Em atividade desde novembro de 1988, o Banco de Leite Humano do Hospital Universitário de Londrina/UEL atua como incentivador do aleitamento materno, convivendo com a preocupação diária em manter estoque de leite suficiente para atender uma demanda crescente a cada ano.

O Banco de Leite trabalha com a prática do resgate do aleitamento materno pois houve a perda desta   prática. Culturalmente e historicamente, havia sido abandonada, graças à indústria de leite não humano.

 Na década de 1970, grupos de países envolvidos com a questão da saúde infantil firmaram um código internacional. Cada país que participou ficou incumbido de fazer a sua norma. Hoje são leis que cada país tenta cumprir, principalmente com relação à propaganda: em que ter ética, não pode ficar falando publicamente mentiras, que o leite de vaca é superior que o leite humano, por exemplo. Os rótulos de latas e caixas de leite não podem mais ter fotos de crianças bonitas, porque as mães olhavam para aquela criança saudável, linda e maravilhosa e iludida acabava comprando o produto. Também não pode ter promoção dos leites modificados que vão substituir o leite humano. “Leve 3 e pague 2”, referente à latas de leite para bebê até um ano, é proibido. Muitas vezes, donos de farmácia ou mercado não sabem disso e a indústria se aproveita. Então, nós temos que saber e estar vigilantes para poder denunciar.

A criança que mama no peito, pode até não ser gordinha, mas ela é saudável, está recebendo nutriente para formar músculos; com o leite de peito a criança adoece menos, o índice de mortalidade é menor e é grátis. A incidência de crianças obesas que foram amamentadas regularmente ao peito e depois começou com a alimentação complementar saudável, é quase zero. E alimentação saudável não se refere à essas papas compradas ou macarrão instantâneo, por que uma criança que está em fase de formação de seus tecidos e sistema nervoso, não pode estar comendo isso diariamente.

 Nós estamos tentando voltar às origens. Iniciar a alimentação complementar a partir dos seis meses e manter o aleitamento materno até os dois anos do bebê. Isso é um custo zero de gasto para a mãe, em termos de leite. Ela vai gastar o tempo e a dedicação dela, mas não vai ter gastos em dinheiro. A mãe que opta por não amamentar, a indicação dela não é substituir por qualquer leite, mas por um que a gente chama de leite modificado. Isso vai ter um custo de, aproximadamente, 25% a 30% do salário mínimo dessa mãe, para ela manter o bebê com quantidade suficiente de leite.