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A função exponencial é uma das mais importantes da Matemática. Esta função é definida por \(f:R\to R\) através de
No plano cartesiano, podemos obter a reflexão do gráfico desta função em relação ao eixo \(OY\), que nos dá outra função exponencial \(g:R\to R\) definida por
Os gráficos destas funções podem ser vistos abaixo. Notamos que tais funções são positivas. \(f(t)=e^t\) (cor vermelha) é crescente e \(g(t)=e^{-t}\) (cor azul) é decrescente.
Com estas funções, definimos outras funções da Matemática bastante utilizadas nas ciências em geral, inclusive na própria Matemática.
As funções cosseno hiperbólico e seno hiperbólico, são definidas, respectivamente, por:
A função \(\cosh\) é sempre positiva, enquanto que \(\text{senh}\) é positiva para parâmetros positivos reais, negativos para parâmetros negativos reais e se anula em \(t=0\).
Com estas duas funções \(\cosh\) (cor vermelha) e \(\text{senh}\) (cor azul), também podemos definir outras funções da Matemática.
Aplicação: Ao observar um fio usado para transporte de energia elétrica, preso em dois postes, notamos que a força peso do fio faz com que ele fique meio arredondado, dando a impressão que o gráfico formado pela curva representa uma parábola, mas na verdade, tal curva é o gráfico da função cosseno hiperbólico, conhecida como a catenária (do Latim catena=cadeia) pois foi através de uma corrente metálica formada por elos (cadeias) que se observou primeiramente tal curva.
As funções tangente, cotangente, secante e cossecante hiperbólicos, são definidas por:
quando os denominadores são diferentes de zero.
Ao tomar a diferença dos quadrados das funções \(\cosh\) e \(\text{senh}\), obtemos:
efetuando as operações obtemos
que é a relação fundamental da Trigonometria hiperbólica.
A construção da trigonometria circular, é realizada sobre uma circunferência de raio unitário, dada por \(x^2+y^2=1\). Tomando \(x=\cos(t)\) e \(y=\text{sen}(t)\), observamos a relação fundamental da trigonometria circular:
onde \(t\) é o ângulo (tomado em radianos).
Para construir a trigonometria hiperbólica, usamos uma curva denominada hipérbole, representada por \(x^2-y^2=1\). Tomando \(x=\cosh(t)\) e \(y=\text{senh}(t)\), obtemos a relação fundamental da trigonometria hiperbólica, que é:
onde \(t\) é um parâmetro real que pode ser interpretado geometricamente.
Quase todas as propriedades da trigonometria circular podem ser transladadas para a trigonometria hiperbólica, com o cuidado de observar alguns sinais são trocados em algumas expressões.
Para as derivadas (D), temos a tabela:
É possível definir a função inversa de \(\cosh\), que será identificada por \(\text{arccosh}\), assim como de todas as outras funções trigonométricas hiperbólicas. O procedimento é semelhante em todos os seis casos.
Se \(\cosh(u)=t\), obtemos o valor de \(u\) em função de \(t\), denotando-o por qualquer uma das duas formas abaixo:
Pela definição dada na parte inicial desta página, segue que:
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Tomando \(e^u=x\), obtemos \(2t=x+1/x\), ou seja, \(x^2-2tx+1=0\).
Resolvendo esta equação do segundo grau em \(x\) obtemos:
Aplicando o logaritmo natural a ambos os membros dessa igualdade, obtemos:
Assim, a função inversa de \(\cosh\) é a função definida por:
Para calcular separadamente, por métodos comuns, cada uma das integrais:
temos dificuldades, mas calculando as duas ao mesmo tempo, temos o nosso trabalho facilitado! A soma e a diferença dessas duas integrais juntamente com as relações da Trigonometria circular:
Calculando as duas integrais quase simultaneamente, obtemos:
e resolvendo o sistema formado por \(C+S = \pi\) e \(C-S=0\) obtemos:
Aplicação: Já sabemos do Ensino Básico que a área do círculo envolvido pela circunferência \(x^2+y^2=r^2\) é dado por \(A=\pi r^2\). Podemos obter tal resultado através de uma integral com uma substituição trigonométrica.
Vamos explicitar \(y\) em função de \(x\) e considerar esta função no primeiro quadrante para obter para \(0\leq x\leq r\):
A integral dessa função no intervalo \([0,r]\) nos fornece a área \(A\) que corresponde à área da quarta parte do círculo.
Usando a mudança de variáveis \(x=r\text{sen}(t)\), \(dx=r\cos(t)dt\), obtemos:
Para calcular separadamente, por métodos comuns, cada uma das integrais:
temos dificuldades, mas calculando as duas ao mesmo tempo, temos o nosso trabalho muito facilitado!
A soma e a diferença dessas duas integrais juntamente com as relações da Trigonometria hiperbólica,
nos dá:
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Aplicação: Vamos obter a área da região do 1o. quadrante localizada sob a hipérbole \(x^2-y^2=1\), acima do eixo \(OX\) e à esquerda da reta \(x=t\).
Usamos a integral com uma substituição trigonométrica hiperbólica. Inicialmente, vamos explicitar \(y\) em função de \(x\) e considerar esta função no 1o. quadrante para obter, com \(1 \leq x \leq t\):
A integral dessa função no intervalo \([1,t]\) nos fornece:
Com a mudança de variáveis \(x=\cosh(v)\), \(dx=\text{senh}(v)dv\) temos a integral indefinida:
Voltando às variáveis originais, podemos escrever:
Assim, a área desejada sé dada por:
ou