Projetos
Projetos de Pesquisa
Avaliação sobre o ensino da ficologia no ensino fundamental
A “cegueira ficológica” é um termo que pode ser utilizado para designar a incapacidade de reconhecer a importância das algas na biosfera e no cotidiano. Esta falta de conhecimento sobre a importância de cada ser vivo em um ecossistema pode levar ao não cuidado com o meio ambiente, e também dificultar a percepção dos aspectos estéticos e biológicos exclusivos das algas. Este fato possivelmente está relacionado negligências educacionais, tais como deficiências na apresentação de conteúdos de botânica nos livros didáticos, carência de atividades experimentais e práticas, falta de motivação de alunos e professores, e falta de exposições botânicas. Para confirmação de tais constatações, torna-se imprescindível verificar se existe de fato uma dificuldade na apreensão do conteúdo sobre algas. Diante disso, o objetivo deste trabalho, será diagnosticar os conhecimentos prévios de alunos e professores acerca deste conteúdo, propor uma análise do conteúdo de algas nos livros didáticos de ciências do ensino fundamental, e avaliar a utilização de recursos audiovisuais e sua eficácia na aprendizagem de algas. Para isso, um questionário contendo perguntas sobre as algas e suas importâncias será aplicado para alunos e professores do ensino fundamental. Subsequentemente, o conteúdo sobre algas abordado em livros didáticos que constam no GLD/PNLD 2018/2020 será analisado conforme as Diretrizes Curriculares de Ciências do Estado do Paraná (Paraná, 2008). Uma abordagem de metodologia ativa sobre algas será desenvolvida e aplicada junto aos alunos e professores das turmas avaliadas previamente. Por fim, o mesmo questionário será aplicado novamente para os alunos e professores a fim de se verificar a eficiência da metodologia empregada. No fim do trabalho espera-se verificar se de fato existe uma espécie de “cegueira ficológica” e se esta está ou não relacionado a uma negligência educacional.
Diatomáceas (Bacillariophyta) do Ribeirão Cambé, Londrina, Paraná
As diatomáceas constituem um importante grupo de organismos, respondendo por 20% de toda a produtividade primária do planeta. Estudos sobre a diversidade desses organismos são ainda incipientes em diferentes partes do globo, estimando-se que somente 0,04% das espécies do grupo tenham sido descritas até agora. No Brasil, registrou-se até agora cerca de 1250 espécies do grupo, sendo que a bacia do ribeirão Cambé contribui com 153 delas, registradas a partir de 17 amostras depositadas no Herbário da Universidade Estadual de Londrina (FUEL). Outros 153 táxons de diatomáceas, não identificados ou identificados apenas em nível genérico, foram encontrados nas referidas 17 amostras e outras 72 amostras desse ambiente estão depositadas no Herbário FUEL, mas ainda não foram triadas. Diante do número de táxons não identificados e do baixo número de amostras triadas até agora, estima-se que a bacia do ribeirão Cambé possa compreender um maior número de espécies de diatomáceas do que as conhecidas até agora. O objetivo desse projeto é realizar estudo sobre diversidade de diatomáceas na bacia do ribeirão Cambé, Londrina, Paraná, permitindo o incremento do número de amostras na Coleção de Algas do Herbário FUEL a partir de amostras coletadas recentemente, a caracterização, a documentação e o inventário de representantes desse grupo, a comparação entre floras desse ambiente durante os últimos 15 anos e a verificação dos efeitos de macromudanças ambientais na possível modificação dessa flora. Serão realizadas caracterizações morfológicas estruturais e ultraestruturais que permitirão a identificação e redeterminação de táxons já identificados. A composição florística será então comparada com dados meteorológicos e áreas e perímetros de ocupação e uso de solo.
Diatomáceas (Bacillariophyta) perifíticas do rio Tocantins, no trecho Tocantínia-Palmas, TO
As diatomáceas constituem um importante grupo de organismos, respondendo por 20% de toda a produtividade primária do planeta. Estudos sobre a diversidade desses organismos são ainda incipientes em diferentes partes do globo, estimando-se que somente 8% das espécies do grupo tenham sido descritas até agora. No Brasil, são observadas cerca de 1250 espécies do grupo, sendo somente quatro delas registradas até agora no estado do Tocantins. Diante do baixo número e especificidade de estudos sobre diatomáceas realizados até agora no estado Tocantins, estima-se que a região possa compreender um número mais expressivo de espécies de diatomáceas do que as conhecidas até agora. O objetivo desse projeto é inventariar diversidade de diatomáceas do rio Tocantins, no trecho entre os municípios de Tocantínia e Palmas, TO. Serão realizadas amostragens em diferentes períodos e caracterizações morfológicas estruturais e ultraestruturais que permitirão a identificação de táxons de diatomáceas nessa área. A realização do projeto se dará em três anos, tempo durante o qual se pretende a execução das atividades já propostas, além de orientação de alunos de iniciação científica, apresentação de trabalhos em congressos, e a publicação de artigos.
Taxonomia e filogenia de Cymbellales (Bacillariophyceae)
As Cymbellales constituem um grupo de diatomáceas de água doce distribuído ao longo de todos os continentes do Planeta. A ordem é caracterizada por representantes que apresentam um único cloroplasto formado por duas lâminas identadas ao longo da rafe e adpressas às valvas, lâminas estas unidas por istmo estreito através do qual passa o pirenoide. Assim como o restante das diatomáceas, a taxonomia do grupo baseia-se tradicionalmente na morfologia das frústulas. Entretando, estudos filogenéticos com base em caracteres moleculares e que incluem representantes de Cymbellales têm verificado uma grande diversidade genética entre as espécies e que a circunscrição de alguns gêneros não retratam a real história evolutiva desses organismos. Além disso, esses estudos sugerem que existem padrões biogeográficos de distribuição de determinados táxons. Estudos filogenéticos incluindo representantes de Cymbellales brasileiros ainda não foram realizados. O objetivo desse projeto é estudar os táxons de Cymbellales brasileiro, bem como verificar suas histórias evolutivas. Para isso, espécies dessa ordem serão isolados e cultivados para o estabelecimentos de culturas monoespecíficas. Os táxons serão caracterizados com base em suas morfologias estruturais e ultraestruturais. As culturas servirão como base para extração de DNA genômico e sequenciamento de genes comumente utilizados para diatomáceas. A filogenia de Cymbellales será estudada a partir de análises cladísticas, associando-se os clados com as características morfológicas a fim de verificar os caracteres diacríticos para os diferentes táxons.
Projetos de extensão
Sala Verde Sibipiruna: extensão, pesquisa e educação ambiental
O projeto Sala Verde Sibipiruna: extensão, pesquisa e educação ambiental é uma proposta que teve sua gênese no seio do projeto salas verdes do ministério do meio ambiente (MMA, Brasil), em convocatória ao edital 01/2017. Na publicação do resultado das salas aptas ao processo, em 25 de maio de 2018, o projeto político-pedagógico Sala Verde Sibipiruna da Universidade Estadual De Londrina (UEL) foi selecionado. Seu principal propósito é atuar como espaço de informação, organização e ação socioambiental da sociedade no enfrentamento das problemáticas ambientais. O presente projeto, à luz extensionista, buscará atender diferentes públicos, desde estudantes e professores da educação básica e do ensino superior até demais servidores interessados. A estimativa de público para o triênio é de duas mil pessoas nos territórios de londrina e região (Cambé, Ibiporã, Rolândia e Apucarana), por meio de seis ações, sendo quatro delas extensionistas: (1) E-sala Verde Sibipiruna: difusão de eventos e cursos à distância promovidos pelo MMA, através de mídias da internet; (2) Sala Verde Sibipiruna Capacitação: formação continuada por meio de cursos presenciais; (3) Sala Verde Sibipiruna Juventude: realização de mostras socioambientais a adolescentes e jovens escolares; (4) Sala Verde Sibipiruna Ambientalização: (re)criação e difusão de práticas socioambientais sustentáveis. A quinta ação constituir-se-á, sob a ótica da pesquisa documental, como Sala Verde Sibipiruna Investigação: investigará, dos cursos de graduação da UEL - modalidade presencial, quantos e quais tratam a educação ambiental como disciplinar ou não. O estudo parte de uma perspectiva da ambientalização curricular, no intuito de analisar se os ementários e os programas das disciplinas identificadas apresentam características que se encaixam em um currículo ambientalizado. São apresentados conceitos concernentes à educação ambiental (EA), à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ambientalização, que auxiliarão no processo de compreensão de quais conceitos são abordados nos ementários e em outros eixos dos programas das disciplinas de EA ou afins. Como metodologia da pesquisa, será utilizada a triangulação de dados em uma abordagem da pesquisa qualitativa. O corpus da pesquisa servirá também para alimentar e nortear as atividades extensionistas. A sexta ação, por fim, refere-se à sala verde sibipiruna sarau socioambiental, sob o viés do ensino da disciplina práticas pedagógicas em educação ambiental no 1º ano do curso de ciências biológicas, será realizado um sarau com a possibilidade de que escolares e professores da educação básica possam participar dele em interação com os graduandos. Para a concretização e avaliação de todas as ações da Sala Verde Sibipiruna, serão realizadas reuniões semanais com o grupo de extensionistas e utilizados questionários de satisfação direcionados aos interessados. Espera-se, com o desenvolvimento do projeto, contribuir com uma resposta às demandas das normas legislativas que regem a EA no país, na municipalidade e na própria universidade, propiciando o início do caminhar da UEL pelas redes de ambientalização no ensino superior e no fortalecimento da rede salas verdes do MMA.