Na época teve que pagar para sair do país. “Enviei uma carta para Geisel [atual presidente] para ele retirar a taxa”, na época, o valor era de cerca de R$2 mil. O tema foi dentro da área de reprodução animal, em fotoperioidísmo. O mestrado fazia parte de um programa que o governo italiano abriu para descendentes do país.
Entrou na Universidade como docente do departamento de medicina veterinária em 1978. E na época, apenas uma ala do Hospital Veterinário estava sendo construída, por causa disso, algumas aulas do curso de veterinária eram feitas no Centro de Ciências Biológicas (CCB).
Antes, a estrutura do HV abrangia somente o departamento de medicina veterinária, hoje são mais dois: preventiva e zootecnia. Em 2016, o HV fez 40 anos com festividades que aconteceram no dia 3 de setembro. Hoje o Hospital realiza perto de 14 mil consultas de animais por ano, além de ser suporte para pesquisas da graduação e da pós graduação.
Além da participação na academia, Bruno Basile participou ativamente da greve de 169 dias da UEL, mas teve que ficar no HV alguns dias de plantão. O Hospital estava com as atividades reduzidas, com poucos docentes, mas tinha muito trabalho. “Conciliar o Hospital com a greve é complicado. É utilidade pública, precisa sempre ter uma escala e ter alguém trabalhando. Não paralisamos totalmente”. “Se os dirigentes não dão condições de ensinar, a greve é para. sensibilizar a população".
Quando a estrutura da UEL estava sendo planejada, colocaram o Hospital no final da Universidade. Segundo Basile, deveria ser perto da rodovia. “Para chegar um animal de grande porte é complicado. É um labirinto. Deveria ter um fácil acesso”. E o atual Hospital não tem espaço e nem estrutura para expandir. “Existia um projeto para construir um novo HV no mesmo local, porém maior. Mas não deu certo”. Mesmo sendo necessária uma ampliação do Hospital, o único espaço para o projeto, é expandindo para o alto.
Ás vezes a situação é precária. Corre risco de chegar um animal que precisa de um tratamento específico e não tem estrutura. “O professor da um jeitinho, a gente trabalha com a sorte”. Mas não deixa de reforçar “há necessidades de um investimento maior. O Hospital deveria ser obrigatório ter determinados equipamentos”.
“Precisamos de uma congregação entre governo, universidade, e servidores. As pessoas precisam para de pensar em política e pensar na universidade”, diz Basile. “Onde é o CECA e a [escola] Aplicação era campineira para alimentar os animais. Onde era a piscicultura, é hoje é a fazenda escola. Foi concedido para o departamento usar a área”. Atrás do Hospital, tinha um hectare de terra que era para ser da UEL, mas a prefeitura não desapropriou e voltou para os antigos donos. “Possivelmente foi decisão do reitor da época ou do conselho”, conta Bruno. Era para a fazenda escola ter mais espaço do que tem hoje.
No decorrer de sua carreira deu aulas de reprodução animal para zootecnia e veterinária. Viu o HV crescer e se orgulha disso. Hoje, Bruno é avô de 3 netos e pai de dois filhos e tira um tempo para ele para a família. Aposentou-se em fevereiro de 2016 e agora aproveita a sua nova rotina.
Marina Gallo |