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Aposentada duas vezes

 

Neusi Aparecida Navas Berbel conta como foi o processo de aposentar em um dia e voltar ao trabalho no outro.

 

Neusi Berbel aposentou-se duas vezes pela UEL. Na primeira vez, deu uma entrevista para o Portal do Aposentado. No entanto, cedeu outro momento para outra entrevista. Em 1994, Neusi Berbel assinou sua primeira aposentadoria. A legislação na década de 1990 era diferente da atual. “Com o tempo de trabalho que eu tinha, precisava/podia aposentar-me. Mas estava iniciando o Mestrado em Educação e eu participava da organização. Tinha disciplina para lecionar”, lembra Neusi. Sua segunda aposentadoria saiu em 2015. Sempre trabalhou na área de educação, mas foi além das atividades do seu departamento.

Para que seu trabalho não fosse interrompido pela aposentadoria, Neusi Berbel fez um processo seletivo para ser professora do mestrado. Este tipo de processo consiste em uma escolha do profissional para um cargo temporário. O processo foi como todos os outros. “Teve uma banca com três pessoas, uma entrevista, aula didática e análise de currículo. Fui aprovada no teste seletivo”. Depois disso, teve mais um processo seletivo para o cargo. Neusi conseguiu a vaga novamente.

Em 1996 saiu um edital de concurso público para a vaga em que ela atuava. Ela prestou o concurso, pediu uma banca externa e conseguiu a vaga. “Pedi uma banca externa para não comprometer meus colegas de trabalho. Consegui passar e até hoje não parei”. Aposentou-se pela segunda vez em 2015. Dessa vez, definitivo.

Tomou a decisão de se desvincular da Universidade por vários motivos. “Penso que 42 anos no mesmo departamento é um bom tempo de trabalho”. A decisão pela família pesou na escolha, “cuidei de um tio durante sete anos até a sua partida aos 97. Observei a fragilidade da saúde se esvaindo”, conta Neusi Berbel. Viver um pouco mais, respirar fora do trabalho foi sua decisão para o futuro. “Não queria chegar aos 70 anos trabalhando”.

Em 1994, resolveu se aposentar porque “todos estavam se aposentando. Falavam que a legislação iria mudar”. Pensou que, como já tinha tempo de trabalho, poderia aproveitar. “Porque na realidade, não queria parar de trabalhar, mas com um salário de aposentada, poderia continuar trabalhando com mais tranquilidade”.

Neusi foi, e ainda é, uma referência, sobre a Metodologia da problematização com o Arco de Marguerez. Publicou muitos trabalhos sobre o assunto tanto na área da educação como em outros setores, como a saúde. Desde 1992 trabalha com essa Metodologia. “Orientei muitas dissertações usando a metodologia como método de pesquisa. Orientei iniciação científica, TCCs, especializações”.

A Metodologia da problematização com o Arco de Maguerez orienta um aprendizado na teoria e na prática. Neusi explica que nas origens do trabalho de Maguerez, “a pessoa observava o que precisava aprender, depois observava  aquilo em uma ‘maquete’, numa simulação. Depois estudava tudo o que deveria estudar para aprender e executava o trabalho em uma simulação e em seguida, em uma realidade”.

Neusi Berbel, inicialmente, desenvolveu seu trabalho com o Arco de Marguerez na área da saúde na Universidade. Em um projeto especial de ensino chamado PEEPIN, que funcionava com os primeiros anos dos cursos do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Medicina, Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia e Odontologia. Os alunos visitavam um posto de saúde, observavam o local e problematizavam a realidade. “Eles definiam o que era preciso estudar e faziam toda teorização do problema. Quando terminavam, eles levantavam hipóteses de solução. Dessas, escolhiam uma ou mais para colocar em prática”, explica Berbel.

Depois da experiência na área da saúde, Neusi Berbel aplicou seus estudos no mestrado em Educação. “Passei a utilizar o método do Arco com alunos do mestrado, das licenciaturas e da pedagogia. Fomos trabalhando na prática e teorizando também e hoje temos 18 livros publicados, incluindo essa temática”. O último livro de Neusi é de autoria única, lançado em 2012. Tem como assunto do seu pós-doutorado. “O objetivo foi buscar a epistemologia do Arco de Maguerez. Um aluno meu achou uma cópia do livro de Charles Maguerez em francês, numa biblioteca do México, publicado em 1966 e me deu de presente. Então eu pude aproveitar para escrever desde a origem até os trabalhos que desenvolvemos os estudos teóricos e práticos”.  O livro se chama “A Metodologia e da problematização com o arco de Maguerez: uma reflexão teórico-epistemológica”, publicado pela editora da UEL, EDUEL.

Neusi considera seu tema de estudo da vida acadêmica como um assunto a “ser usado no ensino, ou na pesquisa ou na extensão. Ainda este ano, Neusi Berbel vai à Brasilia, dar uma oficina na Escola Nacional de Administração Pública sobre a metodologia da problematização. “Uma oficina de três dias para que os professores vivenciem a metodologia, naquilo que pode ser vivenciado na sala de aula”, explica a pesquisadora. Mesmo que tenha se aposentado, ela continua dando palestras e oficinas sobre o assunto. “Outro dia eu fui ao Departamento de Ciências de Alimentos, em fevereiro eu fui ao departamento de artes cênicas”. Trabalha também com temas como Metodologias Ativas e Avaliação da aprendizagem no ensino superior.

Antes de se aposentar, Neusi já planejava o seu futuro. Não queria esperar a aposentadoria para fazer alguma atividade. Desde 1990, ela já fazia rascunhos de desenhos e pintava telas. Hoje, com sua técnica hiper realista aperfeiçoada em Aquarela, que imita fotos em seus detalhes, Neusi ainda frequenta as aulas de pintura. Colocamos algumas obras de sua autoria no site e um pouco do contato dela com a pintura. Clique aqui

 

Marina Gallo

 


 

 

 
 
       
 
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