenas do comércio ilegal de drogas e armas. Já foi ameaçado de morte algumas vezes e teve a casa atingida.
O que faz a Renctas
Fundada em 1999, a Renctas é uma organização não governamental sem fins lucrativos, que combate o tráfico de animais silvestres. Suas ações são desenvolvidas em todo o Brasil por meio de parcerias com a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor. Sua base fica em Brasília (DF).
O que Dener Giovanini diz em Quem se Importa
ü “Qualquer um pode ser um empreendedor social. Não é uma benção divina. Você não toma um comprimido para virar um. Você simplesmente se conscientiza do seu poder de transformação”.
ü “A Terra, se a gente não mudar, vai limpar o ser humano como uma dona de casa limpa a sua casa: com água quente, com jato de vapor, com o ventinho da vassoura”.
ü “Os obstáculos iam surgindo (no início dos trabalhos de sua ONG), era quase que uma maratona daquelas que você vai pulando os cavaletes. Você pula, acha que conseguiu vencer, mas quando você olha tem outro, e tem outro... E entre tantos obstáculos ainda teve o obstáculo de tentar continuar vivo porque foram muitas as ameaças, os atentados, eu recebi arma na cara, minha casa foi atingida por tiros.”
OSCAR RIVAS (Sobrevivência / Paraguai)
Rivas é um especialista no tema da água e acredita que podemos resgatar áreas totalmente degradadas. Ele já realizou uma série de ações de recuperação do meio ambiente, através de sua organização, no Paraguai.
O que faz a Sobrevivência
A Sobrevivência trabalha na conservação, restauração e gestão sustentável do ambiente por meio de seus projetos que atuam integradamente. A ideia da organização é contribuir com o empoderamento dos povos indígenas, das comunidades locais, das mulheres, grupos e indivíduos para sua participação plena na tomada de decisões. Uma das ações para a promoção disso foi a fundação do Instituto Socioambiental del Sur, uma escola de sustentabilidade com a proposta de ser um espaço de reflexão, discussão e formação de agentes que pensem e executem políticas e programas para estabelecer e fortalecer sociedades sustentáveis. |
O que Oscar Rivas diz em Quem se Importa
ü “De qualquer setor, de qualquer parte do planeta, é possível que surjam iniciativas que podem mudar o rumo do planeta”.
ü “É a primeira vez que nós, enquanto espécie, nos sentimos globalmente ameaçados”.
ü “O reconhecimento de que não é preciso ser um PhD, que o conhecimento de um índio, que o conhecimento de uma mulher de uma comunidade tradicional é tão importante ou tão fundamental para o mundo como o que é produzido por um grande cientista de um grande laboratório: acho que é um estado de consciência que nos fazia falta”.
ü “Se todos os humanos, todas as comunidades de seres humanos, não reaprenderem a ética do cuidado, evidentemente nós estaremos iminentemente caminhando para a auto-destruição”.
BART WEEDJENS (Apopo / Tanzânia - www.apopo.org)
O monge budista belga, que treina ratos, acredita que há sempre algo inicial que mobilize as pessoas a se engajarem. Seja um episódio de extrema pobreza ou um grave desequilíbrio. O que ele faz hoje é treinar ratos. Uma das razões é: detectar a turbeculose em amostras de saliva humana de maneira ainda mais rápida e eficiente que os laboratórios convencionais. Outra: descobrir onde há minas terrestres liberando assim enormes áreas de terra antes inutilizadas pelas guerras.
O que faz a Apopo
“Treinar ratos para salvar vidas” é a frase que resume a diretriz da Apopo. A organização social realiza pesquisas, desenvolve e dissemina a tecnologia de detecção por meio de ratos para propostas humanitárias. Registrados como uma ONG na Bélgica, seus escritórios-sede se localizam na Tanzânia. A ONG atualmente emprega mais de 200 pessoas em operações no país e tem mais de 300 ratos em vários estágios de criação, treinamento e implementação para identificação de minas terrestres e o diagnóstico da malária, entre outros projetos.
O que Bart Weedjens diz em Quem se Importa
ü “Na verdade, o que nós fazemos realmente é empoderar comunidades locais para resolver problemas humanitários de detecção por eles mesmos, independentemente de ajuda estrangeira.”
ü “Todos os empreendedores sociais, se você perguntá-los, em algum momento da vida - pelo menos todos os que eu conheci até agora - se depararam com injustiça, com pobreza, com um desequilíbrio na sociedade. Por causa desta experiência contrastante, as pessoas realmente começam a se engajar por um objetivo específico”.
ü “As pessoas simplesmente não acreditavam em mim. Elas apenas riam de mim e da minha ideia maluca. Mas na medida em que fomos progredindo e obtendo evidência científica, testada e certificada, as pessoas passaram a nos levar mais a sério”.
JEHANE NOUJAIM (Pangea Day / Estados Unidos)
Jehane foi a idealizadora do Pangea Day, evento que aconteceu em maio de 2008 e que reuniu milhares de pessoas em mais de 1800 locais assistindo a filmes que propunham a cultura da paz.
O que faz a Pangea Day
O Pangea Day foi uma videoconferência que aconteceu simultaneamente em Nova Iorque, Rio de Janeiro, Londres, Dharamsala, Cairo, Jerusalém e Kigali em 10 de maio de 2008. Uma das parceiras, uma empresa de hardwares, enviou equipamentos para escolas e programas realizados em áreas de conflito e campos de refugiados das Nações Unidas. Os filmes que eles realizaram fizeram parte da programação, transmitida durante quatro horas pela internet.
O que Jehane Noujaim diz em Quem se Importa
ü “Estamos sendo solicitados para pensar agora em como resolver os problemas globais juntos, em comunidade. E como você começa a pensar nisso, se você nunca teve a experiência de se sentir parte de uma comunidade global?”
ü “Se todos ao redor do mundo fossem forçados a viajar para seu país inimigo, ou para um país onde sentissem que nunca iriam compreender as pessoas, isto seria um sonho realizado. Mas não podemos forçar as pessoas a viajar. É contra o livre-arbítrio. Então como levar as pessoas a viajar? Mostrando filmes, fazer com que as pessoas viajem através de uma tela e um projetor”.
ü “Não sei se filmes podem mudar o mundo, mas as pessoas que os assistem podem. Quando você entra no cinema, na sala escura e você sai da sua cabeça para viver uma outra experiência, você sai e muitas vezes você pensa muito diferente sobre o mundo, se você foi realmente tocado por alguém ou por uma estória.”
ü “O que estamos tentando fazer é criar empatia através do cinema. Porque quando você vê a estória de outros, quando você ri com eles, quando você chora com eles, os entende, você cria empatia por eles. E isto abre um mundo inteiro de possibilidades em termos de resolver os problemas do mundo em conjunto”.
RODRIGO BAGGIO (CDI / Brasil – www.cdi.org.br)
Em uma época em que o uso do computador ainda era associado apenas a gente rica, Baggio já pensava na democratização do acesso e no potencial que essas máquinas têm para agregar, estimular e impulsionar conhecimento. À frente do Comitê de Democratização da Informática, há 16 anos, o empreendedor tem usado a tecnologia para enfrentar a pobreza, estimular o empreendedorismo e a cidadania e já impactou mais de 1,3 milhão de vidas nos 13 países em que atua e onde estão situados seus 821 CDIs Comunidade.
A ONG conquistou mais de 60 prêmios internacionais e é reconhecida hoje por organizações do porte da ONU, Unesco, Unicef, Fundação Ashoka, Fundação Avina, BID, Fórum Econômico Mundial e Clinton Global Initiative, entre diversas outras de renome. Baggio, seu criador e fundador, já foi apontado como um dos cem ”Young Global Leaders” (pelo Fórum Econômico Mundial); foi considerado um dos 50 líderes latino-americanos que farão diferença no terceiro milênio (pela Time Magazine), e como uma das 10 personalidades no mundo escolhidas como “Principal Voices” no campo do desenvolvimento econômico (pela CNN, Time e Fortune), ao lado do Prêmio Nobel Muhammad Yunus e do professor e economista Jeffrey Sachs.
O que faz o CDI
O Centro de Democratização da Informática (CDI) é uma ONG cuja missão é transformar vidas e fortalecer comunidades de baixa renda por meio da utilização de tecnologias da informação e da comunicação. Sediada no Brasil, em 16 anos, impactou mais de 1,3 milhão de pessoas, entre crianças, jovens em situação de risco social, adultos e idosos.
Hoje são 821 CDIs em 13 países: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Inglaterra, Jordânia, Madri, México, Peru, Uruguai, Venezuela e EUA (onde está localizado um escritório de captação de recursos, network e divulgação). O CDI atua em comunidades de baixa renda, penitenciárias, instituições psiquiátricas, de atendimento a portadores de deficiência, aldeias indígenas e ribeirinhas, centros de ressocialização de jovens privados de liberdade, dentre outros locais.
O que Rodrigo Baggio diz em Quem se Importa
ü “Hoje o Planeta Terra é um carro em alta velocidade, rumo ao abismo. Nós não vivemos num mundo sustentável; nós precisamos desacelerar e mudar completamente a direção”.
ü “Em 93, eu tive um sonho e esse sonho redirecionou a minha vida. E nesse sonho eu vi jovens de baixa renda usando a tecnologia para refletir e para impactar e para transformar a realidade em que essas pessoas viviam”.
ü “O trabalho do CDI é muito mais do que ensinar tecnologia para as pessoas de baixa renda; o trabalho do CDI é sobre empoderar comunidades através da tecnologia”.
EUGÊNIO SCANAVINO (Saúde e Alegria / Brasil - www.saudeealegria.org.br)
Há cerca de 30 anos, o infectologista Scanavino foi à Amazônia e viu-se como o único médico a atender 800 comunidades rurais. Notou que para muitos ali sua presença significava o primeiro contato com um profissional da saúde. Havia muitas mortes por verme, diarréia, desidratação.
Atualmente ele mantém um barco-hospital que chega às áreas mais remotas da floresta. Para o médico, os dois lados (ele e a população de Santarém e arredores – outros três municípios que atende) têm obrigações e contra-partidas um com o outro. Fala muito dessa necessária parceria para que o trabalho se desenvolva bem.
O que faz o Saúde e Alegria
O projeto Saúde e Alegria atua na Amazônia desde 1987, contribuindo no aprimoramento das políticas públicas e na qualidade de vida e cidadania de cerca de 30 mil pessoas de quatro municípios a oeste do Pará – Belterra, Aveiro, Juruti e Santarém, onde fica sua sede. A transformação é realizada por meio de programas que visam a organização social, os direitos humanos, a saúde, o saneamento, a geração de renda, a educação, a cultura, a comunicação e a inclusão digital.
A população atendida é, em sua maior parte, de povos tradicionais extrativistas organizados em comunidades de difícil acesso na zona rural, geralmente em situação de risco e exclusão social. Seu lema é: “Saúde, alegria do corpo. Alegria, saúde da alma”.
O que Eugênio Scannavino diz em Quem se Importa
ü “Cada pequeno problema na comunidade é resultado de todos os fatores que envolvem aquela comunidade desde os culturais, sociais, econômicos, histórico, organização social. Então para você desenvolver uma comunidade, você precisa mexer com tudo”.
ü “A primeira estratégia foi estar junto com a comunidade. E estar junto com a comunidade não é o que muita gente acha, que chega lá um médico e fala: ‘Oh, eu não sei nada, eu vim aqui aprender com vocês!’. Ou então outro que chega lá e fala: ‘Olha vocês têm que fazer isso, têm que fazer aquilo, têm que fazer aquilo!’. São duas coisas erradas. Nós dois temos coisas a colaborar, temos contrapartidas e obrigações mútuas a serem realizadas. Então, é na realidade, uma parceria”.
ü “Quem é o governo? É um grupo que fica quatro, oito anos. Nós, empreendedores, estamos lá no Saúde e Alegria... eu estou há 20 anos lá em Santarém. Já passou vereador de montão, já passou prefeito de montão. Quem está lá todo dia? São os empreendedores que estão anos e anos todo dia aprendendo. Quem está lá? São as empresas que estão gerando emprego, estão fazendo aquele trabalho”.
ISAAC DUROJAYIE (DMT Mobile Toillets / Nigéria - http://www.dmttoilet.com)
O nigeriano Durojayie notou que a falta de banheiros, limpos e públicos, era responsável por muitas doenças que acometiam sua comunidade. Montou, então, uma rede de toaletes públicos, em que os moradores de rua e as viúvas que cuidam e limpam ficam com 60% do arrecadado; ele, fica com 40%.
“Você não pode me ajudar se realmente não conhece os meus problemas”. Para ele, há um abismo enorme entre quem pensa política pública e quem, de fato, é atingido por ela e cita como exemplo uma favela: como é possível alguém, de dentro de um gabinete, que nunca passou necessidade na vida, pensar em ações para quem mora nesse tipo de moradia sem nunca ter sentido na pele o que é realmente necessário? Fala também da importância de se compartilhar idéias, não escondê-las.
O que faz o DMT Mobile Toillets
Para garantir o suprimento de banheiros móveis que demandavam os nigerianos, Durojayie implementou uma fábrica local de sanitários químicos. Uma vez construídos e instalados em mercados, estacionamentos, esquinas e outros locais estratégicos, ele é “arrendado” a um jovem que irá se responsabilizar por manter os banheiros limpos, funcionais e, desta maneira, receberá uma percentagem própria dos lucros de sua utilização.
Com a renda obtida pela venda dos banheiros para igrejas, empreiteiras e outras companhias a preços mais rentáveis, Durojayie viabiliza a realização deste trabalho. Desde 2003 foram construídos 1.500 banheiros e já são dois mil os que foram aprovados pelo Governo do Estado de Lagos, que poderão gerar 2 mil empregos para jovens desempregados do entorno. Além de Lagos, Isaac expandiu o modelo para Abuja, Aba, Abeokuta, Enugu, Ibadan, Nsuka, Port-Harcourt, Oshogbo, Bayelsa, Ilorin, Kaduna, Kano e Onitsha (Nigéria).
O que Isaac Durojayie diz em Quem se Importa
ü “As pessoas precisam começar a pensar fora da caixa. Os desafios de hoje são muito diferentes dos de ontem. Assim como não serão iguais aos de amanhã. Habilidade de pensar fora da caixa e de fazer as pessoas se envolverem.”
ü “Trazendo o espírito de Richard Branson, o homem que gosta de fazer dinheiro, de um lado, e trazendo o espírito da Madre Teresa, a mulher que quer melhorar a sociedade de outro. Junte os dois e você terá um empreendedor social.”
ü “Eu defino ideias como um paraquedas. Um paraquedas é um equipamento maravilhoso apenas quando é utilizado para a sua função. (...) E eu vejo as ideias da mesma forma. Ideias são coisas que devemos poder libertar”.
JOAQUÍN LEGUÍA (Ania / Peru - www.mundodeania.org)
O peruano alia, em seu projeto, o interesse em preservar a natureza e o de sensibilizar as crianças para o tema. Para ele, é uma loucura ainda hoje não existir a categoria de “ambientalmente ativo” – e sim, apenas o “economicamente ativo” - para a avaliação de saúde e riqueza de uma sociedade.
Leguía crê piamente que é fundamental que crianças e adolescentes sejam estimuladas a considerar o meio ambiente que as cerca como fundamental. E para envolvê-las, Leguía lhes dá pedaços de terra. Segundo ele, no Peru, no momento, existem cerca de 200 hectares que foram entregues a mais de cinco mil crianças. “E está pronto para multiplicar-se”, diz. A idéia que o move é conseguir que 1% do território peruano seja manejado pela população menor de 18 anos, que pode representar, em alguns países, 40% ou mais.
O que faz o Ania
A organização de Joaquín Leguía promove a personagem Ania por meio de diferentes veículos, com o propósito de orientar os jovens a serem protagonistas na construção de um mundo melhor para todos os seres vivos. Ania é uma menina indígena que tem a missão de desenvolver nos seres humanos o amor pela natureza e a vontade de protegê-la.
O que Joaquin Leguia diz em Quem se Importa
ü “Quando observamos os indicadores de desenvolvimento de um país, o principal indicador de como um cidadão contribui ao bem-estar, é através da PEA - População Economicamente Ativa. A População Economicamente Ativa reconhece as pessoas entre 15 e 64 anos de idade. Mas eu não conheço um indicador que diga para uma menina ou um menino de 4, 8 ou 12 anos de idade, seja nas zonas urbanas ou rurais, pobre ou rico, não importa; que com isso que estão fazendo, estão, hoje em dia, contribuindo para o bem-estar de seu país.”
ü “Então, nos propusemos a trabalhar para criar um novo indicador que se chama ‘População Ambientalmente Ativa’. E quem seriam? Seriam todos. Mas enfatizando a população menor de 18 anos e maior de 60 anos de idade.”
ü “O que queremos é que mesmo que seja em um vaso, a nível individual, ou um metro quadrado de terra, coletivamente, nesse pequeno espaço de terra, as crianças possam pensar, sentir, dizer e fazer as coisas de maneira alinhada e com constância.”
ü “E, finalmente, eles vão entender que uma auto-estima saudável não tem nada a ver com o seu rosto, com sua posição social ou seu nome. Mas tem a ver com a capacidade de gerar bem-estar para outros seres-vivos.”
AL ETMANSKI (Plan / Canadá - www.plan.ca)
Em meados dos anos 80, Etmanski começou a ouvir questionamentos e pensar a respeito dos destinos das crianças com deficiência depois da morte dos pais. Muitos países garantem os Direitos Humanos a essa população mas isso, para o canadense, era pouco. Era insuficiente. Ele gostaria que esses grupos tivessem uma vida significativa, interessante e não solitária.
O que faz a Plan
A missão da PLAN é ajudar famílias a assegurar o futuro de seus parentes com deficiências e promover sua saúde e bem-estar mental. Para a PLAN, todos devem ter uma boa vida, o que quer dizer, amigos e família que os ame, um espaço próprio para habitar, segurança financeira, participação em decisões e habilidade de contribuir para a sociedade. No cerne de seu trabalho está a construção de redes de afeto entre os indivíduos portadores de necessidades especiais, a contribuição social dessas pessoas que resulta em cidadania, a autossuficiência financeira e o comprometimento total da família no programa.
O que Al Etmanski diz em Quem se Importa
ü “O crescimento do ‘setor cidadão’ é uma nova esperança para a sociedade, para a humanidade, para o mundo. Mas só se ele não se isolar em si mesmo. O ponto crítico para o crescimento dos fazedores de mudança e do ‘setor cidadão’ é o seu consequente engajamento com outros setores da sociedade”.
ü “Mudanças não funcionam quando isoladas do governo ou quando isoladas do mundo corporativo. Então há esperança no mundo se criarmos uma geração de transformadores que vêem o que há de bom em todos os lugares da sociedade, que investem nisso, que ordenam e que mobilizam isso como uma força de mudança, não interessa em que setor esteja”.
ü “Se você quer passar a fazer mudanças pesadas, você deve abrir mão de qualquer direito autoral sobre a sua ideia, porque o objetivo de fazer mudanças é embutir suas ideias nas estruturas nos sistemas”.
ü ”Nós encontramos milhares e milhares de pessoas com deficiência e cada uma dessas pessoas quer contribuir para a sociedade. Elas querem ser necessárias. Elas querem sentir que são contribuidoras. E eu diria ainda mais enfaticamente, cada uma delas tem uma contribuição a dar”.
ü “Não é preciso muito para inspirar uma pessoa jovem. Não é preciso muito para permitir que sejam o que eles verdadeiramente são. Nesta idade, eles são poetas, são criadores, são inovadores”.
JOHN MIGHTON (Jump / Canadá - www.jumpmath1.org)
O canadense fundou a Jump, uma filantropia baseada na idéia de que há um enorme potencial nas crianças – intelectual e emocional – que nós não estamos desenvolvendo. E ele usa a matemática para chegar aos mais novos. Têm tido retornos bastante positivos e se pergunta por que os pais se preocupam quando os filhos não tiram boas notas nessa disciplina, mas pouco se importam em estimular a ter um transformador em casa.
Ele acredita que, se 20% ou 30% da nova geração virar um transformador, seremos capazes de inverter o sistema atual. A questão é resumida por Mighton da seguinte maneira: “Qual é a proporção das pessoas neste grupo que é um agente de mudanças e como você auxilia no intercâmbio das experiências?”.
O que faz o Jump
O Jump Math é um sistema de ensino baseado no estímulo da inteligência por meio do incentivo à compreensão e o amor à matemática nos estudantes e educadores. Por meio do desenvolvimento de sua capacidade de aprendizado matemático, são trabalhadas também a auto-estima, a concentração e a diminuição da ansiedade, tanto no ambiente escolar quanto doméstico.
O que John Mighton diz em Quem se Importa
ü “Em ciências, nós estudamos sistemas lineares onde se você provoca uma pequena mudança, causa apenas uma mudança incremental. Mas agora as pessoas percebem que em sistemas complexos, de uma mudança mínima pode surgir um comportamento totalmente novo. Então eu acho que as pessoas estão sentindo que ações muito pequenas podem somar muito mais rapidamente do que pensávamos antes. E que indivíduos ou grupos pequenos de indivíduos podem realmente transformar um sistema”.
ü “Desde o começo, quando eu vi a alegria nas crianças, a alegria de conseguir solucionar problemas, de usar suas mentes, e o alívio que sentiam ao descobrir que eram inteligentes e que podiam fazer algo... Este foi o primeiro indicador de que havia alguma coisa positiva”.
ü “JUMP é uma filantropia baseada na idéia de que há um enorme potencial nas crianças, intelectual e emocional que nós não estamos nutrindo. Que matemática pode ser uma disciplina maravilhosa e envolvente, que pode abrir portas e mundos inteiros para eles”.
ü “Uma vez que você começa a usar sua mente e conectar-se com o mundo das ideias, das imagens, e também com outras mentes, você percebe que existe uma fonte infinita de alegria constante e de entretenimento que é gratuita, totalmente gratuita”.
JOAQUIM MELO (Banco Palmas / Brasil – www.bancopalmas.com.br )
Melo notou que sua comunidade, o bairro Palmeiras (Ceará), estava finalmente sendo reurbanizado. A antiga favela dava lugar a ruas asfaltadas, comércio, cartas chegando às portas e redes de água e esgoto sendo instaladas. Mas, essa mesma população que tanto lutara para melhorar sua região estava indo embora pelas novas contas que chegavam em suas casas, ou seja, falta de dinheiro para custear a “nova vida” ali.
O que lhe pareceu contraditório funcionou como um motor para sua iniciativa: a idéia era criar mecanismos para manter o dinheiro no comércio local. Para ele, “não existe território pobre, o que existe é a perda de poupanças locais”. Então, nada mais justo que incentivar o comércio legal e estimular o dinheiro a não sair do próprio bairro. Melo criou, então, uma moeda própria, a “Palmas”, aceita hoje até mesmo pelo Banco Central.
O que faz o Banco Palmas
O Banco Palmas é uma prática de sócioeconomia solidária que acontece no Conjunto Palmeira, um bairro popular da periferia de Fortaleza (CE), no qual vivem hoje 32 mil moradores. Seu objetivo é implementar programas e projetos de trabalho e geração de renda utilizando sistemas econômicos solidários, com o intuito de superar a pobreza. O banco funciona junto à Associação dos Moradores do Conjunto Palmeira (ASMONOCONP), que organiza as famílias do bairro desde 1981.
O que Joaquim Melo diz em Quem se Importa
ü “No Palmeiras tem um banner gigantesco que a gente coloca lá na sede que diz assim: ‘Deus criou o mundo, e nós construímos o Conjunto Palmeiras’. Nossa maior honra é dizer esse bairro fomos nós que construímos.”
ü “Qual é a tese central? Qual é a certeza do banco comunitário? Não existe território pobre, não existe bairro pobre, não existe município pobre. Existem territórios, bairros e municípios que se empobrecem porque perdem suas poupanças locais“.
ü “Qualquer território, qualquer bairro, qualquer localidade é portadora de desenvolvimento econômico.”
ü “Esse Banco Palmas, que hoje está em 32 cantos do Brasil e vai se multiplicar muito mais, não surgiu em Harvard, não surgiu na USP, não surgiu na FGV (nada contra todo esse povo, nada contra ninguém), mas surgiu numa favela nos grotões do Nordeste do Brasil”.
ü “A pobreza não é uma sentença. A pobreza não é uma dádiva de Deus, nem uma coisa que não tem jeito, basta que nós possamos aqui produzir, consumir, vender, comercializar uns para os outros. Se eu faço as pessoas acreditarem nisso, eu consigo o que eu quero.”
MARY GORDON (Roots of Empathy / Canadá - www.rootsofempathy.org)
Mary Gordon elaborou um programa que visa diminuir as agressões e violência em escolas. Seu Roots of Empathy deu tão certo que hoje ele está implantado em mais de 450 escolas. Trata-se de um programa feito em salas de aula em que bebês de dois a quatro meses são levados a turmas de adolescentes. A idéia é mostrar aos mais velhos a necessidade do cuidar, do atender, do estar perto. É como se fosse uma alfabetização emocional.
O que faz a Roots of Empathy
O Roots of Empathy (raízes da empatia) é um programa realizado em salas de aula desde 1996 que reduziu significativamente os níveis de agressão entre jovens nas escolas por meio do incentivo do relacionamento com bebês – sempre um deles em um grupo, acompanhado de um instrutor adulto. Esses bebês catalisam a experiência da percepção de seus próprios sentimentos e o do outro, resultando em uma cultura de mais afeto e compreensão.
O que Mary Gordon diz em Quem se Importa
ü “É uma oportunidade para que alunos numa sala de aula criem seu entendimento social e emocional. Para que sejam capazes de cuidar do outro, de aprender sobre a experiência do outro. E o que acontece neste programa é que, quando a empatia deles, a habilidade de entender os outros aumenta, todas as coisas ruins, como bullying, diminuem”.
ü “Existe uma grande tendência chegando à educação que reconhece a pesquisa que diz: O melhor motor para o aprendizado é como nós nos sentimos”.
ü “Há duas partes para a empatia. Tem a parte da ‘tomada da perspectiva’, que é o aspecto cognitivo da empatia. É a habilidade de imaginar como a outra pessoa se sente. E se nós não podemos fazer isso, não podemos chegar ao primeiro estágio de resolução de conflitos, não podemos esperar que haja altruísmo no mundo. Mas a outra parte da empatia é a ética do cuidado. É essencial para a nossa humanidade e por isso você precisa destes relacionamentos afetuosos para estimular o desejo de querer cuidar dos outros”.
ü “Eu não acho que temos o direito de desistir de nenhuma criança, seja ela de 4 ou 14 anos.”
ü “Para crianças pequenas se decidirem ser cuidadosas ou prestativas para o mundo, elas precisam ver exemplos de cuidado e de ajuda. É quase como se empatia não pudesse ser ensinada, mas pudesse ser ‘pega’. É viral.”
SOBRE OS PATROCINADORES
PETROBRAS - O documentário Quem se Importa? foi contemplado para difusão de filmes de longa-metragem em salas de cinema, pela seleção pública do Petrobras Cultural 2010. O incentivo ao audiovisual tem como objetivo formar novas platéias e privilegiar espaços de fomento e circulação da produção nacional. A principal frente de atuação do patrocínio cultural é o Petrobras Cultural. Criado em 2003, é o maior programa de patrocínio cultural já lançado no País. A Petrobras busca contribuir para o fortalecimento das oportunidades de criação, produção, difusão e fruição da cultura brasileira, para a ampliação do acesso dos cidadãos aos bens culturais e para a formação de novas platéias. Busca contribuir também para a permanente construção da memória cultural brasileira, consolidando o trabalho de resgate, recuperação, organização e registro do acervo material e imaterial da nossa cultura, priorizando aqueles em situação de risco e buscando ampliar o acesso a esses conteúdos.
BRADESCO - O Bradesco é um dos bancos líderes do setor financeiro no Brasil. Fundado em 1943, cresceu e evoluiu acompanhando as tendências e os ciclos econômicos do País. Dispõe de uma ampla rede de atendimento, com mais de 59 mil pontos em todo o Brasil. O atendimento aos clientes está segmentado por áreas de especialização, de acordo com o perfil de cada cliente. Seu modelo administrativo preserva o compromisso com as boas práticas de governança corporativa, proporcionando uma política de dividendos que oferece retorno atraente aos seus acionistas e o reconhecimento de sua atuação nas questões socioambientais. É ainda um dos maiores empregadores da categoria no País.
KRAFT FOODS BRASIL - A Kraft Foods Brasil, subsidiária da Kraft Foods Global Brands, LLC. é a maior indústria de alimentos nos Estados Unidos e a segunda maior no mundo. Possui seis fábricas em operação no Brasil, nos estados de São Paulo, Paraná e Pernambuco. Emprega cerca de 11 mil funcionários no país. O portfolio da empresa conta com marcas consagradas como os chocolates Lacta, os biscoitos Club Social e Trakinas, os refrescos em pó Tang, Clight e Fresh, as sobremesas e o fermento em pó Royal, a linha de chás Royal Blend e o cream cheese Philadelphia. Desde fevereiro de 2010, a Kraft Foods Global, LLC. Adquiriu o controle acionário da Cadbury PLC, empresa líder nos mercados de gomas e balas, com marcas tradicionais no mercado brasileiro como Trident, Chiclets, Bubbaloo e Halls.
NATURA - A Natura investe em iniciativas, por meio de apoios e patrocínios, voltadas para três temas principais: a valorização da cultura brasileira, como foco em música, o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento de organizações da sociedade civil. Esses temas de atuação são uma expressão da Razão de Ser da Natura, o bem estar bem, e reforçam as crenças que orientam o nosso comportamento empresarial.
O filme Quem Se Importa faz parte da cesta de iniciativas apoiadas pela Natura por trazer um tema que a marca acredita. Mobilização social é assunto da Natura com sua rede de Consultores e consumidores, é expressão de uma de suas crenças - a ampliação de consciência. Para tanto e para provocar mudança no comportamento em sua rede de 1,421 milhão de Consultores, a empresa criou o Movimento Natura cujos projetos desenvolvidos e as iniciativas sociais apoiadas possuem dois principais pilares: redução de impacto ambiental e transformação social.
WHITE MARTINS - Para a White Martins, sustentabilidade vai além da preocupação com o meio ambiente. É um compromisso com seus clientes, com as comunidades onde atua e com a sociedade. A empresa apoia e desenvolve 35 projetos em todo o país, beneficiando mais de 230 mil pessoas. A White Martins representa, na América do Sul, a Praxair, uma das maiores empresas de gases industriais e medicinais do mundo e única a fazer parte, pelo nono ano consecutivo, do Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Seu portfólio de produtos inclui gases atmosféricos (oxigênio, nitrogênio e argônio), gases de processo (gás carbônico, acetileno, hidrogênio, misturas para soldagem), gases especiais e medicinais, cilindros de aço sem costura, equipamentos para aplicação, transporte e armazenamento de gases, soluções para o mercado de gás natural, nas áreas de GNV (Gás Natural Veicular), GNC (Gás Natural Comprimido) e GNL (Gás Natural Liquefeito), e tratamento de água e efluentes. A empresa investe em inovação para tornar seus negócios e suas operações cada vez mais sustentáveis.
CSN - Marco da industrialização brasileira, em operação há sete décadas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é uma das empresas mais integradas e competitivas do setor em todo o mundo. Atua em toda cadeia do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção de placas e materiais nobres, administra terminais portuários e detém participações em ferrovias e em ativos de geração de energia. Recentemente passou a atuar no mercado de cimentos.
THYSSENKRUPP BILSTEIN BRASIL - Em seus 40 anos presente no Brasil, a ThyssenKrupp Bilstein atende hoje as principais montadoras do país, fornecendo Molas Helicoidais, Feixe de Molas e Barras estabilizadoras com altos padrões de exigência e reconhecimento mundial pela qualidade, desempenho e competitividade. A empresa conta hoje com duas plantas: Em São Paulo/SP, responsável por produtos do mercado pesado, e em Ibirité/MG, com a produção voltada para mercado leve. Sua presença se reflete no âmbito social através de inúmeros projetos no entorno da comunidade.
MCKINSEY & COMPANY - A McKinsey & Company é uma firma global de consultoria de gestão que auxilia a alta gerência de grandes empresas e instituições líderes em seus setores em questões de estratégia, organização, tecnologia e operações. Conta hoje com 100 escritórios em 56 países e está presente no Brasil há mais de vinte anos, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Além de apoiar seus clientes, a McKinsey acredita na importância da sua contribuição social e, ao longo das últimas duas décadas, tem consistentemente contribuído com projetos pro-bono e voluntários. Seu auxílio a instituições públicas e do setor social inclui diversas instituições retratadas no filme "Quem se importa" como Doutores da Alegria, Ashoka, Banco Palmas, CDI e Saúde da Criança. A McKinsey acredita no potencial do empreendedorismo social e sabe que ele pode fazer grande diferença no Brasil.
BRASKEM - A Braskem é a maior produtora de resinas das Américas e a líder global na produção de biopolímeros - posto conquistado graças à operação da unidade industrial do Polietileno Verde, plástico feito a partir do etanol da cana-de-açúcar, matéria-prima 100% renovável. Com a visão estratégica de “ser a líder mundial da química sustentável, inovando para melhor servir às pessoas”, a empresa evidencia seu compromisso de oferecer soluções inovadoras e adequadas do ponto de vista socioambiental. O longa metragem Quem se Importa, patrocinado pela Braskem, traz à tona justamente a mensagem de que servindo às pessoas podemos tornar o mundo melhor e mais sustentável.
GRUPO CAMARGO CORRÊA - Grupo empresarial brasileiro com mais de 72 anos de história e participação relevante no segmento de infraestrutura. Camargo Corrêa é marca de referência nos setores de engenharia e construção, cimento, concessões de energia e de transporte, indústria de calçados e materiais esportivos, indústria naval (com foco em óleo e gás) e incorporação imobiliária.
GRUPO AMBIPAR - O Grupo Ambipar é referência no mercado de gestão ambiental, sempre oferecendo soluções integradas com tecnologia de ponta aos mais significativos segmentos da economia brasileira. A companhia é formada pelas empresas Ambitec Gestão de Resíduos, Ambitec Mão de Obra Especializada, Brasil Ambiental, Suatrans Cotec, Getel, Ambclean, Resi Solution, Bioland e Descarte Certo.
MATTOS FILHO ADVOGADOS - Fundado em 1992, o Mattos Filho Advogados é um dos maiores escritórios de advocacia empresarial do Brasil. O escritório oferece uma ampla gama de serviços e atende a solicitações e demandas específicas dos clientes. Além da equipe altamente qualificada de sócios e advogados, o Mattos Filho Advogados possui reconhecida experiência no ambiente jurídico brasileiro.
TALENT - Criada em 1980 por Julio Ribeiro, a Talent emprega mais de 160 funcionários e é uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Eleita agência do ano pelo Prêmio Caboré por três vezes e reconhecida internacionalmente em festivais de publicidade (como Cannes Lions), a Talent tem em sua carteira de clientes: Santander, NET, Semp Toshiba, Ipiranga, Heineken Brasil, Tigre, Alpargatas, Lojas Americanas e Votorantim Cimentos, Cargill, Embratel, Lojas Americanas, MaxHaus, Meggashop, Sony Ericsson, Tilibra, Santher, Sara Lee, Dafra Motos e a+ Medicina Diagnóstica.
Apoio: AMANA-KEY, ASHOKA, CINEVÍDEO, PANASONIC, QUANTA
Atendimento à imprensa
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