Defesa de dissertação – Agenciamentos Humano-Máquina e a Produção De Subjetividades No Filme Blade Runner

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No dia 15 de maio, sexta-feira, o mestrando Thiago Cardassi Sanches realizou a defesa de sua dissertação, intitulada Os Replicantes Não Vão Para O Céu: Agenciamentos Humano-Máquina E A Produção De Subjetividades No Filme Blade Runner”. Orientado pelo professor Dr. André Azevedo da Fonseca, a banca de avaliação foi composta pelo professor Dr. Rodolfo Rorato Londero e pelo professor convidado Dr. Fernando Silva Teixeira Filho, coordenador do curso de pós-graduação em Psicologia da UNESP.

Confira o resumo:

O humano é uma formação histórica que tem se revelado cada vez mais problemática na contemporaneidade. Desde o momento em que a presença das máquinas deixou de ser uma variável e tornou-se uma constante, forças materiais e semióticas de ordem tecnológica têm entrado em agenciamento com o composto humano e produzido modos diversos de existência que arrastam os modelos identitários do sujeito humanista para outras formas de produção subjetiva. O presente trabalho discute estes agenciamentos que se dão entre humanos e máquinas e os diferentes processos de subjetivação decorrentes da ampliação de uma matriz sociotécnica da vida. Estas questões são abordadas a partir das problematizações suscitadas pelo filme Blade Runner (Ridley Scott, 1982), uma vez que a ubiquidade da máquina e suas implicações são temas determinantes na obra. A metodologia aplicada constitui-se, portanto, na conjunção de análise fílmica e pesquisa bibliográfica de caráter interdisciplinar envolvendo debates levantados por teóricos das áreas da comunicação, filosofia contemporânea, e estudos culturais, que convergem para uma perspectiva de pensamento distante de modelos referenciais, essencialistas, e universalistas, com destaque para a contribuição de autores como Deleuze, Guattari, Foucault, Nietzsche, Braidotti, Haraway, e Lyotard para este tema. Os resultados da pesquisa permitiram observar que Blade Runner confronta de maneira singular a dicotomia humano/máquina, estabelecendo um plano de equivocidade que indetermina as fronteiras entre ambos. Deste modo, o filme evidencia que os agenciamentos entre humanos e máquinas produzem fluxos de subjetivação múltiplos que não se comportam de forma polarizada, mas concorrem mutuamente na produção da economia subjetiva. Ao mesmo tempo em que podem configurar modos de existência estratificados em modelos normativos e dominantes, também são capazes de produzir pontos de singularização que permitem que os agenciamentos se abram para a criação de outros territórios do sensível pautados por uma ética/estética/política pós-humana.

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