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Resultados
Dos 172 idosos entrevistados 107 (62,21%) referiram dor crônica. Das 101 mulheres entrevistadas 70 (40,70%) referiram dor crônica, e dos 71 homens pesquisados, 37 (21,51%) referiram apresentar dor há mais de 6 meses. Houve maior risco de depressão e depressão com necessidade de intervenção nos idosos com dor crônica que nos com dor aguda ou sem queixas álgicas (p=0,0017). Os locais de maior prevalência de dor crônica foram membros inferiores e região dorsal, com 31,03% e 29,89%,respectivamente, sendo que grande número de idosos referiam dor diária, contínua e de alta intensidade. Os aspectos da vida que sofreram maior interferência foram o sono (66,67%), humor (58,05%) e lazer (47,70%). Em relação aos métodos analgésicos, houve predomínio dos métodos farmacológicos, referidos por 86 idosos (80,37%) e a maioria referiu uso dos antiinflamatórios não hormonais (AINH).
Algumas análises foram realizadas especificamente quanto ao Escore da Escala de Depressão Geriátrica e após a conclusão da coleta com 176 idosos. Conforme analises estatísticas, a prevalência de depressão é maior em idosos com dor crônica (p<= 0,0365). Houve associação com escore de 5 ou mais em idosos que referiram 3 locais ou mais de dores(p< = 0,0150). O auto-relato de tristeza e depressão esta associado à categoria de suspeita de depressão (escore 5 ou mais) (p=0,008) e não encontrou-se associação com o auto-relato de ansiedade (p=0,386) e desejo de morrer (p=1,000).Encontrou-se associação estatisticamente significativa dos escores de depressão com a intensidade da dor (p=0,0218), verificou-se que o escore elevado de depressão foi mais freqüente naqueles que apresentaram dor intensa.
Na coleta de dados de prontuário dos idosos com dor, considerou-se todos os atendimentos referentes ao período de julho de 2006 a julho de 2007. Em 81 prontuários analisados foram encontrados 1105 atendimentos ( média de 13,64 e desvio padrão de 9,9) A dor apareceu como hipótese diagnóstica em 58 ( 71,6%) dos prontuários. Na análise das medidas farmacológicas relacionadas ao controle da dor os medicamentos mais prescritos foram analgésicos comuns em 53,1% dos prontuários, antiinflamatórios em 33,3%, antidepressivos 17,3%, ansiolíticos 13,6%. Quanto às intervenções não farmacológicas não há registro de intervenções específicas para o controle da dor. Somente em 3,7% dos prontuários havia registro de encaminhamento a fisioterapia. Dos 544 atendimentos de enfermagem somente em 74 atendimentos houve registro do conteúdo das orientações realizadas, mas nenhuma incluiu medidas de controle da dor. Os registros em prontuários analisados indicam que mesmo no atendimento de idosos portadores de dor crônica as estratégias de avaliação e controle da dor registradas em prontuários são limitadas a prescrição de medicamentos, fato que pode ocorrer pela não percepção das conseqüências da dor na vida do idoso e pela falta de recursos terapêuticos disponíveis neste nível de atenção a saúde.
Coordenado pela Prof Mara Solange Gomes Delllaroza
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