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Uma série de potências, é uma série de funções do tipo
onde os coeficientes da série \(a_n\) com \(n=0,1,2,\cdots\) e os números \(p\) são constantes complexas, \(a_n(z-p)^n\) é denominado o termo geral da série.
Esta série de potências é convergente em \(z=p\), e este ponto, às vezes, é o único ponto no qual a série converge. Em geral, a série pode convergir em outros pontos.
Existe um número positivo \(R\) tal que uma série de potências converge em \(|z-p| < R\), diverge em \(|z-p| < R\), enquanto que em \(|z-p|=R\) a série pode ou não convergir. Este número \(R\) é chamado raio de convergência.
Teorema 1: A toda série de potências
está associado um número não negativo \(R\) tal que a série converge absolutamente para todo \(z\) tal que \(|z-p| < R\) e diverge para os \(z\) tal que \(|z-p| < R\). Quando \(R=+\infty\), a série converge em valor absoluto para todo \(z\in C\). Se \(R=0\) a série só converge em \(z=p\).
Teorema 2: O raio de convergência \(R\) da série
é definido por
Nota: O raio de convergência da série, também pode ser obtido por
quando este limite existe.
Este resultado decorre do estudo da convergência de séries numéricas de termos positivos. Isto resulta da igualdade
O comportamento da série sobre a circunferência \(|z-p|=R\) escapa às informações dadas pelos teoremas anteriores.
Teorema 3: Seja \(R\) o raio de convergência de uma série de potências. Então, a série converge uniformemente em todo disco aberto \(r < R\), concêntrico ao círculo de convergência.
Exemplos:
Toda série de potências da forma
representa uma função analítica no seu círculo de convergência \(|z-p| < R\).
Esta série pode ser derivada termo a termo qualquer número de vezes, logo, a série das derivadas
possui o mesmo raio de convergência \(R\) e também é analítica no mesmo círculo de convergência.
Seja \(f:D\to C\) uma função analítica sobre um domínio complexo \(D\) tal que para todo \(p\in D\), existe uma, e somente uma série de potências convergente em um disco \(|z-p| < R\), (\(R > 0\)) todo contido em \(D\), cuja soma é igual a \(f\) definida por
Este desenvolvimento é a série de Taylor da função \(f\).
Nota: Quando \(p=0\), este desenvolvimento recebe o nome de série de MacLaurin de \(f\) e o teorema acima evidencia a diferença entre o cálculo de funções reais e o cálculo de funções complexas.
Um exemplo clássico para ilustrar esta diferença é dado pela função real tal que \(f(0)=0\) e para \(x\neq 0\) é definida por
Esta função possui derivada de todas as ordens em qualquer intervalo com centro na origem, mas o desenvolvimento em série de Taylor desta função no ponto \(x_0=0\) não converge para esta função.
Mas no caso complexo, o teorema acima garante que, para \(f:D\to C\) possui uma representação em série de Taylor num disco de centro \(p\) contido no domínio \(D\) é suficiente que \(f\) seja analítica em \(D\).
Teorema (identidade de séries de potências): Sejam
duas séries de potências convergentes numa vizinhança \(0 < |z-p| < R\) de \(p\). Se as duas séries acima coincidem nesta vizinhança com ponto de acumulação \(p\), então as potências de \((z-p)\) com iguais expoentes possuem coeficientes idênticos, isto é, \(a_n=b_n\) para todo \(n=0,1,2,\cdots\).
Função exponencial: Esta é uma função analítica em todo \(C\). Obtemos a série de Taylor de \(f\) em torno do ponto \(p=0\). Neste caso:
e assim
para todo \(n\in N\). Assim, o desenvolvimento de Taylor é dado por
válida para todo \(z\in C\), pois esta série possui raio de convergência \(R=\infty\).
Função logarítmica: Seja a função \(f(z)=\log(1+z)\) com o domínio \(D\) sendo todo o plano complexo, excluindo a semi-reta \(S_r=\{x\in R: -\infty < x\leq -1\}\). Esta função \(f:D\to C\) é analítica em \(D\) sendo suas derivadas em \(z=0\) dadas por
então o desenvolvimento de Taylor de \(f\) em torno de \(z=0\) é dado por
O raio de convergência desta série é \(R=1\), e ela é convergente no interior do círculo unitário \(\{z\in C: |z| < 1\}\). Esta série é denominada série logarítmica.
Desenvolvimento binomial: Seja a função \(f(z)=(1+z)^w\) onde \(w\in C\), esta função é multivalente, com ramificação em \(z=-1\). Vamos supor que \(f(0)=1\) e desenvolver a série de Taylor em torno do ponto \(z=0\).
portanto, o desenvolvimento de Taylor é
se \(|z| < 1\), onde o número binomial é definido por:
Exercícios propostos