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Transições da vida

 

João Batista Buzato é o famacooquimico que sempre quis ser professor universitário.

       Desde jovem, o sonho de João Batista Buzato, 62, era ser professor universitário. Para concretizar seu sonho, abandonou um curso de graduação em seu início, já que os docentes do curso diziam formar professores para o ensino médio. Ele queria o ensino superior. Hoje aposentado como professor da UEL, Buzato conta sua trajetória.


De família italiana, João Batista Buzato nasceu em Maringá (norte do  PR). “Na realidade meu pai é mineiro. Minha família foi descendo até chegar aqui no sul”, afirma. Formou-se em Farmácia Bioquímica, na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Trabalhou na UEL como docente e se aposentou no início de 2016. Foram 32 anos de trabalho na Universidade.

Quando foi cursar a universidade, João já tinha ideia de seguir a carreira de professor. Sua primeira opção foi ciências biológicas, mas não se identificou muito com o curso. “Eu comecei a fazer biologia, mas as idéias dos professores eram de que os alunos seriam professores de segundo grau e eu queria ser professor de universidade”. Então fez o vestibular para o curso de Farmácia Bioquímica e se formou em 1980.

Para dar ter uma carreira como professor universitário, fez mestrado na Universidade Estadual do Estado de São Paulo (UNESP) em 83. Logo entrou na UEL como docente. “Participei de uma seleção para ser professor. Tinha que ficar um ano e só depois você seria efetivado e eu consegui”. Entrou no departamento de Química inicialmente, depois deu aulas para os cursos de odontologia, medicina, no mestrado e no doutorado em bioquímica.

Em 1988 fez seu doutorado na Grã Bretanha em microbiologia industrial, na área de fermentação. Na UEL, os docentes tinham chances de fazer pós graduações sem se distanciar totalmente da sala de aula, mas João era professor temporário e ficou para o final da fila. Porém decidiu ir somente com a bolsa oferecida pela CAPES. Optou por um edital que era necessário ter vinculado à Universidade, mas não precisaria ser através dela. “Fizemos uma troca. Deixei de ganhar meu salário de 40 horas para ganhar de 8 [horas] e colocaram um substituto no meu lugar. Abri mão do meu salário e fiquei com a bolsa do doutorado”.

Quando decidiu fazer o doutorado teve duas cartas de aceite, um nos Estados Unidos e outra da Grã Bretanha. Escolhe a segunda opção, na Universidade de Sant Andrews, na cidade de Sant Andrews, Escócia. Teve algumas dificuldades fora do país. Durante um ano, sua bolsa não foi depositada e arrumou alguns trabalhos para conseguir se sustentar no início. Finalizou sua tese de doutorado em 92 e logo voltou ao Brasil. Questionado se ficaria fora do país ele diz que não. “Quando você não é de lá, eles te olham diferente, te tratam diferente. Não importa quanto tempo se esta por lá. Mas conheço gente que ficou”. 

Ficou muito tempo na área de microbiologia e sempre teve muitos orientandos. João poderia levar em consideração a proposta de ser sênior na Universidade, mas não quis. “Quando da o tempo, você fica cansado e acha que já está na hora”. Também levou em conta que a área de microbiologia avança muito rápido e não tinha mais a mesma energia para continuar. “Precisaria estudar muito para não ficar para trás. Aposentou muita gente antes de mim, mas entrou muita gente nova”.

Sempre foi muito firme com seus alunos, “se os alunos se lembrarem de mim, é pela minha rigidez”. João admite que nunca se envolveu muito nas movimentações da universidade. “Mas participava das assembléias, apoiei todas as causas, todas as greves”.
Aposentou-se, “este ano estou entre uma coisa e outra, entre a UEL e outra coisa que não sei ainda”, brinca. Estuda duas horas de inglês por dia. “Sou fanático por cinema, vejo um filme por dia”. Lê livros, trabalha com horticultura e pratica atividades físicas. Até começou um livro. “Mas só escrevi 20 páginas. Não escrevo faz muito tempo”. Diminuiu o ritmo da sua vida, tem 60 anos e não está muito preocupado com que vai acontecer.

 

Marina Gallo

 


 


 

 
 
       
 
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