Material complementar, apostilas, etc.
Algarismos Significativos
A precisão da medida de uma certa grandeza depende principalmente do instrumento utilizado. Como exemplo considere a medida do comprimento de uma barra utilizando-se duas réguas: uma com precisão de centímetros e outra com milímetros. Certamente que a medida com a régua milimetrada é mais precisa, entretanto vale a pena conferir na representação esquemática abaixo.
Utilizando a régua centimetrada pode-se afirmar que o comprimento da barra está entre cm e cm, estando mais próximo de cm. O algarismo que está na primeira casa depois da vírgula não pode ser determinado com precisão, devendo ser estimado. Desta forma, estimamos a medida do comprimento em cm. Nesta medida o algarismo é correto e o algarismo é duvidoso (avaliado ou estimado). Em toda medida apresenta-se os resultado em termos dos algarismos corretos e um duvidoso.
Utilizando a régua milimetrada, sendo que cada centímetro (cm) é dividido em milímetros (mm), podemos com maior precisão dizer que o comprimento da barra esta compreendido entre cm e cm. Nesse caso estimamos o comprimento em cm. Observe que, agora os algarismos e são corretos e o algarismos é duvidoso .
Dado que o resultado de uma medição expressa o valor de uma grandeza física, é muito importante saber distinguir o valor efetivamente obtido no processo de medição, daqueles decorrentes de cálculo ou arredondamento numérico. Assim, dado o resultado de uma medição, os
algarismos significativos são todos aqueles contados, da esquerda para a direita, a partir do primeiro algarismo diferente de zero e composto por algarismos corretos e um estimado ou duvidoso.
Exemplos:
cm - tem quatro algarismos significativos;
m - tem três algarismos significativos;
kg - tem três algarismos significativos.
Significados do zero, à esquerda e à direita
Zeros à esquerda
Zeros à esquerda do primeiro algarismo correto, antes ou depois da vírgula, não são significativos. Refletem apenas a utilização da unidade, ou seus múltiplos e submúltiplos.
Note que se você preferisse expressar o resultado m em centímetros, ao invés de metros, você escreveria cm . Nada se altera, você continua com os mesmos três algarismos significativos.
Zeros á direita
O resultado kg é diferente de kg , pois o primeiro tem três algarismos significativos enquanto o segundo só tem dois. No primeiro caso, o zero é o algarismo duvidoso, enquanto no segundo caso o algarismo duvidoso é o cinco. Isso significa que houve maior exatidão de medição no processo para se obter o resultado kg.
Operações com algarismos significativos
Na multiplicação e divisão com algarismos significativos devemos apresentar o resultado com um número de algarismos significativos igual ao fator que possui o menor números de algarismos significativos.
Exemplo:
,
O primeiro fator tem algarismos significativos enquanto que o segundo tem , portanto o resultado da operação deve ser apresentado com dois algarismos significativos, ou seja .
Na adição e subtração o resultado deve conter um número de casas decimais igual ao do fator com menor casas decimais
Exemplo: .
Dado que o fator é o que possui somente um algarismo na casa decimal, o resultado dever ser apresentado somente com uma casa decimal, ou seja como .
Arredondamento:
Se o algarismo a ser abandonado é menor do que , mantemos o valor do último algarismo significativo
Se o algarismo a ser abandonado é maior do que , acrescentamos uma unidade ao valor do último algarismo significativo.
Notação Científica
Um número expresso em notação científica é escrito na forma
onde , e . O número deve escrito com todos os algarismos significativos.
Ordem de Grandeza
Determinar a ordem de grandeza do resultado de uma medida consiste em fornecer,como resultado, a potencia de mais próxima do valor encontrado para a grandeza. Para isto utilizamos o resultado da medida em notação científica com a seguinte convenção
Eratóstenes e a circunferência da Terra - I
Eratóstenes (em grego: Eratosthéni̱s)
Eratóstenes de Cirene foi um importante geográfo, matemático, astrônomo e filósofo pré-socrático. É um considerado o pai da Geografia na Antiguidade em função dos importantes estudos sobre as medições da Terra que realizou. Foi um dos principais cientistas e pensadores da Grécia Antiga.
Eratóstenes nasceu na cidade de Cirene, antiga colônia grega na atual Líbia, em 276 a.C.
Eratóstenes morreu aos 82 anos na cidade de Alexandria (Egito) em 194 a.C.
Eratóstenes comprovou, pela trigonometria, a esfericidade da Terra e mediu com engenhosidade e relativa precisão o perímetro de sua circunferência.
Num dos rolos de papiro da Biblioteca de Alexandria (da qual também foi diretor), encontrou a informação de que na cidade de Siena (hoje Assuã), ao meio-dia do solstício de verão (o dia mais longo do ano, 21 de junho, no Hemisfério Norte), o Sol se situava a prumo, pois iluminava as águas profundas de um poço. Entretanto, já era de conhecimento que, no mesmo horário e dia, as colunas verticais da cidade de Alexandria projetavam uma sombra perfeitamente mensurável. Conforme concluiu, este fato só poderia ser possível se a Terra fosse esférica.
Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou que se instalasse uma grande estaca em Alexandria. Ao meio-dia, enquanto o Sol iluminava as profundezas do poço em Siena (fazia ângulo de com a superfície da Terra), Eratóstenes mediu, em Alexandria, o
ângulo de inclinação dos raios solares, , ou seja, aproximadamente dos de uma circunferência. Portanto, o comprimento do meridiano terrestre deveria ser vezes a distância entre Alexandria e Siena.
Alexandria e Siena situavam-se a uma distância desconhecida. Para medi-la, Eratóstenes (que a época era diretor da Biblioteca de Alexandria) contratou uma equipe de instrutores(pessoas que eram treinadas para caminhar com passadas regulares e precisas) com seus camelos para que seguissem em linha reta, percorrendo desertos, aclives, declives e tendo que, inclusive, atravessar o rio Nilo. A distância mensurada foi de 5.000 estadia (plural de stadium) ou cerca de km (An empirical determination of the length of the stadion was made by Lev Vasilevich Firsov, who compared 81 distances given by Eratosthenes and Strabo with the straight-line distances measured by modern methods, and averaged the results. He obtained a result of about m). Assim, multiplicando 925 km por 50, conjecturou que o perímetro da Terra seria de km, razoavelmente próximo do valor correto (km).
Algumas equações da cinemática relativística
Este resumo contém algumas equações da mecânica relativística que são necessárias para o propósito de se calcular o comprimento de onda dos elétrons de um feixe de elétrons em um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV).
O comprimento de onda, de De Broglie, associado a uma partícula com momento é
\begin{equation}\lambda\equiv\frac{h}{p},\label{DeBro}\end{equation}
onde é a contante de Planck
\begin{align*}h & =6,62\times10^{-34}\textrm{Js},\\ \hbar & =1,054\times10^{-34}\textrm{Js.}\end{align*}
Dado que a massa do elétron é bastante pequena, e dado que para elétrons com energias cinética da ordem de os efeitos relativísticos são relevantes devemos utilizar
\begin{equation}E^2=p^{2}c^{2}+m_{0}^{2}c^{4},\label{EneRel}\end{equation}
onde é a energia total (cinética de repouso) de uma partícula relativística livre, é o momento relativístico da partícula, representa o valor da velocidade da luz, sendo aproximado para
e a massa de repouso da partícula.
O momento relativístico da partícula de massa é dado pela expressão
\begin{align}\mathbf{p} & =m\mathbf{v}=\frac{m_{0}}{\sqrt{1-\beta^{2}}}\mathbf{v},\label{MomRel}\\ \beta & =\frac{v}{c}.\notag\end{align}
Costuma-se definir a grandeza
\begin{equation}\gamma\equiv\frac{1}{\sqrt{1-\beta^{2}}}\label{gamma},\end{equation}
note que
é o módulo da velocidade da partícula.
A energia total de uma partícula não relativística é a soma de suas energias cinética e potencial
\begin{equation}E=T+U.\label{EneTot}\end{equation}
Para uma partícula livre , sendo portanto a energia total igual à cinética . Já para uma partícula relativística livre, a energia total é a soma da energia cinética relativística com a energia de repouso da partícula, ou seja
\begin{equation}E=K+m_0c^2.\label{EneRelRep}\end{equation}
Substituindo a expressão do momento relativístico, Eq.(\ref{MomRel}), na expressão da energia relativística, Eq. (\ref{EneRel}), obtêm-se que
\begin{align*}E^2&=\gamma^2m_0^2v^2c^2+m_0^2c^4=\left(\gamma^2v^2+c^2\right)m_0^2c^2\\&=m_0^2c^2\frac{c^2-v^2+v^2}{1-\left(\frac{v}{c}\right)^2}=\gamma^2m_0^2c^4\end{align*}
que pode ser escrita, após extrair a raiz quadrada e escolher o sinal positivo, como
\begin{equation}E=\gamma m_0c^2=mc^2.\label{EneRel2}\end{equation}
Combinando as equações Eq.(\ref{EneRelRep}) e Eq.(\ref{EneRel2}) obtêm-se a expressão para a energia cinética relativística
\begin{equation}K=\left(\gamma-1\right)m_0c^2.\label{EneCinRel}\end{equation}
Esta equação pode ser utilizada para calcularmos a grandeza adimensional
\begin{equation}\gamma=1+\frac{K}{m_0c^2},\label{gamcin}\end{equation}
em termos da energia cinética da partícula relativística, ou ainda a velocidade da partícula relativística com uma dada energia cinética
\begin{equation}v=\left[1-\left(\frac{m_0c^2}{K+m_0c^2}\right)^2\right]^{1/2}c.\label{velparrel}\end{equation}
Eratóstenes e a circunferência da Terra - II
Proporções
O comprimento de arco foi medido por especialistas treinados para contar passos muitos regulares, sendo medido o valor stadium. Dado que 1stadia m e o angulo utilizando o tamanho da sombra projetada.
Substituindo estes valores na equação para obtêm-se que
Aristarco de Samos (310 aC)
Aristarco é originário de Samos, uma ilha grega ao leste do mar Egeu. Aristarco foi o primeiro a propor o modelo heliocêntrico para o sistema solar, infelizmente a maioria de seus trabalhos foi perdido em um incêndio da biblioteca de Alexandria.
Para discutirmos alguns dos cálculos de Aristarco, introduzimos a notação
distância Terra-Lua,
distância Terra-sol,
raio daLua,
raio do Sol,
raio da Terra,
diâmetro do cone de sombra da Terra,
distância do centro da Terra ao vértice do cone de sombra.
Aristarco determinou as razões:
A geometria resultante da observação do eclípse da Lua e outras observações que descreveremos posteriormente, juntamente com outras considerações acerca da equivalência de triângulos possibilitaram a determinação das razões anteriores.
Efetuaremos estes cálculos da forma mais próxima possível a originalmente feita por Aristarco, entretanto não necessariamente na mesma ordem. Para iniciar Aristarco observou que durante o eclipse total da Lua o tempo de transido da Lua pela sombra da Terra no ponto onde está a lua é o dobro do tempo necessário para o encobrimento e descobrimento da Lua. Veja a figura a seguir
A conclusão desta observação é a de que a duração do eclipse total é o dobro do tempo necessário para que a lua fique totalmente imersa na sobra da terra. A consequência desta observação é que o diâmetro do cone de sombra da Terra na posição da Lua, é o dobro do diâmetro da Lua, ou ainda
\begin{equation}\label{DiaLuaConeSob}d=2l.\end{equation}
Utilizando a construção geométrica da Figura Fig. X obtêm-se da equivalência dos triângulos que ali figuram
obtêm-se que
\begin{equation}\label{Ari1}\frac{s}{t}=\frac{\mathscr D+S}{\mathscr D}\end{equation}
e
\begin{equation}\label{Ari2}\frac{t}{d}=\frac{\mathscr{D}}{\mathscr{D}+L}\end{equation}
Combinando as equações Eq. {\ref{Ari1}} e Eq. {\ref{Ari2}} obtemos
\begin{equation}\label{Ari3}\frac{\mathscr S}{L}=\frac{s-t}{t-d}\end{equation}
A razão pode ser estimada das seguintes formas:
- 1. O ângulo do diâmetro aparente da Lua é igual ao ângulo do diâmetro aparente do Sol, quando vistos da Terra
A geometria associada a esta figura é esquematizada na figura Fig. Geometria da abertura angular Terra-Lua.
Da semelhança dos triângulos na figura anterior encontramos que
\begin{equation}\label{Ari5}\frac{\mathscr S}{L}=\frac{s}{l}\end{equation}
2. Nas fases quarto crescente e quarto minguante a configuração Terra-Lua-sol formam um triângulo retângulo
A construção geométrica apropriada a esta configuração é
Desta geometria encontra-se que
\begin{equation}\label{Ari6}\sin\delta=\frac{L}{\mathscr S}\end{equation},
sendo que Aristarco obteve para o ângulo o valor e portanto . Segue destas equações que
\begin{equation}\label{Ari7}\frac{\mathscr S}{L}=\frac{1}{\sin 3^o}\sim 19.\end{equation}
Segue das equações Eq. (\ref{Ari5}) e Eq.(\ref{Ari7}) que
\begin{equation}\label{Ari8}\frac{\mathscr S}{L}=\frac{s}{l}\sim 19\end{equation}
Substituindo as equações Eq. (\ref{DiaLuaConeSob}), Eq. (\ref{Ari5}), Eq. (\ref{Ari8}) na equação Eq. (\ref{Ari3}), ob tem-se que
\begin{equation}\label{Ari10}\frac{t}{l}+\frac{t}{s}=3.\end{equation}
Utilizando a equação Eq. (\ref{Ari8}) obtêm-se a razão entre o raio do Sol e o raio da Terra
\begin{equation}\label{Ari11}\frac{s}{t}=\frac{20}{3},\end{equation}
que substituída na Eq. (\ref{Ari10}) fornece a razão entre o raio da Terra e o raio da Lua
\begin{equation}\label{Ari12}\frac{t}{l}\sim 2,85.\end{equation}
Solução do Problema 10 - Cap. 02.
Os gráficos de velocidade por tempo nas figuras Fig.1 e Fig. 2 mostram claramente que para as mesmas distâncias percorridas (áreas sob as curvas) o tempo total do percurso na figura Fig. 2 é bem maior que o da figura Fig. 1. Note que as áreas sob as curvas nas figuras Fig, 1 e Fig. 2 são iguais. Repare que as inclinações das retas são diferentes evidenciando o fato que durante o intervalo de tempo o trem é submetido a uma aceleração enquanto que no intervalo de tempo a uma aceleração ou seja é freado.
Desta representação gráfica concluímos que a estratégia do primeiro percurso, Fig 1, é mais rápida ou seja
.
Note que estamos considerando intervalos de tempo ou seja, após cada intervalo do percurso zeramos o cronômetro para iniciarmos a medição do novo intervalo.
Concluímos então que o tempo necessário para percorrer a distância na primeira estratégia é meno, porém pergunta-se: quanto vale este tempo?
Para responder esta pergunta é necessário descrevermos o movimento em cada percurso. Veja a figura Fig.3
As equações de movimento no percurso no qual o trem é submetido a uma aceleração constante são
dado que o trem parte da origem com velocidade inicial nula teremos
portanto as equações para a posição no primeiro percurso é
Segue destas equações que ao final do tempo a posição e velocidade do trem será
e
.
Já no percurso as equações horárias serão
Entretanto, no tempo que marca o final do deslocamento e início do deslocamento a posição e velocidade inicial não são nulas, mas são os valores finais do movimento no primeiro percurso, ou seja e , resumindo
Desta forma as equações horárias para o percurso são dadas por
Entretanto quando a velocidade final do trem é nula já que ele chega a estação, portanto
Também considerando que no momento em que , a distância percorrida pelo trem é justamente , segue que , portanto a equação para em fornece, utilizando a relação entre e , que
de onde segue que
Desta equação obtemos que
O tempo total do percurso é
Observação acerca do problema 12 do Capítulo 03
O gráfico seguinte é uma indicação sugestiva de como entender o que o problema pede!
Não pouco, mas também não muito sobre colisões elásticas em . Espalhamento
Material das aulas finais do curso. Resumo Fis 1