O GEPAL foi constituído em outubro de 2004. Trata-se de um grupo de estudos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (Paraná).
A principal motivação teórica do grupo é o quadro político e social latino-americano que se desenhou em meados dos anos 1990, quando praticamente todos os países da região adotaram, de um lado, o modelo neoliberal de acumulação capitalista e, de outro, cultivaram fortes resistências populares à implantação das políticas neoliberais. Observou-se, neste quadro político, a explosão de inúmeras rebeliões, revoltas, motins, greves, bloqueios de estradas, ocupações de terras etc. pelos mais diversos movimentos sociais da região, além das tentativas de golpes, autogolpes ou semi-golpes. Na América Latina, democracia e neoliberalismo parecem ter uma difícil convivência.
Outro aspecto não menos importante a ser observado é o fato de que tais políticas - voltadas sobretudo à concentração e centralização do capital financeiro - são aplicadas sob regimes democráticos, ou seja, por governos eleitos pelo sufrágio universal. Em outros termos: com o fim das ditaduras militares ocorreu um agravamento da situação econômica e social das classes populares e as promessas dos "democratas" de melhoria das condições de vida das classes subalternas não se concretizaram. Se de um lado os regimes democráticos que emergiram nas décadas de 80 e 90 foram engendrados sob a hegemonia neoliberal, de outro, notou-se o surgimento de novas formas de luta e de resistência a esse novo padrão de acumulação capitalista.
O GEPAL pauta suas investigações em dois eixos temáticos que se inter-relacionam:
1. Análise teórica e política do Estado na América Latina, com ênfase em Brasil, sob o neoliberalismo;
2. Análise das diversas formas de lutas e resistências populares à hegemonia neoliberal, principalmente expressas nos chamados "novos" movimentos sociais, bem como em outras formas contra-hegemônicas.
Nesse sentido, pretende-se agregar estudantes de graduação e pós-graduação dispostos a estudarem o capitalismo dependente latino-americano, além dos efeitos das políticas neoliberais sobre as classes populares.