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Coordenação Geral dos Grupos de Trabalho:
Margarida Maria Dias de Oliveira - UFPB
 
GT 03 - OS USOS DO PASSADO E A DIDÁTICA DA HISTÓRIA
SALA 101

Coordenador: Luís Fernando Cerri – UEPG

Ementa: Utilização extra-escolar da história ensinada. Didatização do conhecimento histórico e luta política. Conteúdos históricos e formação de identidades. Consciência histórica e ensino não-formal da História. Memória histórica.

Resumo: Esse tipo de estudo do ensino da História tem uma de suas principais referências inspiradoras no trabalho de Ferro com manuais, intitulado “Falsificações da História” (na tradução brasileira). Embora voltado a manuais escolares, esse trabalho deu conta das relações entre política, poder e ensino de História ao redor do mundo. Este GT pretende reunir estudos sobre a didatização do conhecimento histórico para a criação de identidades sociais, sejam elas político-territoriais (como determinadas versões do regionalismo e do nacionalismo), de classe, gênero, etc. Compreende-se que esses processos são pedagógicos, embora não necessariamente ligados à relação escolar: ainda assim, influem sobre a escola, já instituem e condicionam esse conhecimento para o pré-escolar e o reformam para o estudante, o egresso da escola ou para quem não teve acesso a ela.

02/09

A História Excluída: O uso dos Cronistas e fontes inquisitoriais para um novo olhar
sobre a História colonial

Ângelo Adriano Faria de Assis - UFF

Apesar do alargamento da noção de fonte histórica e das possibilidades do trabalho do historiador vividos nas últimas décadas, a utilização de fontes em sala de aula pelos professores do ensino fundamental e médio continua quase nula, limitando a construção do conhecimento histórico e do debate em classe. Fontes produzidas pelos mais variados tipos de cronistas que freqüentaram a colônia – como almocreves, viajantes, religiosos, comerciantes, pintores e outros – são pouquíssimo exploradas. Da mesma forma, a documentação produzida pelas visitações do Santo Ofício da Inquisição ao Brasil (denúncias, confissões e os processos daí decorrentes) mostram-se fundamentais não apenas para conhecer a religiosidade vivenciada nas terras brasílicas, mas uma vasta gama de informações sobre a economia, sociedade e o cotidiano.

A importância do Ensino Religioso na formação de uma sociedade mais democrática: o ocaso da liberdade de culto durante a invasão holandesa
Frank dos Santos Ramos - UFF

Esta comunicação pretende levantar a questão da necessidade de um ensino religioso mais democrático e livre nas escolas. Para tanto irá dialogar com o caso da liberdade de culto ocorrida durante o período concernente a Invasão Holandesa, evento único na história do Brasil e praticamente esquecido nos livros didáticos mais usados. Este exemplo demonstraria uma certa tendência de uma classe dominante, ainda muito ligada às tradicionais bases da religião católicas, no sentido de inibir a pesquisa, em nível de ensino fundamental e médio, para o profundo entendimento das várias linhas dogmáticas não-católicas existentes atualmente.

Representações da Independência do Brasil
Silvia Letícia Gonsalves – UNICAMP

Partindo de representações elaboradas por crianças em fase escolar sobre a Independência do Brasil, busca-se tentar compreender a construção destas representações dentro e fora da escola, já que o conhecimento histórico não circula somente na sala de aula e livros didáticos, mas além muros escolares: imagens, museus, literatura infantil e juvenil, rituais cívicos públicos, estátuas, filmes, moedas, cartões telefônicos, enfim, por diversas linguagens e mecanismos que, de certa forma, acabam fornecendo elementos para construção de representações.

03/09

História e Mística Indígena
Fátima Maria Marques de Oliveira –Secretaria Educação Básica do Ceará – Ensino Médio

Partindo dos mitos indígenas publicados por Kaká Werá Jecupé(1998), Eduardo Galeano (1996) e Leonardo Boff(2001), buscamos identificar o simbolismo que permeia a visão de mundo indígena, para nele encontrar uma mística com traços monoteístas. Acreditando que esta verdade histórica não deve ser omitida, resta-nos dar aos povos indígenas – dos quais fazemos parte -, o seu verdadeiro lugar no ensino de História.

Informática e Ensino de História: construindo outras práticas pedagógicas
Márcio de Fátimo Tomaz - UFPR

A análise das relações no processo educacional revela uma história na qual se manifestam, freqüentemente de forma correlata, uma ampla gama de interesses e intenções entre os grupos envolvidos, e essas relações também acabam sendo colocadas na questão de uma efetiva utilização do computador em sala de aula. O presente trabalho pretende investigar e apontar possibilidades para o uso das novas tecnologias educacionais, neste caso especificamente o computador, como proposta para a criação de metodologia de ensino que ajude o aluno a aprender e o professor a ensinar História, contribuindo para a construção de um saber mais interativo, pela utilização de recursos, programas e linguagens adequado a uma educação baseada na informática.

Representações do Saber Histórico entre Jovens do Ensino Médio
Maria Rosa Chaves Kunzle – UFPR

O trabalho tem como objetivo estudar as representações dos alunos do Ensino Médio sobre a história do Brasil, principalmente sobre a temática da Nação. Outros temas relacionados ao ensino da história também apareceram, em função da metodologia escolhida: um questionário elaborado no âmbito da Comunidade Européia, denominado “Juventude e História”. Para a presente pesquisa, o questionário original europeu foi modificado para atender a realidade brasileira. Além do questionário foram elaboradas entrevistas com os alunos, dando um caráter qualitativo à pesquisa. Este trabalho pretende lançar algumas hipóteses sobre a consciência histórica dos alunos e suas relações com o ensino e com as representações sociais.

04/09

Musica popular brasileira nos anos 70: a censura e a repressão
Alexandre Felipe Fiúza – UNIOESTE/ Cascavel

Esta comunicação tem o intuito de discutir a canção como opção metodológica nas aulas de história não apenas a partir de seu aspecto mais óbvio, a própria gravação, mas adentrar no universo em que está envolvida: a indústria fonográfica; a censura prévia; a linguagem musical; a relação com movimentos musicais, políticos e culturais. Em particular, abordará o embate entre o músico e o Estado (representado pelo censor) explicitando as concepções de Estado brasileiro, de moral e de segurança nacional presentes nos pareceres da Censura.

A representação do “bom professor” em imagens fílmicas e pictóricas
Ana Heloísa Molina – UEL

A partir da construção do perfil do bom professor veiculados em filmes realizados nos Estados Unidos na década de 80-90, percebemos o delinear de representações acerca deste profissional em outros meios culturais como novelas, propagandas e pinturas. Em um primeiro momento apresentar-se-á alguns elementos teóricos sobre o tema e em um segundo momento, debates e demonstração de pesquisas concluídas ou em desenvolvimento sobre o tema.

As relações entre o ensino de História, o cinema e o poder na Era Vargas (1930-1945)
André Chaves de Melo Silva – USP

Esta pesquisa analisa as relações entre o ensino de História, a imprensa e o cinema enquanto instrumentos de propaganda e controle do regime varguista sobre a sociedade brasileira, a serviço de uma estratégia de formação de uma identidade nacional que atendesse aos interesses do governo. O estudo se concentra sobre os programas e currículos de História criados pelas Reformas Francisco Campos (1930) e Gustavo Capanema (1937) e suas relações oficiais e não oficiais com os cinejornais produzidos pelo DIP e que hoje integram o acervo da Cinemateca do Estado de São Paulo. Atualmente estamos em fase de análise dos cinejornais por meio da adaptação ao nosso objeto de estudo de algumas técnicas de análise fílmíca e da comparação dos conteúdos presentes nessas obras e previstos nos programas de ensino de História.

Quadrinhos e o Ensino de História
Selma de Fátima Bonifácio – UFPR

A presente pesquisa discute a inserção das HQ’s ( histórias em quadrinhos) no ensino de História, de forma sistematizada. Nos últimos anos, a produção das quadrinhos tem crescido amplamente, aproximando-se, cada vez mais, de outras linguagens, como o cinema. Buscando uma fundamentação e inter-relação com as questões concernentes à educação, à cultura, à comunicação e o cotidiano, serão tomados como referência autores como Apple( 1989), Bourdieu (1999) e Citelli ( 2002) que analisam o papel tradicional da escola e a importância da comunicação e da cultura extra-escolar. Para sistematizar a relação dos quadrinhos com o ensino de História, buscar-se-á referencial em autores como Monteiro(2002) e Bittencourt (1997), ao analisarem metodologias e práticas escolares.


GT 04 - LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA: OBJETO DE ESTUDO E FONTE DE PESQUISA
SALA 102

Coordenadora: Circe Bittencourt – USP

Ementa: Uma primeira parte será a apresentação de um balanço de pesquisas sobre livros didáticos de História. A segunda parte será dedicada a debates, com apresentação de pesquisas já concluídas ou em desenvolvimento sobre o livro didático, considerando dois aspectos centrais:- um aspecto relativo ao livro didático como objeto de pesquisa do ensino/aprendizagem de História e um segundo destacando o livro didático como fonte para pesquisas sobre o ensino de História e sobre a História da Educação, destacando pesquisas sobre organização de acervos relativos a este objeto cultural.

Resumo: O GT sobre pesquisa de livro didático de História tem sido organizado em encontros anteriores, tendo se constituído em um grupo com certa unidade que tem compartilhado e debatido trabalhos já produzidos e/ou em andamento, contribuindo para avanços nas pesquisas sobre o tema. Considerando os diversos enfoques e abordagens de que o livro didático tem sido investigado, consideramos oportuno destacar dois aspectos centrais em torno da investigação sobre este objeto cultural. Um deles refere-se à importância de um balanço sobre as pesquisas sobre o tema, considerando que o livro didático de História, entre nós e também no exterior tem sido o mais pesquisado, comparando-se às demais disciplinas escolares. É importante, portanto, para o avanço da pesquisa, debater os enfoques e abordagens já realizadas ou em andamento e, nesse sentido, situarmos com maior segurança, o atual estágio e as contribuições das pesquisas da área tanto para o ensino de História como para a própria história da educação escolar.

02/09

O ensino de História do Ceará no início do século XX
Almir Leal de Oliveira – UFC

O objetivo desta comunicação é analisar como o ensino de História do Ceará se deu através de dois livros didáticos: a Revista dos Educandos, livro de leituras do Instituto de Humanidades, publicado em 1908 e do livro didático de Cruz Filho, História do Ceará – Resumo didático, publicado em 1931 pela Cia. Melhoramentos do Brasil. Pretendemos apresentar como as teses do Instituto Histórico e Geográfico do Ceará (1887) foram sintetizadas e reproduzidas para fins didáticos. O ensino de História do Ceará vulgarizou os temas, datas e fatos locais como instrumento de inculcação dos valores patrióticos e das práticas comemorativas no interior da formação dos estudantes de cursos primários e secundários em Fortaleza. Fundiram-se nessa pedagogia da história do Ceará os valores de pátria cearense e os conteúdos construídos pelas narrativas historiográficas.

Fontes iconográficas nos livros didáticos de História: instrumentos para a (re) produção da memória da Independência do Brasil
Ana Teresa de Souza e Castro da Purificação – USP

A reflexão a ser apresentada tem como objetivo contribuir com o debate que envolve a reprodução iconográfica nos livros didáticos de História e é resultado do levantamento e análise das fontes presentes em quatro livros didáticos publicados na última década. Esse agrupamento leva em conta que as fontes reproduzidas adquiriram significados diferentes no conjunto de cada obra. No entanto, mostrando como o tema da Independência do Brasil é tratado em cada uma, como estão articuladas com os textos e exercícios em função do tratamento dado e suas implicações frente ao conhecimento histórico, o trabalho evidencia que a incorporação das fontes iconográficas não quer dizer questionamento sobre os “ícones” da independência. Estes reforçam o processo que instrumentaliza a própria história e o conjunto de interpretações que constituem a memória construída e a ser construída no momento de sua utilização em sala da aula.

Os negros e os africanos nos livros didáticos de História: entre representações e esquecimentos
Anderson Ribeiro Oliva –UNB

O Ensino de História e a confecção de livros didáticos têm passado por significativas mudanças no decorrer das últimas duas décadas. Ora influenciados pelas contribuições das perspectivas marxistas que inundaram os livros didáticos nos anos 80, ora pelas novas perspectivas historiográficas os manuais e a abordagem dos conteúdos em sala, tenderam a buscar uma análise mais reflexiva acerca da História e uma formação participativa por parte dos alunos. De forma semelhante as pesquisas acerca das relações raciais, da história dos afro-descendentes e da História da África têm mostrado um quadro marcadamente desigual entre os grupos que compõem a sociedade brasileira e um grande descompasso entre esses estudos e debates acadêmicos e os conteúdos que eram e são ensinados nas escolas. Tal fato, conseqüentemente, acabou (a) por perpetuar nas novas gerações de estudantes que ingressaram (am) e se formaram (am) em nossas escolas públicas e privadas, uma visão simplista e marcada por generalizações sobre a história e a cultura dos afro-descendentes e da África. Percebe-se a mesma tendência na produção didática, com suas tímidas e superficiais abordagens sobre a temática. Tal constatação nos remte à reflexão e à iniciativa de promover mudanças nos programas, na confecção dos livros e na capacitação dos professores para que possam modificar as abordagens imprecisas acerca das questões citadas. A partir do quadro apresentado a presente pesquisa tem como objetivo maior promover reflexões acerca das formas como os afro-descendentes, os africanos e a História da África são representados e tratados nos livros didáticos produzidos no Brasil a partir da década de 1990.

Escolarização: uma perspectiva de análise dos livros didáticos da História para crianças
Araci Rodrigues Coelho - Escola Fundamental do Centro Pedagógico/UFMG

Este trabalho visa apresentar o quadro teórico da dissertação: Escolarização do tempo histórico pelos livros didáticos da História para crianças: uma análise dos livros didáticos de História (1º a 4º anos) do PNLD 2000/2001. Essa pesquisa situada no campo do Ensino de História e dos Saberes Escolares, teve como objetivo de descrever e analisar como o tempo está sendo construído como um saber escolar pelas três Coleções de livros didáticos de História de 1ª a 4ª séries, selecionadas pelo PNLD 2000/2001. Escolarização, conceito central desta pesquisa foi tomado como um conceito amplo, que nos permitirá construir um quadro teórico em que, a fim de demarcar as diferenças entre os saberes escolares e aqueles da cultura em geral, nos possibilitará operar com categorias do campo da sociologia, como currículo formal e currículo real (1985); transposição didática (CHEVALLARD, 1985); PERRENOUD, 1993; cultura escolar, saber escolar (FORQUIM, 1992, SACRISTÀN, 1996), ou, ainda, com as contribuições da “História das disciplinas escolares”.

Horizonte transversal: A difusão do conhecimento científico sobre o “Meio Ambiente” nos livros didáticos de história (1992-2002)
Jozimar Paes de Almeida – UEL

Minha preocupação central a ser desenvolvida nesta pesquisa, objetiva realizar um estudo crítico sobre a difusão do conhecimento científico na abordagem do tema transversal meio ambiente, nos livros didáticos de história do primeiro ciclo e de maior circulação nacional, buscando analisar os conceitos que a história ambiental aborda e que são frutos das questões ecológicas que se consolidaram em nossa sociedade contemporânea. Recorto a periodização a partir do ano de 1992, por ocasião da realização do Encontro da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, na expectativa que seus desdobramentos quanto a temática tenham se dissipado também, por intermédio das publicações didáticas.

03/09

Memória de luta: um olhar sobre a concepção de História na cartilha do MST
Flávia Pereira Machado - Universidade Estadual de Goiás

A partir da análise da cartilha do MST “A história da luta pela terra e o MST”, elaborada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), visamos a percepção dos elementos constitutivos da identidade “sem-terra”, nos detendo à discussão sobre a concepção de história formulada pelo MST, estando esta expressa na cartilha, ao apresentarem a proposta de construção de uma história, segundo a perspectiva dos camponeses sem-terra, “reconstituindo” a memória de luta pela terra, contrapondo desta maneira, a visão oficial de uma história em que os conflitos, contradições e diferenças são constantemente invisibilizados, a fim de atender os interesses hegemônicos.

A temática indígena nos livros didáticos de História do Brasil do Ensino Fundamental – 5ª a 8ª séries
Isabel Cristina Rodrigues – UEM

Os conteúdos de história ensinados nas escolas de ensino fundamental e médio, no Brasil, são baseados quase que unanimemente nos livros didáticos destinados a cada série. A abordagem dada aos conteúdos não difere muito de um título para outro e a composição do livro é feita com base nas determinações das políticas educacionais vigentes em cada época histórica.Neste sentido, nosso objetivo, neste trabalho, foi o de analisar como os conteúdos sobre a temática indígena são apresentados nos livros didáticos de história destinados aos terceiro e quarto ciclos (quinta a oitava séries) do ensino fundamental no Brasil. Os livros, por nós selecionados, foram aqueles mais adotados nas escolas estaduais, que compõem o Núcleo Regional de Maringá, estado do Paraná, no período de 1990 a 1998. Período este que corresponde à vigência do Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná e que antecede a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Prática e produção didática em História: algumas considerações
Janaína de Paula do Espírito Santo – UFPR

O presente trabalho constrói suas indagações principais no processo de estruturação dos conteúdos em História no Brasil, e sobre a forma como estes são apresentados hoje, procurando, relações entre a produção no primeiro período republicano, e a produção atual, na tentativa de aprender alguns “movimentos” do processo histórico de seleção dos “conteúdos”, nos livros de História adotados pelo sistema escolar brasileiro, e suas adequações durante a constituição da identidade coletiva da nação, reflexionando sobre as escolhas que tem permeado o trabalho educativo em história, para uma análise da construção e transmissão dessa cultura escolar no processo de consolidação da disciplina.

A Pré-História do Brasil nos Livros didáticos de História para 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental
Márcia Cristina Marinoci / Isabel Cristina Rodrigues – UEM

Esse trabalho objetiva apresentar os resultados de minha pesquisa de iniciação científica onde busquei analisar a abordagem dada pelos livros didáticos de história, à Pré-História do Brasil e sua importância no ensino. Para essa análise foram tomados por referências textos de livros didáticos de História destinados aos terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental – 5ª a 8ª séries – das coleções indicadas pelo Plano Nacional do Livro Didático para 2002 – PNLD/2002 – do Ministério da Educação e Cultura (MEC) que atendem as recomendações previstas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de História. Parto da constatação de que apesar do considerável aumento da produção acadêmica sobre a Pré-História e Arqueologia, existe ainda um escasso espaço dedicado aos temas relativos à Pré-História de uma forma geral e, mais escassa ainda à Pré-História do Brasil destinados à formação básica, predominando uma espécie de “texto único” que se repete nos livros de diferentes autores, seja através de documentos textuais ou imagéticos.

04/09

Da pesquisa à sala de aula: questões acerca da elaboração de um livro de História do Brasil para o ensino médio
Marly da Silva Motta/ Américo Oscar G. Freire - CPDOC/FGV - CAp.UFRJ

O trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões de caráter preliminar que tiveram origem na elaboração de um livro didático de história do Brasil para o ensino médio. Três questões deverão ser exploradas: 1) o tema da inter-relação entre o formato do livro e a apresentação do conteúdo; 2) a adoção de estratégias com vistas a dar maior destaque ao uso da imagem como documento histórico; 3) a estruturação do conteúdo em dois eixos ordenadores: América Portuguesa, no qual se discute a ação colonizadora portuguesa e o processo de formação da sociedade colonial, e Império do Brasil, no qual a linha mestra é a análise do projeto monárquico de construção do Estado brasileiro.

Um estudo sobre a causalidade no ensino de História
Miriam Hermeto de Sá Motta - Fundação Educacional de Divinópolis / UEMG

O trabalho consiste em um estudo epistemológico de livros didáticos de História contemporâneos. O foco central de análise é o tratamento da causalidade nas três coleções didáticas mais vendidas no Brasil em 2002 (especificamente os capítulos que tratam do tema Revolução Francesa). Para tanto, adota-se um duplo referencial teórico sobre a causalidade: no viés cognitivo, a teoria da equilibração majorante, de Jean Piaget; no viés historiográfico, a nouvelle histoire. A partir do marco teórico, a causalidade foi tomada como sinônimo explicação histórica e adotou-se como critério de análise a relação entre as concepções explícita (declarada) e implícita (não declarada) de explicação histórica dos autores.

Investigação acerca do ensino de História: teoria, prática e método
Siliandro Rocha de Souza / Nivie Batista Mendes de Souza - São Camilo - ES

Esta comunicação traz o resultado de uma pesquisa realizada em algumas escolas dos ensinos fundamental e médio da cidade de Cachoeiro de Itapemirim ? ES, sob orientação da professora Jaqueline Ramalho Nogueira Santos ( Mestre Ciências Sociais UCAM/IUPERJ- docente São Camilo-ES ). Essa investigação aponta para três questões relevantes: a primeira analisa como se processa o ensino/aprendizagem de História nos ensinos fundamental e médio ( Público e Privado ); a segunda reflete a forma de utilização do livro didático; a terceira analisa a reação do aluno diante da metodologia aplicada pelo professor. Os resultados mais expressivos do estudo foram: a) a diferenciação do processo de ensino nas redes pública e privada; b) a utilização do livro didático pelo docente, ora como um dos instrumentos de aprendizagem ( minoria dos casos ), ora como instrumento único; c) diante da metodologia, tendo o livro didático como único instrumento, a aprendizagem mostrou-se deficitária, mas, por outro lado, o uso de uma metodologia interativa com recursos variados revelou uma aprendizagem mais eficaz.

Os manuais escolares do ensino médio como recursos para a reflexão sobre o ensino de História: exemplos brasileiros, mexicanos e argentinos
Vitória Rodrigues e Silva - UNIFAI/USP

Os manuais escolares têm sido utilizados freqüentemente como objetos de pesquisa. Em nosso estudo, interessa-nos conhecer as concepções de historia e de aprendizagem presentes em livros brasileiros, mexicanos e argentinos atuais, de modo a verificar como elas se relacionam, resultando em certas propostas de ensino dessa disciplina. Nesses três países, reformas educacionais recentes visaram proporcionar alterações nos currículos escolares como forma de melhorar a aprendizagem e o rendimento escolar dos alunos. Por outro lado, a forma de produção e comercialização dessas obras têm características distintas nesses países. Em que medida esses fatores contribuem, ou não, para que diferentes concepções de história e de ensino estejam presentes nos manuais escolares é o objetivo central desse nosso trabalho.


GT 05 - O ESTÁGIO DE PRÁTICA DE ENSINO E A FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA
SALA 103

Coordenadora: Kátia M. Abud – USP

Ementa: Este GT pretende discutir as novas propostas oficiais, emanadas do Ministério da Educação, relativas à formação de professores (neste caso, as que envolvem diretamente os cursos de História), principalmente no que dizem respeito á reorganização da prática de ensino, entendida especificamente como o estágio nas instituições escolares. Pretende ainda, colocar em discussão as formas de adequação encontradas pelos cursos de História.

Resumo: Propostas governamentais de mudança na organização dos cursos de formação de professores, especialmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de formação de Professores, vêm provocando discussões e diferentes interpretações no âmbito das instituições universitárias que mantém cursos de formação de professores. Uma das principais mudanças colocadas pela reforma é a carga horária dos estágios de prática de ensino, que passa de 300 h para 400 horas e a introdução de mais 400 horas para as atividades práticas, que mesmo voltadas para as questões de ensino e aprendizagem devem ser realizadas em instituições de natureza cultural/educacional, como museus, arquivos, laboratórios, etc. O papel do estágio e das atividades, seus possíveis reflexos e as possibilidades de conciliação da sua carga horária, com as disicplinas tanto da ciência de referência como as de natureza pedagógica serão os principais objetos de reflexão no desenvolvimento dos trabalhos do GT.

02/09

História Oral e Memória de Bairros – um trabalho no Jardim Alvorada
Jander Marcelo Conchon/ Osafá Pereira Cruz/ Isabel Cristina Rodrigues – UEM

Desde meados do século XX ocorre uma expansão do uso de fontes para o entendimento da história. Dentro deste contexto surge uma nova alternativa que potencializa o estudo das sociedades humanas: a história oral. Este ramo propicia calorosos debates e discussões no meio universitário, tornando-o cada dia, mais rico em suas várias possibilidades. Uma destas possibilidades é o uso da interdisciplinaridade acadêmica quando se parte para uma pesquisa com esta fonte. No caso do presente trabalho ocorre a união da história com o estudo da linguagem. Esta pesquisa pretende demonstrar a importância da oralidade dentro de uma pesquisa histórica, abrindo caminhos para pesquisas conjuntas entre os graduandos de História e o de Letras. Realizada num colégio público da cidade de Maringá, está realizando junto com os alunos, entrevistas de antigos moradores do bairro Jardim Alvorada, que relatam as suas experiências vividas, suas histórias, suas memórias acerca da constituição da localidade onde residem.

A experiência da prática de ensino de História na região noroeste do Paraná – o caso da UNESPAR/FAFIPA – Paranavaí
José Augusto Alves Neto - UNESPAR/FAFIPA – Paranavaí

Oficialmente, a área de abrangência educacional da UNESPAR/FAFIPA - Paranavaí corresponde a 23 municípios da região noroeste do Paraná. Na prática atendemos acadêmicos oriundos de muitas outras cidades, e até de outros estados (p. ex. SP e MS). O curso é noturno, a disciplina é nomeada de “Prática de Ensino/Estágio Supervisionado em História no Ensino Médio”, com 204 h/a. Nossa experiência teve início no ano de 2001, e a princípio optamos pela realização do estágio supervisionado nas localidades de origem dos acadêmicos; depois optamos por atendê-los na cidade de Paranavaí (2002). As duas alternativas produziram alguns bons frutos, e também geraram muita resistência (algumas veladas, outras explícitas) por parte dos sujeitos envolvidos no processo.

Relato de Experiências das Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio Supervisionado do Curso de História  - Centro Universitário UNIVAG/MT.

Maildes Delgado Sampaio – UNIVAG/MT

03/09

O ensino de História: as estratégias de modelagem dos corpos
Leonardo Rodrigues de Moraes - Universidade Salgado de Oliveira/ Goiânia

A proposta do presente trabalho trata-se de fazer um estudo sobre as tecnologias de engendramentos estabelecidas na educação e, mais especificamente no Ensino de História, numa tentativa de entender como o poder do ensino, intevém nas práticas sociais, bem como as práticas sociais estabelecidas em uma sociedade também são interventoras nas estratégias do ensinar. Poder, entendido na acepção que lhe dá Foucault, percebido na multiplicidade de sua ação e efeitos que o mesmo possibilita na ação diárias, especialmente tendo como cenário as escolas públicas de Goiás, no final do século XIX. Ao analisar as estratégias de poder, presente nas práticas de escolarização, perceber como diferentes dispositivos estão marcando e, portanto, modelando os corpos, das meninas e meninos dessas escolas.

Estágio Supervisionado – novas possibilidades na formação de professores
Marilda Iwaya / Maria do Carmo do Amaral – Universidade Tuiuti do Paraná

O projeto de Estágio Supervisionado do curso de licenciatura em História da Universidade Tuiuti do Paraná está desenvolvendo-se no sentido de favorecer a percepção de aspectos ou problemáticas pouco exploradas pela escola, possibilitando a construção de outros saberes, que poderão dialogar com os saberes pedagógicos. Esta atitude de constante indagação e busca no interior da escola tem conduzido os estagiários a inúmeras fontes, certamente pouco exploradas, contidas nos arquivos escolares, arquivos públicos ou particulares, favorecendo assim a formação do professor-pesquisador. Após a conclusão das pesquisas, estas deverão ser tomadas públicas e trazerem contribuições para a escola, seja no sentido do fortalecimento de identidades, seja para o encaminhamento de futuras ações.

As representações da cultura jovem da década de 60 no movimento estudantil secundarista de São Paulo
Milton Joeri Fernandes Duarte- USP

Essa pesquisa tem como foco principal o discurso sobre a cultura jovem, na segunda metade da década de 60, no Brasil, influenciado pelas representações acadêmicas dos protagonistas do período, reflete no imaginário e nas representações sociais dos alunos do Ensino Médio ligados ao movimento estudantil secundarista de São Paulo representado pela UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo), entidade que representa 3 milhões de estudantes de ensino fundamental e médio , cursos supletivos, pré-vestibulares e cursos livres da capital paulista. Por meio dessa pesquisa, colocando em foco a segunda metade dos anos 60, poderei explicitar algumas representações dos jovens estudantes de hoje em confronto com o imaginário dos anos 60 no Brasil, podendo estabelecer novas estratégias pedagógicas que aproximem a “visão de mundo” do aluno das representações acadêmicas do conhecimento histórico.

04/09

O CEFAM de Presidente Prudente – SP: o estágio de observação e os relatos das aulas de História da Educação em nível médio da parte dos alunos do curso de Pedagogia da UNESP de Presidente Prudente/SP
Rachel Silveira Wrege – UNESP/ Presidente Prudente

Dentre as inúmeras disciplinas de cunho pedagógico a serem estagiadas pelos alunos do curso de Pedagogia da UNESP de Presidente Prudente, uma delas é a de História da Educação. Na fase antecedente às aulas de intervenção ou regências, os alunos são orientados a observar meticulosamente as matérias pedagógicas, sendo que muitos escolhem realizar o estágio em História da Educação. Tenho acompanhado e orientado o respectivo estágio há cerca de 9 anos, sendo que percebo uma ênfase no uso do livro didático, como única fonte de recurso a ser utilizada em aula, a partir do que constato nos relatos de experiência dos alunos na fase do estágio de observação. Predominam os textos publicados por Nelson Piletti. Torna-se pertinente, então, desencadear e levantar questões relativas a esta única opção.

O Estágio Curricular de Ensino de Alunos do Curso de História da UFSC; alguns elementos para compreensão de sua formação inicial para professor
Vera Cristina de Oliveira -UFSC

Este texto é fruto de pesquisas realizadas no curso de graduação e no curso de mestrado, em andamento. Apresenta um levantamento de caráter diagnóstico acerca das percepções de alunos do Curso de História da UFSC sobre sua experiência com a prática de ensino durante o estágio. A pesquisa originária, de cunho qualitativo, sinaliza elementos e questões que se articulam com os debates atuais para a reestruturação dos cursos de formação inicial de professores de História. O recorte para essa análise compreende basicamente a década de 90, sendo as fontes constituídas por Relatórios de Estágio, depoimentos colhidos por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas junto aos professores e por documentos elaborados no âmbito do Curso de História (UFSC). A análise dos dados permite afirmar que é necessário que os cursos de formação inicial reconheçam e valorizem as experiências e os conhecimentos dos alunos e professores egressos, promovendo uma aproximação maior com a escola, o que não implica na valorização demasiada dos saberes da prática em detrimento dos disciplinares, eliminando sua compreensão teórica, mas sim, para que se amplie o conceito de prática.


GT 08 FORMAS DO CONHECIMENTO HISTÓRICO NA SALA DE AULA
SALA 104

Coordenadoras: Isabel Barca – Universidade do Minho / Maria Auxiliadora Schmidt - UFPR / Tânia B. Garcia - UFPR

Ementa: O GT “Formas do conhecimento histórico na sala de aula” propõe-se a discutir, sistematizar e levantar questões acerca da relação ensino-aprendizagem de história na sala de aula.

Resumo: Debates contemporâneos em torno dos saberes escolares têm indicado a existência de um substrato de conhecimentos os quais constituiriam as Didáticas Específicas de cada disciplina, além da chamada Didática Geral. Assim, tendo como referência o diálogo entre estes dois espectros dos saberes escolares, o propósito do grupo Formas do Conhecimento Histórico na Sala de Aula, é identificar, debater e sistematizar questões, contribuições e proposições de natureza metodológica acerca do conhecimento histórico na sala de aula, como os trabalhos que se preocupam com o uso escolar do documento histórico, a relação dos sujeitos no universo escolar com os saberes históricos escolarizados, o uso do manual didático de história na sala de aula, o trabalho com a cultura local no ensino de História.

02/09

Os conteúdos e competências requeridos pelos vestibulares de História das Universidades Públicas Federais de Pernambuco
André Victor Cavalcanti Seal da Cunha – UFPE

Essa pesquisa busca refletir sobre os conteúdos e competências requeridos pelas provas de História dos exames Vestibulares aplicados pelas Universidades Públicas Federais de Pernambuco. Procuramos compreender em que sentido o exame está condicionando o ensino da disciplina na Educação Básica. Analisamos as questões das provas de História aplicadas nos cinco últimos anos. As questões das provas, em sua maioria, apresentam forte vinculação com os paradigmas anteriores ao da História policêntrica, ligadas portanto aos saberes específicos (históricos) pertencentes ao modelo de “Ensino Tradicional de História”. As competências exigidas pelo exame dão ênfase ao domínio de informações e à memorização, secundarizando a compreensão de processos, o que reforça a aquisição de saberes associados à Pedagogia Tradicional. Vemos assim, que o exame vestibular vem orientando o ensino de História na Educação Básica e contribuindo para a manutenção do seu antigo “modelo”.

O uso do livro didático e as formas de conhecimento em aulas de História no ensino médio
Edna da Silva – UFPR

Esta investigação toma como objeto de estudo o saber construído em aulas de História no Ensino Médio. Este estudo pode ser caracterizado como de natureza qualitativa, numa abordagem etnográfica. Os objetivos da pesquisa foram: a) discussão sobre as finalidades do Ensino Médio e da disciplina de História; b) análise das formas singulares pelas quais os professores apresentam o conhecimento de História em suas aulas; c) explicitação das relações que podem se estabelecidas entre as formas pelas quais o conhecimento escolar se apresenta no livro didático utilizado e aquelas que os professores de História apresentam em suas práticas. A construção teórica da investigação está apoiada no conceito de “forma de conhecimento” (EDWARDS, 1997).

O Pensamento Teórico como elemento nucleador do processo ensino/aprendizagem da História
Francisca Lacerda de Góis – UFRN

A presente pesquisa se insere numa proposta mais ampla de comprovação da viabilidade de um currículo escolar para os ciclos iniciais do Ensino Fundamental cujo eixo se refere à formação de conceitos. No contexto deste estudo, aceitamos o desafio de intentar uma proposta para o ensino da História no qual o desenvolvimento de elementos do Pensamento Teórico se constituiu em elemento nucleador dos saberes que seriam elaborados. Isto requereu a elaboração de situações de aprendizagens consonantes com os objetivos do trabalho. A análise dos resultados sugere que a maioria das crianças conseguiu desenvolver elementos do Pensamento Teórico ao explorar o vivencial concreto através da relação antes/depois.

03/09

Políticas Curriculares e prática docente: algumas considerações
Janete de Fátima Barause - UFPR

O presente trabalho discute a relação entre as políticas curriculares e as práticas docentes em História, buscando compreender o papel do professor na elaboração do currículo da disciplina. Toma-se como referência a distinção entre o currículo oficial e o currículo real, defendida por autores como Apple (1989) e Chevallard (1991). Nesta perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais representam uma instância normativa oficial, enquanto que o currículo real é entendido como construído pelo professor em sua prática, objetivando-se no espaço da sala de aula. Pretende-se entender o movimento de transformação dos saberes escolares à luz de idéias como “tradição seletiva” (Forquin, 1993) e de “transposição didática” conceito de Chevallard, procurando explicitar o papel do professor de História nesse processo.

Os portais educacionais veiculados na web
João Augusto Reque – UFPR

Tendo como ponto de partida o estudo das políticas públicas de implantação da informática na rede de ensino através do PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação) e do inventário e analise dos portais na internet voltados à educação, ligados tanto a instituições públicas como privadas; sabendo-se também que no decorrer do ano de 2003 a Secretaria de Estado da Educação do Paraná pretende lançar o Portal DIA-A-DIA EDUCAÇÃO que disponibilizará aos professores e alunos da rede pública de ensino, ferramentas que servirão de apoio no processo de ensino-aprendizagem; este projeto visa focar sua pesquisa, através de uma investigação qualitativa, na construção e veiculação dos conteúdos relacionados ao ensino de História dentro do Portal, bem como a interação e a utilização dos mesmos pelos professores e alunos da rede pública de ensino.

Ensino de História e Pós-modernismo

José Evangelista Fagundes - UFRN

Pesquisa sobre o ensino da história à luz do atual debate teórico-historiográfico, tendo como campo empírico escolas potiguares, na última fase do ensino fundamental. A partir do século XIX, a história é concebida como uma ciência pretensamente capaz de desvendar objetivamente a realidade humana. Entretanto, nas últimas décadas os pressupostos científicos baseados na supremacia da razão sobre o mundo passam por questionamentos, havendo estudiosos que negam a validade das leis universais e apontam na direção da construção de um conhecimento múltiplo, plural, com a atenção voltada para o fragmento, o diverso, ao invés dos grandes temas e das explicações únicas, próprias de um mundo “progressista”. A história enquanto disciplina tem sido influenciada pelos debates historiográficos e, como tal, precisa ser repensada em função das novas questões postas.

Tempo e Conhecimento no Ensino Fundamental: o pensamento histórico de crianças e adolescentes investigado por um programa de avaliação educacional
Sonia Regina Miranda – UFJF

Temos assistido, nos últimos meses, a grandes discussões na mídia escrita e televisiva a respeito das fragilidades do sistema de ensino brasileiro tomando-se como referência os programas globais de avaliação educacional, inclusive o internacional PISA. Embora a tônica desses programas recaia, em grande parte, na investigação de habilidades cognitivas relacionadas à aquisição da leitura, escrita e ao pensamento matemático, todos sabemos que os problemas inerentes à aprendizagem não se circunscrevem a essas áreas de conhecimento. Quando investigamos a capacidade de análise, síntese e manipulação dos conceitos e saberes que advém do conhecimento histórico percebemos grandes carências globais que nos levam a uma reflexão relativa ao que significa uma educação histórica da criança e do adolescente. Meu propósito, neste trabalho, é o de avançar nesse campo de investigação e indicar algumas conclusões parciais obtidas em função da análise dos resultados auferidos com o Programa Mineiro de Avaliação da Escola Básica, que estabeleceu níveis médios de proficiência em História entre os alunos do sistema público de ensino em todo estado de Minas Gerais.

04/09

Augusto Comte: um clássico presente no ensino de História
Simone da Silva Negri Carrosi – UEM

A partir da perspectiva da “história das disciplinas”, apresentaremos neste trabalho a concepção de História de Augusto Comte (1798 - 1857) como uma teoria relevante na discussão a respeito dos métodos de ensino e da concepção de história que permeia a prática do professor. Essa sistematização entre o teórico e o prático busca sinalizar que a prática docente decorre de um momento histórico específico, o século XIX, que marcou as referências historiográficas do ensino de história e que ainda hoje estão presentes nas aulas. A reflexão e análise da prática do professor, em um contexto histórico e social diferente daquele aplicado nos cursos de magistério possibilitaram a compreensão de que a história, em seu processo de disciplinarização, esteve vinculada a concepções teóricas que necessitam ser estudadas para melhor compreendermos o ensino factual da história.

Currículo da sala de aula: pressupostos teóricos e metodológicos para a sistematização de informações
Ubiratan Rocha – UFF

Investigar os currículos em movimento, nas diferentes redes de ensino, é condição necessária, embora não suficiente, para fundamentar políticas públicas de melhoria da qualidade do ensino. A literatura disponível é, normalmente, prescritiva. São as teorias curriculares, os textos historiográficos, os currículos escritos, os livros didáticos etc. Na essência são indicativos destinados a conformar o trabalho do professor desconhecendo-se, na maioria das vezes, tanto as práticas inovadoras realizadas em classe, quanto as razões das resistências ao desenvolvimento de aulas pedagogicamente mais eficientes. A proposta de intervenção baseia-se em reflexões desenvolvidas, a partir de pesquisa de campo, para a tese de doutorado, defendida na FEUSP, em 2001. Uma possível mudança de paradigma no ensino – o uso de tecnologias hipertextuais em classe - torna o tema ainda mais relevante.

A formação do professor para as séries iniciais: refletindo sobre o ensino de história
Sandra Regina Ferreira de Oliveira – UNIOESTE/Cascavel -UNICAMP

Esta pesquisa analisa o ensino de História nas séries iniciais discutindo sobre: área não ocupada nem por historiadores nem por pedagogos; desvinculação total de diálogo com a questão da aprendizagem, representada pela área da Psicologia da Educação; falta de objetivos claros quanto às metas do ensino de História nas séries iniciais do ensino fundamental; conteúdos abordados nos cursos de formação de professores enquadrados na área denominada de Metodologia do Ensino de História; a não transposição para os livros didáticos das discussões recentes relacionadas à historiografia e ao ensino de História. Foram entrevistados professores de terceira série do ensino fundamental para identificar, através de suas falas, as representações que possuem a respeito desta área do conhecimento e como transformam estas representações em conceitos.

Aprender ou Apreender História – O pensamento histórico em alunos do ensino fundamental e médio
Ronaldo Cardoso Alves – USP

O trabalho estuda a figura do aluno brasileiro, mergulhado num contexto de diferentes condicionantes sócio-econômicos e culturais e inserido num novo milênio, pós-moderno e globalizado, onde a informação tem sobrepujado a formação, em que cada vez mais o tempo tem sido usado contra a reflexão histórica, e a superficialidade dos fatos tem deixado de lado o olhar crítico e dialético entre passado e presente. Ou seja, onde as pessoas não se importam em pensar historicamente. Nesse contexto, a partir de pressupostos teóricos e empíricos, procuramos verificar de que forma a relação dialética entre a educação formal (entendida como a realizada pela escola) e a educação informal (entendida como a realizada pelas diferentes mídias) atua na maneira dos alunos conceberem o ser e o fazer histórico. Através deste processo, criaram-se condições para avaliarmos as diferentes variantes que possibilitam ou impedem o aluno de apreender história, ou seja, assimilar mentalmente o que lhe é transmitido e re-significá-lo a partir de sua vivência enquanto indivíduo participante e agente da história.


GT 10 - MATERIAIS DIDÁTICOS E METODOLOGIA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
SALA 105

Coordenadora: Miriam Bianca Amaral Ribeiro - UFGO

Ementa: O papel da história regional no ensino de história. As relações entre o regional / local e o nacional. Experiências de produção de recursos didáticos para o ensino de história regional. A questão do livro didático : limites e possibilidades.

Resumo: Esse parece ser um GT previsível para o evento, desde que não se torne a descrição de experiências, sem a devida abordagem teórico–metodológica. Muitas experiências localizadas no universo regional tem ocorrido , desde aquela explosão da história local no ensino de história, observada nos anos 80. É chegada a hora de fazer um balanço das discussões e das experiências neste campo de trabalho do professor e do pesquisador.

02/09

História ambiental e ensino
Ailton José Morelli – UEM

O objetivo dessa comunicação é apresentar alguns resultados da pesquisa História Ambiental e Ensino de Ciências. Desenvolvido em Goioerê e Engenheiro Beltrão, foram realizadas entrevistas com moradores que acompanharam os últimos trinta anos das cidades analisadas, professores e agricultores enfocando o impacto ambiental provocado durante o processo de ocupação humana na região no século XX. Esse trabalho gerou um acervo muito rico para a elaboração de materiais didáticos destinados ao ensino de História Regional, Educação Ambiental e diversos temas relacionados.

História e meio-ambiente
Álvaro Gonçalves Antunes Andreucci – USP

Este trabalho irá discutir o desenvolvimento atual das pesquisas históricas inseridas dentro da problemática das Ciências Ambientais. Desta forma procuramos abordar as relações entre história e meio ambiente e sua interdisciplinaridade possível com as demais áreas de conhecimento, tanto no campo científico-acadêmico da pesquisa como na práxis de sala de aula, sendo parte (ou não) da Educação Ambiental. De que maneira a História Ambiental pode contribuir para a formação de competências que visam a construção da cidadania é uma pergunta fundamental para este trabalho. Propõe-se discutir metodologias e práticas de ensino de História Ambiental.

Propostas Metodológicas de Educação Ambiental através de algumas questões históricas
do Município de Goioerê

André Luis de Oliveira/ Ailton José Morelli/ Janete Garcia Adamo/ Lucimara Marques Ribeiro Silva/ Maria Lindaura Simões de Oliveira - UEM

O objetivo dessa comunicação é apresentar parte dos resultados obtidos com o projeto “Educação Ambiental no Parque Ecológico de Goioerê”, principalmente as possibilidades da relação da História Ambiental com o ensino de Ciências. Essa pesquisa foi Desenvolvida na cidade de Goioerê realizando entrevistas com professores e moradores da cidade e levantando diversos tipos de documentos relacionados com o impacto ambiental provocado pela ocupação da região e qual o significado do Parque Ecológico de Goioerê para os moradores da cidade. O material resultante dessa pesquisa está sendo analisado para a elaboração de materiais didáticos, principalmente para auxiliar os trabalhos de visitas monitoras ao Parque. Um exemplo desses foi à montagem de um livreto acompanhado de cartazes onde foram intercaladas fotos e transcrições das entrevistas apresentando as mudanças na cidade e alguns traços que podemos encontrar no Parque.

Permanência dos estereótipos negativos sobre os indígenas entre estudantes de História em Goiânia – GO
Cristiane de Assis Portela - Universidade Estadual de Goiás

Ao iniciar um trabalho com o grupo étnico Karajá, tradicionalmente habitante do Rio Araguaia, percebemos com preocupação, a visão estabelecida sobre os indígenas na sociedade goiana, onde se perpetuam visões folclóricas guiadas por uma concepção essencialista de cultura. Ao indagar informalmente diversos segmentos sociais, nos atentamos para o fato de que estes olhares, se apresentam de forma mais ou menos semelhante entre crianças, jovens, adultos e idosos. Diversos trabalhos demonstram como os livros didáticos contribuem negativamente com o arraigamento destas visões, daí a preocupação com a regularidade destes estereótipos negativos entre a escola e a universidade, permanecendo mesmo entre os estudantes concluintes de graduação em História. O trabalho se realizará por meio da análise de dados a partir da aplicação de questionários temáticos, considerando-se dois grupos a serem pesquisados: estudantes de 8a série do Ensino Fundamental (em duas escolas, sendo uma pública e uma privada) e estudantes concluintes de cursos de graduação em duas universidades, sendo também, uma pública e uma privada (Universidade Estadual de Goiás e Universidade Católica de Goiás), com posterior cruzamento de dados e análise dos resultados obtidos. Como fruto desta pesquisa, algumas questões despertam especial atenção, entre elas, a forma como tem sido abordada a questão indígena na escola e a adequação dos currículos dos cursos de graduação em História aos novos debates acerca deste tema.

03/09

Ensinando pela roupa: moda, gênero e ensino de História
Iranilson Buriti de Oliveira – UFRN

Pesquisa desenvolvida a partir de práticas de ensino da disciplina Metodologia do Ensino da História, tem como objetivo trazer o “concreto” para a sala de aula, identificando mediante o vestuário usado por mulheres, homens e crianças em diferentes temporalidades (anos 70-90) do século XX, marcas de saberes produzidos e consumidos pelo corpo social. Dessa forma, visando dar respostas às nossas indagações de professor-pesquisador, bem como ampliar os debates acerca do tema e de suas relações com os conceitos de cultura e de gênero, devassamos os guarda-roupas das memórias de quem viveu o período, ancorados nas construções de teóricos da moda, como G. Lipovestky e Gilda de M. e Souza. Ensinar pela roupa é escapar da mudez, uma linguagem que, entre tantos interesses velados, tem debatido longamente sobre a distinção entre os sexos na história.

Ciências Humanas nas séries iniciais do ensino fundamental - a questão regional e a formação de conceitos: uma proposta de material didático
Mirian Bianca Amaral Ribeiro/ Ângela Mascarenhas – UFGO

As relações entre o regional e nacional, entre o específico e o geral na formação de conceitos no ensino de História tem sido objeto de consideráveis discussões teórico-metodológicas na Universidade,inclusive em encontros como esse.Temos discutuido também, há tempos,a questão do livro didático, em fóruns acadêmicos.Enquanto professores da Universidade e como pesquisadores temos sido críticos severos da produção didática, o que aliás , é nossa tarefa.Neste trabalho, apresentamos uma experiência que procura aliar a crítica acumulada à carência constatada de materiais que se disponham a polemizar as tradições,apresentando alternativas teórico-metodológicas.Trata-se de material didático para história regional de caráter temático sem deixar de ser cronológico e interdisciplinar para a área de Humanas, sem deixar de ser sobre história, propondo-se ao debate dentro e fora da universidade.

O ensino de História do Paraná e a construção da identidade paranaense
Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd – UFPR

O presente trabalho toma como fio condutor o conceito de código disciplinar, a partir do qual passa-se a reconstruir como foi se constituindo o ensino de História do Paraná, enquanto saber escolar, procurando-se identificar as permanências, as mudanças e as descontinuidades que se efetivaram desde as primeiras manifestações dos conteúdos de História do Paraná, nas legislações de ensino, até os dias atuais. Pode-se constatar, que a inclusão desses conteúdos no contexto escolar, ocorreu num momento em que o Paraná estava passando por um processo de construção de identidade, contexto esse, que a historiografia aponta como movimento do Paranismo, sendo que as idéias paranistas passam a fazer parte da cultura escolar, na medida em que são veiculadas pelos manuais didáticos produzidos neste período.

04/09

Para-didáticos de História regional: uma proposta, uma experiência
Mirian Bianca Amaral Ribeiro/ Diane Valdez/ Cristina Helou – UFGO

Não é nenhuma novidade para qualquer um que conviva com a Universidade e com a escola pública , a consatatação da grande distancia entre o que a academia produz em seus trabalhos de graduação e pós-graduação e o universo de materiais disponíveis para as salas de aula da educação básica.Como exercício de superação desta contradição, um grupo de mestres em História pela UFG transformou suas dissertações em uma coleção de para-didáticos para ensino fundamental e médio,procurando adaptar linguagem e abordagem.Os livros tratam de temas da história regional,amplamente tratada na Universidade e raramente acessível fora dela.São eles:História Cultural de Goiânia,A Tranferência da Capital,Festas Religiosas Regionais,História da Infância em Goiás,História Agrária em Goiäs,Família e Poder em Goiás.O material foi adotado na rede municipal e está em divulgação pelo estado.

Transpantaneira e o desenvolvimento do turismo em Poconé: transformação da cultura tradicional (1960-2002)
Valdinéia Souza de Araújo – UFMT

A estrada Transpantaneira a partir da década de 1980 vem sendo utilizada para o desenvolvimento de atividades turísticas no Pantanal Mato-grossense. Desde então, discutem-se os impactos ambientais provenientes do desenvolvimento desta atividade. A preocupação no tocante à questão ambiental enfatiza os impactos naturais, porém, deve-se considerar que todo impacto natural tem reflexos sociais. A história da população pantaneira de Poconé tem como divisor, em relação às transformações sócio-culturais ocorridas nas últimas duas décadas, o desenvolvimento de atividades turísticas que se deu a partir da construção da estrada Transpantaneira.

A construção do conhecimento e o ensino de História Local – possibilidades e perspectivas
Vilma de Lurdes Barbosa / Regina Célia Gonçalves – UFRN/USP

Por ser o ensino de história e a formação de professores o nosso campo de trabalho, entendemos necessária a apreensão de como os mesmos se apresentam hoje, destacando o ensino de história local e a produção de materiais didáticos. O ensino de história, em especial nos segmentos fundamental e médio no Brasil, esteve desde a sua inclusão nos programas escolares e nos currículos permeado de tradições e concepções européias onde, quase sempre, difundiu-se uma história "modelo" e "uniformizada" a ser seguida por todas as civilizações, excluindo qualquer forma de participação de sujeitos sociais que não interessem ao Estado, que impõe os valores e as memórias "necessárias" ao conhecimento histórico. Considerando a formação dos professores, o conteúdo dos guias curriculares e dos livros didáticos, entendemos que apresentam-se alguns discursos e práticas inovadoras no sentido de rever o ensino de história. Pensando então, em contribuir para a reflexão e uma prática significativa, propomos o trabalho com a história local nos aspectos de produção do conhecimento, metodologia do ensino, formação de professores e elaboração de materiais didáticos.


GT 11- FORMAÇÃO DE PROFESSORES
SALA 108

Coordenadora: Sônia Maria Leite Nikitiuk - UFF

Ementa: Os desafios na formação de formadores, A indistinção entre pesquisa e ensino na formação e constituição do saber escolar, A relação entre tecnologia e ensino de História, Desafios do tempo presente para o ensino de História.

Resumo: Os desafios do tempo presente apontam para novas perspectivas epistemológicas onde saberes sociais construídos e modificados permanentemente exigem a não delimitação de fronteiras disciplinares. Este Grupo de Trabalho (GT) procurará articular pesquisas que atendam ao pressuposto enunciado acima tomando, criticamente, as noções de redes de conhecimento como instrumental político que leve a uma prática problematizadora da formação de professores e o trabalho docente no ensino de História.


02/09

O aluno não é mais aquele! E agora professor? Os sujeitos da educação diante das forças históricas contemporâneas
Antonio Fávero Sobrinho - UNB

O ensino de história depara-se com uma questão paradoxal: apesar de toda sua contribuição para o desenvolvimento e formação histórico-sócio-cultural do sujeito histórico até o presente momento não desenvolveu uma teorização sistemática caracterizando o sujeito da educação como sujeito histórico. Diante dessa lacuna historiográfica, o presente trabalho pretende re-significar o sujeito da educação como sujeito histórico. Para tanto, recorro a um conjunto de conceitos, tais como – tempo, cotidiano, imaginário, representação, identidade - proponho uma re-significação dos sujeitos da educação, pois professores e alunos estão vivendo em um tempo saturado de agoras onde há uma intensa circularidade intercultural de imaginários sociais cujos desdobramentos junto ao ensino de história necessitam ser devidamente problematizados e avaliados pois se nota no cotidiano escolar uma perceptível crise de identidades que está afetando aos sujeitos da educação.


Formação continuada dos professores de História da rede pública municipal de Santa Cruz do Sul – RS
Blasius Silvano Debald - Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA

A preocupação com a formação dos professores de História, que atuam na Rede Pública Municipal de Santa Cruz do Sul, após a conclusão do curso universitário, motivou a presente pesquisa, realizada no segundo semestre de 2002. A pesquisa contemplou cinco questões com as temáticas: grau de formação, prática de sala de aula, participação em cursos e encontros, como o professor faz sua atualização profissional. Notou-se que a formação continuada ainda está distante de ser realidade, uma vez que não é realizada de forma sistemática. Em outras palavras, a desvalorização da profissão, os baixos salários e a tripla jornada de trabalho, desmotivam o professor de História a investir em pesquisa, cursos e em sua formação continuada.

A formação de professores de História no ensino superior privado na cidade de São Paulo – um estudo de caso
Elaine Lourenço / Fábio Franzini - Centro Universitário Nove de Julho – Uninove -SP

As características dos cursos de História no ensino superior privado ainda são pouco estudadas, apesar deles formarem boa parte dos professores da disciplina. Como essa formação, em geral desenvolvida no período noturno, tem suas peculiaridades, pensar sobre os alunos ingressantes, em contraste com o egresso que se pretende formar, torna-se bastante relevante como contribuição para a análise da História enquanto disciplina da escola básica e do ensino superior. Este trabalho, que é um desdobramento de discussões realizadas no último Encontro Regional da ANPUH-SP (2002), pretende apresentar e refletir sobre alguns dados relativos ao perfil desses alunos e as estratégias possíveis de atuação docente diante dessa realidade peculiar, tomando como exemplo o curso de História do Centro Universitário Nove de Julho – Uninove.

A formação dos alunos-professores de História do curso de licenciatura em História da Faculdade de Filosofia de Campos: a sua experiência no cotidiano escolar
Gustavo Gomes Lopes - FF de Campos / Universidade Estadual do Norte Fluminense

A partir da caracterização do perfil dos estudantes do curso de Licenciatura em História da Faculdade de Filosofia de Campos, examinaremos alguns aspectos dos processos de interação da experiência da formação acadêmica em concomitância com a experiência da atividade profissional docente de História nos ensinos fundamental e médio, nas redes de ensino privada e pública. A análise está centrada no exame das representações construídas por estes alunos-professores em relação a esta duplicidade característica. Busca-se a identificação de uma configuração de linhas de compreensão da experiência acadêmica definidas nos usos e apropriações decorrentes das práticas do campo escolar. Como abordagem complementar caracterizaremos as representações dos professores atuantes no curso de Licenciatura de História e a tentativas de proposições curriculares balizadas pelas questões referidas a estes alunos-professores.

Colégio Pedro II : a prática reflexiva na construção do Ensino de História

Vera Cabana Andrade e Beatriz Boclin Marques dos Santos – Colégio Pedro II

 

A comunicação tem por objetivo apresentar a linha de trabalho e análise metodológica como proposta norteadora da (re) construção da prática docente que (re) cria a identidade do Departamento de História do Colégio Pedro II. Tal processo de prática reflexiva que se intensifica a partir da década de 90, está baseado no estudo da reformulação do currículo e seus desdobramentos na ação pedagógica. Esta diretriz departamental aponta para necessária formação continuada do professor como parte integrante do Projeto Político Pedagógico institucional, podendo ser exemplificada pelo NUDOM, pela Revista Encontros e pelos grupos de trabalho de professores em regime de dedicação exclusiva.

03/09

Currículos de História e história de vida: entre o vivido e o prescrito
José Fernandes Costa - UFSC

Esta pesquisa tem como objeto central de investigação a formação inicial de professores de História. Optamos por uma abordagem ancorada no currículo, entendendo-o em duas dimensões: o currículo prescrito (texto oficial); e o currículo vivido (conjunto de práticas sociais e de vivências da vida acadêmica). O objetivo principal é identificar características dos processos de formação de professores, analisando um conjunto de fatores – internos e externos – que influenciam a configuração do currículo articulando com as tendências atuais sobre formação de professores. Levamos em conta o contexto de reestruturação dos cursos em função das regulamentações sobre a formação docente. É uma pesquisa qualitativa, a partir de um estudo de caso, com base em duas atividades: análise de materiais curriculares para identificar modelo de formação e como situá-lo em relação às discussões recentes sobre as licenciaturas; e, entrevistas semiestruturadas com alunos graduandos. Apontamos como pontos para reflexão os seguintes eixos: Visão de área; Identidade profissional; Bacharelado e Licenciatura; O vivido e o prescrito. Está vinculada ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Ensino de História (NIPEH), do Centro de Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Políticas educacionais do Banco Mundial na “Economia do Conhecimento” – problemas e contradições
Luciana de Fátima Muniz Sousa - IUPERJ

Nos anos 90, o Banco Mundial e suas agências tiveram um papel fundamental no reordenamento ideológico, subliminar ou declarado, do pensamento educacional brasileiro, sobretudo no reforço à idéia de privatização. Nossa proposta é fazer uma leitura crítica do conceito de capital humano entendendo como este é abordado pelo Banco Mundial, nas iniciativas de fomento e parcerias associativas implementadas pelo organismo. Pretendemos também refletir sobre a base político/ideológica do conceito de capital humano e como este é difundido em “prol do desenvolvimento educacional” em países pobres, especialmente o Brasil.

A Teoria e a Metodologia na formação do educador em História como tema interdisciplinar
Maria das Graças da Silva/ Marcus da Silva Cruz/ Helena Moraes Tenório
Federação de Escolas das Faculdades Integradas Simonsen

O objetivo deste Trabalho é relatar os resultados iniciais de um projeto de pesquisa coletivo, envolvendo mestres e doutores, que visa discutir o papel da teoria e da metodologia da História na formação do educador em História, entendidas como elementos articuladores da interdisciplinaridade no ensino da disciplina. Esta pesquisa justifica-se na medida que praticamente não existe nos currículos das Licenciaturas em História uma preocupação com os aspectos teóricos e metodológicos da disciplina. Estaremos abordando a proposta desenvolvida no curso de Licenciatura em História da Federação de Escolas das Faculdades Integradas Simonsen, no qual há cadeiras que visam estabelecer o diálogo entre a teoria e a metodologia da História e a sua prática pedagógica.

Trajetória de vida: um estudo de processos formativos de professores de História
Maria Luciana Brandão Silva - UFMG

O distanciamento e a incongruência entre a teoria e a prática por parte de muitos professores de História podem levar a conclusões rápidas e a respostas prontas que muitas vezes carecem de sustentação teórica e de uma análise mais sistemática para percebê-la em sua complexidade e em suas várias dimensões. A pesquisa realizada teve por proposta entender em que medida diferentes dimensões dos processos formativos, que se constituem na experiência de vida pessoal e social dos professores de História, influenciam a sua prática profissional, para melhor compreendê-la . O caráter dinâmico das influências recíprocas entre os processos formativos presentes na história de vida dos professores de História e a realidade sócio-cultural em que vivem, evidenciou que os estudos sobre a formação docente necessita ser ainda discutida sob novos ângulos e abordagens.

Conceitos fundamentais das Ciências Humanas e formação de professores
Mirian Bianca Amaral Ribeiro/ Simei Araújo Silva/ Ângela B. Mascarenhas - UFGO

Essa é a segunda pesquisa assumida pelo GEPECH/F.E.-UFG com o objetivo de discutir o ensino das Ciências Humanas no Ensino Fundamental.O projeto, que está em andamento, tem como fonte as redações do concurso para pedagogos realizado pela Prefeitura Municipal de Goiânia, em 2002.As provas versaram sobre VIOLÊNCIA NA ESCOLA ,sendo avaliadas mais de 2600 redações.Ao longo da leitura saltou aos olhos uma visão ingênua,mítica,romântica e conservadora da escola e de seu papel na formação da visão de mundo das pessoas que a ela se vinculam.Daí, uma questão:Qual visão de mundo assumem esses professores?Quais bases teórico-conceituais sustentarão o futuro trabalho com as Ciências Humanas?Elegemos alguns conceitos fundamentais da área de Humanas para levantar, nas redações,quais representações realizam esses pedagogos sobre a história e sociedade em que vivem e, especialmente em que trabalham, formando crianças,jovens e adultos no Ensino Fundamental, inclusive na área de Ciências Humanas.

04/09

As Ciências Humanas no ensino fundamental
Mirian Bianca Amaral Ribeiro/Simei Araújo Silva/ Ângela B. Mascarenhas/ Malva Santana/ Warlucia Guimarães - UFGO

Essa pesquisa surgiu da necessidade sentida pelas pesquisadoras de discutir a atualidade do ensino das Ciências Humanas no Ensino Fundamental, pois, observando os avanços teórico-metodológicos nesta área, especialmente na produção acadêmica, pretendíamos avaliar o que têm pensado os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental.A pesquisa foi realizada pelo GEPECH ( Grupo de Estudos e Pesquisas de Educação e Ciências Humanas da Faculdade de Educação da UFG, entre 2000 e 2001, tendo como fonte para levantamento de dados a Rede Municipal de Ensino de Goiânia.Para discutir as contradições entre os avanços acadêmicos e o cotidiano da sala de aula, aplicamos questionários e realizamos entrevistas que anunciaram um quadro marcado pela confusão teórica e conceitual que pretendemos expor neste evento.

Algumas relações entre Antropologia e História no Ensino de História
Nicolas Alexandria - EBA/UFRJ

Objetivamos apresentar algumas questões e fomentar o debate entre áreas de fronteira como a Antropologia e a História. “Boas Vizinhas”, na feliz expressão de Robert Darnton, as duas disciplinas vêm mantendo polêmicas relevantes, não tanto em função da coincidência de objetos, mas antes por conta da profundidade dos conceitos que aparecem muitas vezes evidenciados na sala de aula de História sem uma devida problematização. Sem um enfrentamento teórico devido o diálogo interdisciplinar se apresenta como estéril e um entrave epistemológico tanto para formação de professores como para sua prática pedagógica porvir.

Espaços e discursos em construção: a formação do professor de História – CERES, UFRN
Olívia Morais de Medeiros Neta - UFRN

Trabalho desenvolvido dentro do projeto “A História Ensinada na UFRN” coordenado pelo professor Dr. Iranilson Buriti de Oliveira, objetiva destacar a partir da discursividade acadêmica a formação do profissional de História, tendo como locus de pesquisa o CERES- UFRN nas décadas de 70 e 80, século XX. A partir da abordagem que considera as noções de discurso em Foucault e de cotidiano em Certeau, procedeu-se à pesquisa bibliográfica, documental e oral junto à comunidade acadêmica em apreço. De forma preliminar verificou-se, através de entrevistas junto à comunidade do Curso de História, que ocorreram mudanças na estrutura, no cotidiano e nas relações ensino-aprendizagem entre docentes e discentes, fruto de transformações pelas quais passou o ensino Superior nos anos pós-Ditadura Militar.

A formação de professores de História na rede privada de ensino: o caso de Guarulhos
Paulo Eduardo Dias de Mello - USP

Os atuais debates em torno de novas diretrizes para a formação de professores tem feito emergir diversas questões sobre a formação do docente para a educação básica. Apesar do debate esmiuçar diversas questões acreditamos que há ausência de um diagnóstico da formação de professores em instituições privadas de ensino, em particular do modo como elas pretendem traduzir estas diretrizes em novas práticas curriculares e condições de formação. Este trabalho pretende, a partir de um estudo de caso, uma faculdade privada, localizada na grande São Paulo, refletir sobre as formas de apropriação e transposição das diretrizes para a prática institucional.

As representações sociais de gênero das professoras de História e suas repercussões na prática pedagógica
Eleta de Carvalho Freire - UFPE

Essa pesquisa trata das representações sociais de gênero das professoras de História do ensino fundamental da rede municipal de Recife. A pesquisa teve como objetivo compreender como se expressam na prática pedagógica as representações sociais de gênero dessas professoras, e teve como suporte da Teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici. Uma primeira aproximação das representações sociais de gênero das professoras aponta para uma variação da representação em função do grupo de referência. Assim, as representações que emergem dos processos de socialização primária e secundária das docentes são bastante positivas em relação à mulher. Todavia, quando se trata de representar mulheres de outros grupos sociais, sejam estas de outras idades ou, sobretudo, quando apresentam comportamentos diferenciados daqueles compartilhados pelo seu grupo, as docentes passam a exprimir outras representações.

GT 12 - HISTÓRIA DA HISTÓRIA ENSINADA
SALA 154

Coordenador: Kazumi Munakata – PUC/SP

Ementa: Este GT propõe-se a discutir as pesquisas, concluídas ou em curso, que abordem o ensino de história numa perspectiva histórica, buscando apreender suas continuidades e rupturas no tempo e no lugar e sua relação com modelos e propostas educacionais.

Resumo: As discussões sobre o ensino de História geralmente limitam-se a abordar os conteúdos a serem ministrados ou os métodos e os recursos para tal. É como se alguns conteúdos fossem de per se condenáveis ou louváveis e a maneira de abordá-los encerrasse o segredo da transmissão desses conteúdos. Nesses esforços, verifica-se uma pedagogização da questão do ensino de história, sem a contrapartida de uma abordagem propriamente histórica. Se tudo é histórico, o próprio ensino de História também o é, e é possível que muitas das querelas que se travam na abstração das formulações pedagógicas sejam elucidadas nessa abordagem histórica, a partir de tópicos como: finalidades do ensino de História em vários momentos e lugares; os conteúdos arrolados; as práticas efetivas de ensino e os exercícios propostos etc.

02/09

O poder disciplinar em Escolas Católicas: um estudo em História da Educação
Adriana Schmidt Bolda/ Mônica Teresinha Marçal/ Norberto Dallabrida – UDESC/ DAPE

Religião, Educação versus Disciplina? Desvelar o que ficou escondido. A pesquisa relata duas escolas católicas da Grande Florianópolis, uma no Continente e outra na Ilha. O fulcro central baseia-se em desvelar o cotidiano destas escolas no período que abrange a ditadura militar.

A nação como modelo pedagógico
Arlette Medeiros Gasparello – UFF

O texto discute contribuições de pesquisa que teve como fontes principais de análise os livros didáticos de História do Brasil adotados no Colégio Pedro II de 1838 a 1920 e a temática nacional como perspectiva de análise. Nos marcos conjunturais do tempo/espaço da pesquisa, as questões foram situadas no interior de um ensino secundário que se tornava nacional – como parte do amplo processo político de controle e centralização do governo central. Na afirmação de uma identidade disciplinar - a História do Brasil - e na divulgação/construção da identidade nacional, os livros didáticos adotados no Colégio Pedro II desde o seu primeiro ano letivo até o período inicial da República foram analisados como referenciais importantes desse processo.

Livros didáticos e de pesquisa utilizados na disciplina História nas séries do ensino médio das escolas estaduais paulistas (1972 a 1979)
Eliane Mimesse Prado - PUC/SP

Pretende-se analisar as formas de utilização dos livros didáticos e de pesquisa, por professores e alunos, nas séries do antigo 2º grau. Verificou-se o número reduzido de volumes nas bibliotecas das escolas estaduais e, as dificuldades financeiras dos alunos para aquisição dos livros. Os professores criaram formas de utilização dos livros nas séries do 2º grau. Os alunos os utilizavam para pesquisas ou para responder questionários. Além dos livros didáticos, outros livros específicos de História fizeram parte das aulas destes alunos. Foi interessante notar que os conteúdos, na maior parte das vezes, eram desvinculados da realidade dos alunos. Já, os livros específicos de História, incitavam o debate sobre a exploração capitalista. Todos coexistiam nas salas de aulas das escolas estaduais paulistas.

Hermenêuticas de uma história ensinada: os livros didáticos de História e a produção dos saberes diferenciados
Iranilson Buriti de Oliveira – UFRN

Resultante de uma experiência desenvolvida na Disciplina História do Brasil III, ministrada na UFRN, este trabalho enfatiza, partindo da concepção de tropos historiográficos, de H. White, como os saberes sobre determinados acontecimentos históricos do período 1889-1945 são produzidos e ensinados a partir dos livros didáticos. Para tanto, tomamos como objetos de análise as obras produzidas em três décadas diferentes (1960, 1980 e 2000), fazendo análises hermenêutica, epistemológica e contextual dos livros em apreço, percebendo as singularidades na construção dos fatos, os matizes teóricos que nortearam a produção do fato, as inserções metodológicas que ajudaram cada autor a dar voz a certos personagens históricos como Getúlio Vargas, João Pessoa, os revoltosos da Vacina, os tenentes, dentre outros que ganharam ou não visibilidade na História, dependendo com que enfoque teórico-metodológico o autor elaborou a(s) sua(s) obra(s).

03/09

O ensino de História na Escola Normal da Praça: São Paulo, 1890-1931
Itamar Freitas – UFS – PUC/SP

De 1890 a 1931, foram onze as principais mudanças curriculares no curso secundário profissionalizante da Escola Normal da Praça. Em todas as ocasiões, procurou-se assegurar um lugar para o ensino da História, seja nas versões História Universal e História do Brasil – as mais freqüentes –, seja nas junções História da Civilização e do Brasil, História Geral e do Brasil, História da América e do Brasil, e História do Brasil e Noções de Direito Usual. Essa comunicação dá notícia sobre a posição no currículo e a distribuição do tempo entre as referidas disciplinas. O trabalho também verticaliza a investigação em direção à disciplina História Universal – ministrada pelo catedrático José Estácio Correia de Sá e Benevides (1858/1914) –, comentando a distribuição dos assuntos estudados durante dois semestres letivos.

A História ensinada na História erudita: São Paulo, 1894/1940
Itamar Freitas – UFS – PUC/SP

Masculino, branco, católico, enriquecido, conservador, situacionista e portador das luzes: esse é o perfil do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, construído por Antônio Celso Ferreira (2002, p. 93-171), a partir do exame do quadro social da instituição. O que me chama a atenção na experiência do IHGSP não é tanto a grandiosidade da sua missão, tampouco o vinco identitário que o grêmio queria marcar. Nesta comunicação, procuro conhecer o lugar de uma famosa “bandeira paulista” – a instrução pública republicana – dentro da “epopéia” empreendida pelo Instituto e ampliar o raio de observação das discussões sobre ensino de História para além dos muros da Escola Normal da Praça, do Ginásio da Capital, e da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, focos da minha pesquisa de doutoramento.

Por uma história da História ensinada
Kazumi Munakata – PUC/SP

Um exame dos trabalhos apresentados e das discussões realizadas nos diversos fóruns referentes ao ensino de história mostra que sua grande maioria aborda aspectos didáticos e pedagógicos. Esta comunicação pretende repertoriar e comentar essa produção, a partir do que se propõe uma abordagem que trate o ensino de história numa perspectiva histórica, isto é, deslocando a questão de “história a ser ensinada” para “história ensinada”. Para tal, resenha alguns resultados das pesquisas desenvolvidas pela chamada “história das disciplinas escolares”, mostrando-lhes suas fertilidades para a pesquisa de ensino de história, até mesmo para proposição de novos métodos, novas abordagens e novos conteúdos.

Contribuições da História das disciplinas para a pesquisa sobre o Ensino de História
Maria Aparecida Leopoldino Tursi Toledo – UEM – PUC/SP

O propósito fundamental deste trabalho é discutir questões relativas a um novo campo de estudos e pesquisas denominado “historia das disciplinas” como relevante para as discussões em torno da pesquisa sobre o ensino de História. Nesse terreno as investigações objetivam, sobretudo, explicar as transformações ocorridas em uma disciplina ao longo do tempo, ou seja, os processos pelos quais passam os saberes ao se escolarizarem, de tal forma que torna-se possível identificar os fatores mais diretamente ligados às mudanças de conteúdo e métodos de ensino. Na perspectiva da historia das disciplinas esses processos constituem-se de várias dimensões: a relação conteúdo e forma da disciplina, os temas relacionados com a prática e o processo escolar, os fatores externos e internos à prática educativa que interferem na implementação curricular, as finalidades do ensino, enfim, o conjunto de práticas que permitem a transmissão desses saberes.

04/09

Os exercícios didáticos de História como um elemento de constituição de um saber escolar
Marilu de Freitas Faricelli - Colégio Humboldt – PUC/SP

Com esta comunicação pretendo apresentar alguns questionamentos a respeito do papel dos exercícios da constituição da História como uma disciplina escolar. Numa disciplina escolar são dois os principais elementos: o conteúdo explícito e os exercícios. Enquanto o primeiro representa um "corpus de conhecimento" organizado e sistematizado para finalidades de ensino, o segundo representa a maneira como os envolvidos no ensino de uma determinada época entendem que este se transforme em "saber- fazer", em aprendizagem. Ultrapassando a visão de que cabe ao pedagogo estabelecer as melhores técnicas de aprendizagem, proponho que se articule desenvolvimento de conteúdo e exercícios para o melhor apreensão dos saberes elencados e divulgados pela História na instituição escolar.

Dizeres e Fazeres: O Ensino de História na UFRN – Ceres (1974-1988)
Regina Coelli Gomes Nascimento – UFRN

Nesta pesquisa analisamos as condições que favoreceram para a instituição dos Cursos de Estudos Sociais e História da UFRN na cidade de Caicó-RN na década de setenta e oitenta do século XX. A proposta esta relacionada a construção de discursos sobre o saber histórico produzido nos citados cursos, objetivando analisar a articulação entre o campo do conhecimento da história e o do ensino da história. A partir da pesquisa bibliográfica, documental e oral será possível expor uma rede de conflitos relacionados com o Ensino de História. Metodologicamente, faremos uma análise dos discursos que circularam sobre o curso de História da UFRN-CERES. Em nossas reflexões os conceitos de discurso e formação discursiva propostos pelo filosofo Michael Foucault serão necessários para a construção do nosso objeto.

Pelos lábios das freiras: o ensino de História Geral no Internato Santa Teresinha do Menino Jesus (Caicó, 1939-1945)
Ricky Sammy Lunardelo Casado - UFRN

Que jeitos e trejeitos a história ensinada possui? Que lugares ela pode ocupar numa Congregação Religiosa dos anos 40 no interior potiguar? Que saberes transmitir num contexto de Guerra Mundial, cuja fundadora da Congregação das Filhas do Amor Divino, Terezinha Werner, estava também interna, não numa escola, mas num campo de concentração alemão? Com tais preocupações, partimos para a pesquisa de campo, procurando entender as singularidades que o ensino da disciplina História Geral possuía no internato feminino Santa Teresinha, Caicó-RN, num momento marcado pelos medos e temores da II Guerra Mundial. A partir de uma perspectiva pós-estruturalista, cujo referencial teórico ancora-se em Foucault, Guattari e Chartier, além de inserimos uma discussão metodológica das práticas ordinárias das alunas e professoras de tal internato, investigamos como o discurso da história foi ensinado como disciplinador de modos e trejeitos do corpo e da mente das internas.

Ser velho e ser jovem num império de barbas ralas
Sandra Mara Silva de Lima - Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos / RJ

Pensar os conceitos de juventude e velhice no Império de Pedro II. Refletir sobre a dimensão cultural da “hierarquia” das idades, contextualizando-a política e socialmente.


A revista “Escola Secundária”e o ensino de História (1957-1963)
Silvia Asam da Fonseca – PUC/SP

Análise do periódico trimestral “Escola Secundária”, com 19 números publicados de 1957 e 1963 pela CADES - Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário - como parte dos esforços do MEC para fazer frente à expansão do ensino secundário brasileiro e à falta de habilitação adequada do professorado desse nível de ensino. Seu público alvo são os professores do ensino secundário que, em grande parte, não eram licenciados nas matérias que lecionavam. Por ser instrumento do MEC, em suas páginas encontramos as propostas feitas pelo órgão para o Ensino de História tanto no nível ginasial quanto no colegial. Desse periódico, constam sugestões bibliográficas, propostas de currículo, modelos de avaliação, sugestões de atividades de estudo e de práticas de sala de aula diferenciadas das expositivas.


GT 14 CURRÍCULO E ENSINO
SALA 156

Coordenadora: - Maria do Carmo Martins – UNICAMP

Ementa: O GT tem como objetivo discutir as pesquisas sobre currículos e programas de ensino de história tendo como referência a história das disciplinas escolares e a configuração dos conteúdos para o ensino.

Resumo: As pesquisas sobre história do currículo no Brasil, têm sido marcadas pela diferenciação entre história e as políticas públicas predominantes na construção dos programas de ensino (currículo prescritivo) e as pesquisas sobre as práticas curriculares, especialmente aquelas que articulam didática e conteúdos selecionados para o ensino escolar (currículo como prática). Além da necessidade de ampliarmos as discussões sobre as fontes e as metodologias destas pesquisas, pretendemos que o GT proporcione espaços de discussão e debates sobre as memórias profissionais dos professores, baseadas nos saberes “significativos” para sua formação. Com isso pretende-se abordar mais uma variável das pesquisas históricas sobre currículos, especialmente votadas para a atuação do professor na definição dos saberes ensinados.

02/09

A escolarização das séries iniciais na rede pública estadual de Santa Catarina sob o aspecto histórico do currículo de 1988 a 2001
Aida Rovata Paim - UNOCHAPECÓ/UNICAMP

A escolarização enquanto prática cultural que constitui-se parte do sistema das estruturas organizativas da sociedade, trás no seu bojo o currículo escolar, que se constrói a partir das relações de força dos interesses vigentes.Esta forma institucionalizada de se dar, favorece a ação de proposta de controle da sociedade. Percebendo-a como prática cultural, além de propor uma lógica de produção e reprodução pelos planos e pelo controle dos resultados, ela também interage com os sujeitos (professores) que interpretam tais planos e os transforma em prática, ou seja, em aula. A isto chamo de significação de vivências, que com a relação com outros sujeitos fazem romper em alguns pontos o currículo como prescrição (Goodson, 1995)ou como prática idealizada (Reid,1978). Para entender esta relação entre o currículo prescrito e sua implementação, busco na história social do currículo elementos para problematizar: Porque se dá o processo de implementação da Proposta Curricular de Concepção Materialista Dialética em um Governo de Concepção Neoliberal pelo viés da implementação da mesma e da manifestação prática dos currículos construídos, nos fazeres escolares cotidIanos?

Identidade e Ensino de História: O projeto pedagógico Multieducação do Município do Rio de Janeiro
Aristóteles de Paula Berino - Faculdades Integradas Serra dos Órgãos – Teresópolis/RJ

O reconhecimento da diferença constitui hoje um princípio educativo freqüente no currículo e nos projetos pedagógicos. Na perspectiva de uma política cultural, o reconhecimento da diferença visa a produção de práticas e saberes relativos à uma sociedade globalizada e multicultural, mas desigual nas oportunidades e expectativas. Neste trabalho buscamos discutir os objetos relativos à adoção de um programa pedagógico identitário e ao ensino de História proposto pelo Multieducação, núcleo curricular básico da rede escolar do município do Rio de Janeiro. Analisamos, particularmente, o cultivo da diferença e a experiência sobre a alteridade que se deseja alcançar através do ensino de História. Procuramos identificar os conceitos subjacentes e os procedimentos pedagógicos pertinentes com o proveito de expor e discutir as tecnologias disponíveis para a fabricação de identidades terminais e localizadas, destituídas dos riscos do confronto e da crítica.

Lembrando lembranças: Rio Comprido, um lugar de memória
Leila Medeiros de Menezes / Maria de Fátima de Souza Silva - UERJ

Tomando-se o bairro do Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro, como lugar de memória, promovemos com os alunos da segunda série do Ensino Fundamental do Instituto de Aplicação da UERJ, no ano de 2001, um mergulho no tempo através dos equipamentos arquitetônicos plenos da história da cidade e do país; do seu casario; dos cantos e recantos do bairro e do traçado de suas ruas. Rio Comprido, em um passado próximo-distante, foi o bairro da preferência dos ingleses e dos barões que ali construíram suas residências em belas chácaras ao pé dos morros do Corcovado e de Santa Tereza. Acreditamos que as atividades desenvolvidas no projeto possibilitaram a produção de saberes históricos no que se refere ao espaço-tempo e (re)construção da memória social.

03/09

Saberes escolares e ensino de história na interface do currículo
Idelsuite de Sousa Lima - UNICAMP/UFCG

O trabalho tem como objetivo fazer uma primeira apresentação das reflexões advindas do projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido no Programa de pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, que versa sobre a questão do currículo na interface com a cultura escolar, memória e ensino de história. Constitui-se na apresentação do projeto de tese que busca evidenciar o currículo na efetivação do conhecimento histórico escolar.

Saberes e práticas pedagógicas de ensino de História: implementação dos PCNs nas séries iniciais do ensino fundamental
Michele Cristina Moura/ Selva Guimarães Fonseca – UFU

A investigação propõe-se analisar um dos elementos norteadores do movimento curricular no Brasil na atualidade. Trata-se dos PCNs, séries iniciais do Ensino Fundamental, elaborados pelo MEC, com o objetivo de subsidiar os sistemas de ensino no desenvolvimento de propostas pedagógicas de qualidade, que legitimam o projeto de educação para a cidadania. Pretendemos discutir as intencionalidades manifestas e latentes desse documento curricular, o significado da proposta, seus limites, avanços e possibilidades. Apresentaremos os resultados de uma pesquisa de campo realizada em diferentes realidades escolares, buscando, diagnosticar como este currículo está sendo implementado, os saberes históricos que estão sendo difundidos e incorporados às práticas dos professores e os significados que os sujeitos-colaboradores da pesquisa atribuem ao texto do PCN - História.

04/09

Currículo, espaço de poder: a formação do professor de história em questão
Leonardo Rodrigues de Moraes - Universidade Salgado de Oliveira /Goiânia.

A proposta do presente trabalho, resultado de uma pesquisa para a elaboração da dissertação de Mestrado, defendida, em 2002, no Programa de Pós – Graduação em História da UnB, objetiva fazer um discussão do currículo de história, entendido enquanto espaço de poder. Trata-se de fazer algumas leituras do currículo do Curso de Graduação em História, de um Programa de Formação de Professores, intitulado Licenciatura Plena Parcelada, oferecido pela Universidade Estadual de Goiás, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação de Goiás. Neste sentido, o currículo, apresenta-se também como um campo estratégico, como “matéria significante”, não podendo, em razão disso, estar desvinculado da educação e das relações de poder em qualquer análise que se faça sobre estas ou sobre aquela, especificamente em relação a formação de professores de História.

Um currículo em disputa
Semada Ribeiro Alves de Azevedo - UFPE

Na década de 1980, o movimento de renovação do ensino de Historia e de recuperação de sua autonomia disciplinar, ameaçada pela introdução dos Estudos Sociais no currículo escolar brasileiro, provocou uma série de mudanças curriculares em todo país. A análise da reformulação da proposta curricular de História da rede estadual de Pernambuco no período de 1987-1992 constitui o objeto deste trabalho que tem na teoria crítica do currículo, na historia do currículo e na historia das disciplinas escolares seu referencial teórico. Deste aporte, currículo, disciplina, seleção e conflito foram definidas como categorias de análise. A pesquisa – bibliográfica, documental e de campo – revelou que, em meio ao conflito de concepções originárias de fatores externos (gestões políticas), teve peso significativo nas mudanças a emergência de um grupo de liderança intelectual, o qual procedeu à seleção de um currículo da disciplina história de caráter híbrido.


GT 15 - MEMÓRIA, HISTÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA
SALA 109

Coordenadora : Maria Carolina Bovério Galzerani - UNICAMP

Ementa: A proposta fundamental deste GT é a constituição de um território aberto ao intercâmbio de reflexões, voltadas para a articulação entre paradigmas muitas vezes desconexos pelas práticas de pesquisa contemporâneas, i.é, entre a memória, a história e o ensino de história.Dentro desta acepção, este fórum propõe-se a ampliar as investigações sobre o conceito de memória, na relação com o de história - sobretudo no diálogo com as produções do filósofo Walter Benjamin e com tradições historiográficas contemporâneas anglo-saxônicas e francesas - pensando-se nas potencialidades “inventivas” desta imbricação para a pesquisa sobre o ensino de história. Portanto, o que se objetiva é, principalmente, o fortalecimento da imagem do sujeito pesquisador (seja aluno ou professor de história), enquanto produtor de saberes, de conhecimentos histórico-educacionais.

02/09

A invenção da “Manchester Paulista”: embates culturais em Sorocaba (1903-1914)
Arnaldo Pinto Júnior – UNICAMP

Neste trabalho reflito sobre as relações entre cultura e cidade, com o objetivo de (re)construir historicamente o engendramento das concepções de modernidade em Sorocaba (SP). Analisando revistas literárias e almanaques publicados entre 1903 e 1914, procuro trazer à tona os embates sócio-culturais ocorridos durante um processo de aceleradas transformações do viver urbano e da constituição de “novas” práticas culturais. Entendo essas publicações como meios veiculadores de concepções liberais, românticas e positivistas. Dialogo com os conceitos de "produção de conhecimento" (Thompson), "memória" e "experiências vividas" (Benjamin) para discutir o avanço do sistema capitalista no Brasil e os seus desdobramentos na relação com as especificidades sorocabanas, com as tensões e resistências sociais que compuseram esse processo, indicando as potencialidades historiográficas e educacionais da história local.

Civilidade e progresso: ideais da imigração anglo-saxônica nos discursos da elite política brasileira (1846-1888)
Cacilda Estevão dos Reis - UEM/UEL

Essa comunicação é parte integrante da dissertação de mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós Graduação em História Social PGH UEM/UEL. Trata-se de uma pesquisa que visa a discussão das representações de civilidade expressas nas memórias do Visconde de Abrantes sobre os meios mais adequados para se viabilizar a ocupação do território brasileiro e promover o seu desenvolvimento, bem como um estudo sobre as noções de progresso desenvolvidas nessas memórias e nos discursos dos parlamentares brasileiros ( do Senado e da Câmara dos Deputados), entre os anos de 1846-1888. Assim, busca entender como a cultura, a economia e a educação da população brasileira seriam tomadas como argumentos para explicar a preferência dos políticos e parlamentares por imigrantes anglo-saxões, considerados civilizados, morigerados e industriosos.

A presença e os saberes indígenas e o ensino de História
César de Miranda e Lemos - Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro.

A proposta desse trabalho é centrada em duas constatações freqüentes nas atividades relacionadas ao ensino de História, em particular, na formação da memória coletiva sobre as possíveis contribuições dos grupos étnicos indígenas na formação social brasileira: a negação e a fossilização da presença indígena na historicidade da formação do Brasil. A intenção do trabalho é oferecer respostas a essas manifestações de alienação epistemológica e apresentar novos registros e estudos que enriquecem o ensino de História em relação à temática.

Olhares de professores de História sobre sua formação inicial: a dimensão da pesquisa
Elison Antonio Paim - UNOCHAPECÓ/UNICAMP

O objeto desta pesquisa é a Experiência de professores de História sobre o processo de passagem da universidade para a sala de aula.Como fontes documentais trabalho com depoimentos orais de professores de História graduados pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó-UNOCHAPECÓ, buscando apreender como estes profissionais desenvolvem suas práticas e refletem sobre a experiência vivida ao iniciar as atividades como docente de ensino fundamental e médio. Esta pesquisa é uma tese que vem sendo desenvolvida junto a Faculdade de Educação da UNICAMP-Grupo Memória. Estou buscando como estes professores vivenciam o início de carreira, como, o que e onde ensinam, em que o curso contribuiu para suas práticas, entender como rememoram sobre suas práticas e experiências desenvolvidas no cotidiano das escolas de ensino fundamental e médio. A fundamentação teórica esta pautada em E.P. Thompson, Walter Benjamim, Vigotsky.

03/09

Educação e memória: uma história a ser pensada
Fábio Luciano Iachtechen/ Gustavo Antonietto/ Vanessa Elisa Zoca
Universidade Tuiuti do Paraná

O presente trabalho de pesquisa constituiu-se num desdobramento da disciplina de Estágio Supervisionado. Tem como objetivo explicar parte da história do Colégio Estadual do Jardim Monza, situado no município de Colombo – região metropolitana de Curitiba. O período a ser investigado situa-se entre 1987 a 1997. Para a efetivação do projeto estão sendo levantados fontes escritas, iconográficas e orais, envolvendo ex-alunos, professores, diretores e membros da comunidade, num esforço conjunto de produção do conhecimento histórico sobre a escola, o qual deverá estar articulado a história do contexto na qual está inserida. Entre outras coisas, espera-se que os resultados da pesquisa permitam o estabelecimento de relações entre a história da instituição e a vivência atual de seus atores, favorecendo a percepção de que a vida de cada um está estreitamente relacionada com outras histórias.

Contribuições e manifestações coletivas na formação do professor de História no Brasil: memória, história e identidade
Ilka Miglio de Mesquita - Faceb/ Bom Despacho/MG

Guiada por Mnemozine, procurei por Clio e clamei para não nos deixar esquecer do compromisso de manter a História viva nesse milênio. Assim, o clamor fez retumbar na vontade de (re)começar e estou aqui, como sujeito da história e pela História para, na pesquisa de doutorado, fazer vir à tona a memória das manifestações coletivas – Seminários Perspectivas do Ensino de História, Encontros de Pesquisadores do Ensino de História e Simpósios Nacionais de História da ANPUH – e, assim, expressar o compromisso clamado. Busco inspiração em Benjamin para resgatar o diálogo com sujeitos que manifestaram e/ou manifestam pela história e seu ensino. Assim, desejo construir uma narrativa, a partir da troca de experiências com os companheiros que têm o compromisso em manter a história viva.

Entre História e Memória: artes de narrar, artes de ensinar, artes de aprender
Joel Carlos de Souza Andrade – UFRN

A construção dos novos territórios do historiador, sujeito produtor do conhecimento tem sido redefinida a partir de duas lógicas indissociáveis: ensino e pesquisa. Repensar esses lugares implica numa releitura da forma como os vestígios do passado têm sido trabalhados. Nesta abordagem, torna-se de fundamental importância uma reflexão sobre o trabalho com a memória, ou seja, ao trabalhar com a memória que possibilidades tem o historiador de dinamizar sua leitura sobre o passado constituindo-o como um espaço aberto para as reflexões na relação ensino-aprendiazem. Portanto, nossa proposta é que o trabalho com a memória pode ser compreendido como um mecanismo que estimula a criatividade/inventidade e sensibilidade históricas dos educandos ao construírem outras narrativas e compreenderem outras temporalidades.

Colando dos Cacos da Memória: a Educação Patrimonial e sua interface com o Ensino de História
Juçara Luzia Leite – UFES

A pesquisa, ainda em sua fase inicial, partiu da constatação do crescente número de trabalhos de alunos finalistas do curso Licenciatura em História da UFES cuja temática era relacionada à Educação Patrimonial. O objetivo é verificar em que medida o conhecimento histórico pode ser trabalhado através de práticas pedagógicas que considerem o Patrimônio Histórico local enquanto lugar de memória, e enquanto incentivadoras de uma identidade cultural capixaba. Para tanto, considera não apenas os supracitados trabalhos, mas a recente produção intelectual sobre o tema.

A sala de aula como pesquisa-ação: focalizando a exclusão social
Márcia Regina Poli Bichara - UNICAMP

Meu trabalho é uma pesquisa-ação pois, como professora de História da rede particular de ensino da Campinas desenvolvo dinâmicas junto aos alunos na intenção de levá-los a refletir a questão negra no Brasil e sobre as implicações que este tema pode ter no seu dia a dia. Dinâmicas estas capazes de fazer com que o aluno perceba a História na relação com o que é vivido pelas pessoas com as quais convive em seu tempo e com as de tempos passados. É nessa tarefa de relacionar conhecimentos com experiências vividas, de trabalhar o específico sem perder de vista a totalidade dos conhecimentos humanos, que busco a possibilidade do trabalho educativo com a Memória, tal como nos é apresentada pelo pensador Walter Benjamin.

04/09

Memória e Cultura urbana
Maria Silvia Duarte Hadler - UNICAMP

A pesquisa em andamento procura trabalhar com memórias diversas que se constituíram a respeito de um certo tempo – o tempo dos bondes – memórias que sugerem diálogos instigantes entre presente e passado, entrelaçando-se com vivências do presente. Esse percurso de pesquisa, que tem como cenário fundamental a cidade de Campinas, SP, levou à consideração do bonde enquanto um objeto cultural do espaço urbano da modernidade, emblemático de certos momentos dessa modernidade, um instrumento que pode nos conduzir a uma viagem de reconstrução de momentos vários da cidade, de resgate de formas de sociabilidade, de sensibilidades, de visões de mundo. As questões relativas à memória, à modernidade, às imagens constituídas sobre o viver na cidade serão trabalhadas também na articulação com a educação e o ensino de história.

Sorriso: “progresso” e desigualdade social
Regiane Cristina Custódio – UFMT

A cidade de Sorriso originou-se a partir de um projeto de colonização. Produz algodão, arroz e soja. O objetivo deste trabalho é apresentar os efeitos de uma colonização que, em meados de 1970 foi realizada com pequenos produtores rurais ( capitalizados) originários do sul do Brasil. Em meados de 1990, houve uma nova onda migratória de pessoas com origem diferenciada dos primeiros povoadores. São migrantes ‘nordestinos’ que, atraídos pela fama de cidade promissora que Sorriso possui, encontram diversas dificuldades como falta de moradia, emprego e escola. Alguns destes moradores trabalham nas área de plantio, nas fazendas. Outros prestam serviços na área central da cidade, em atividades que não exigem escolaridade e qualificação profissional.

Professor de História: memórias, práticas e representações
Serlei M. Fischer Ranzi – UFPR

Este trabalho propõe-se a discutir trabalhos produzidos ou em andamento sobre memórias de professores, práticas e representações na construção e estruturação de um saber escolar em História.

Histórias de professores de história: uma reflexão sobre a prática de ensino a partir de suas memórias
Stela Pojuci Ferreira de Morais - Universidade da Amazônia

O objetivo deste trabalho é trazer para este encontro uma reflexão sobre a prática de ensino de professores de história através de suas histórias. Dar voz aos professores se constitui a relevância desta pesquisa, pois temos como pressuposto analítico que o fenômeno investigado é visto como um processo em movimento, compartilhando com Antunes (2001) na assertiva que a memória é um dos indicadores para que se reflita sobre a formação inicial e continuada dos professores. Buscamos na análise de suas narrativas feita através das temáticas: infância, formação profissional, concepção de história e de ensino identificar se as mudanças nos paradigmas da escrita da história provocou mudanças na sua prática em sala de aula.


GT 21 - PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: EXPERIÊNCIAS, PROJETOS E PRÁTICAS ALTERNATIVAS
SALA 110

Coordenadora: Helenice Ciampi Ribeiro Fester – PUC/SP

Ementa: Socializar trabalhos de pesquisa e práticas alternativas que procuram adequar as questões da produção do conhecimento na construção de saberes históricos escolares seja no Ensino Fundamental, Médio ou Superior.

Resumo: As questões colocadas pela produção historiográfica assim como pelo processo ensino aprendizagem precisam ser pensadas quando se pergunta o que significa ensinar história hoje. A pesquisa e a docência se articulam num processo contínuo entre a prática docente e seus problemas teórico-metodológicos. Expressam o exercício de adequação entre a metodologia que orientam uma prática coerente com os princípios que a fundamentam. As prática efetivas de profissionais de história criam conjuntamente com seus alunos, saberes escolares que precisam ser recuperados na sua historicidade. O GT objetiva socializar o processo de pesquisa e docência de profissionais de história tendo a conhecimento como o diálogo entre conceitos e realidade social; construção de significados e relações entre pessoas, idéias e objetos num dado contexto sócio- cultural.
“(...) é através do ensino que se transmitem mais diretamente o cânon factual que o discurso historiográfico vai gestando nos seus vários estratos, desde a pesquisa de ponta, até as obras e livros didáticos”. Novais, Fernando. cf CIAMPI, Helenice. A história pensada e ensinada: da geração da certeza `geração das incertezas.S.P.,Educ/Fapesp,2000,p17)

02/09

Ensino de História: entre saberes e práticas
Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro – UFRJ

Nesta comunicação discuto os pressupostos teóricos, a metodologia e as conclusões de pesquisa, realizada através de entrevistas e observação de aulas, focalizando a mobilização dos saberes por quatro professores de História no ensino. Dialogando com autores que reconhecem a existência da cultura escolar, foram analisadas construções do saber ensinado na prática docente, para caracterizar, em perspectiva epistemológica, a especificidade dessa construção na qual a dimensão educativa, estruturante das configurações desenvolvidas, se articula numa síntese criativa com racionalidades, lógicas explicativas e conceitos do campo disciplinar, no caso a História. O trabalho com os depoimentos e registros do saber ensinado, através da interlocução com autores que utilizam a categoria saber docente, possibilitou a análise da mobilização dos saberes ensinados pelos professores considerando subjetividades e apropriações, num contexto de autonomia relativa, e buscando superar o risco de fetichização dos saberes.

A utilização da Internet como fonte de pesquisa no ensino de História: o recurso da metodologia da problematização
Antonio Germano Magalhães Júnior - Universidade Estadual do Ceará

O uso da tecnologia da informação nas escolas se difunde através de um misto de entusiasmo, preocupação e dificuldades. Professores e alunos convivem com transformações, cobranças e desejos em uma sociedade muito mais “modernosa” do que moderna, já que vivemos uma desigualdade entre os que possuem acesso e dominam as ferramentas tecnológicas e aqueles que desconhecem até a existências das mesmas. Um mundo diferente a cada dia e que exigi, no mínimo, abertura e ousadia para interpreta-lo. Nosso trabalho visa apresentar uma experiência de pesquisa desenvolvida com alunos da graduação e pós-graduação na Universidade Estadual do Ceará utilizando-se da Internet como fonte de consulta a informações que auxiliem na construção de conhecimentos, na área de História, através da Metodologia da Problematização.

Projeto História Viva: um trabalho de parcerias
Cláudia Maria Coutinho Dias - Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

Este trabalho apresenta uma das atividades desenvolvidas no Curso de História do UNILESTE-MG , em parceria com uma escola da educação básica .O Projeto oportuniza a reflexão e a análise sobre a realidade do ensino de História, através do contato entre os alunos do curso, futuros professores de História, e os alunos da Educação Básica. A experiência, tem mostrado que o objetivo de promover uma troca permanente de questões relativas ao Curso de História em interação com a Educação Básica necessita ser ampliada e aprofundada. Contempla ainda, diferentes aspectos relativos ao ensino da História através de varias ações, constituídas nas seguintes vertentes: Estudos sobre a prática educativa e sua relação com o ensino da História. Atividades práticas relacionadas ao ensino da História. Estudos sobre a produção teórica relacionada ao ensino da História.

História em tela: a utilização de filmes e desenhos animados no ensino de História
Eliana Ramos Ferreira/ Elane Cristina Rodrigues Gomes
Núcleo Pedagógico Integrado/UFPA

O presente trabalho tem por objetivo relatar experiências de professores e bolsistas através do Projeto “Histórias em Tela”, efetivado por professores de História do Ensino Fundamental, do Núcleo Pedagógico Integrado, buscando realizar uma discussão teórico-metodológica sobre a utilização de filmes e desenhos animados no Ensino de História. As imagens passadas pelos filmes permitem muitas vezes, o contato visual dos alunos com o conhecimento discutido em sala de aula, neste sentido o desafio diante deste recurso perpassa pela necessidade de se estabelecer um “recorte histórico”, face a amplitude e o caráter de adaptação da equipe de produção cinematográfica. É importante portanto, viabilizar um olhar mais atento dos estudantes em relação às produções cinematográficas, cujos elementos podem ser inseridos na compreensão dos conteúdos de História.

03/09

A disputa política discursiva e a construção do saber histórico
Eronides Câmara Donato - Universidade Federal de Campina Grande

Introdução: “A disputa política discursiva e a construção do saber histórico” representam a nomeação da pesquisa que venho desenvolvendo no ensino de história, com a preocupação de entender como as pessoas se constituem como ‘sujeitos históricos’. É uma pesquisa que estuda as disputas discursivas dos viajantes, durante os períodos colonial e imperial, sobre a fixação das identidades de índios e negros. As subjetividades que circulam, sobre os considerados diferentes, em geral, são de selvagens, rudes, grosso, inferior e coitado. Essas subjetividades, embora não circulem nos livros didáticos ou na literatura mais recente, estão sacralizadas nas tramas da cultura e não devem apenas ser narradas ou problematizadas, mas desconstruídas historicamente. Objetivo: A principal preocupação da pesquisa é, na perspectiva pós-estruturalista, apresentar como essas identidades foram construídas historicamente, discutindo o mal – estar por elas provocadas culturalmente. Referências teóricas metodológicas: As leituras das identidades de índios e negros nessa literatura são realizadas a partir do questionamento da representação do real, do entendimento da linguagem enquanto produtora de significados e significantes, e de como a repetição dos significados pode causar mal-estar às pessoas.

Os projetos de trabalho no Ensino de História: efetivando a prática de pesquisa em sala de aula
Fernando Antonio Mesquita de Medeiros - Universidade Federal de Alagoas

Procuramos refletir neste trabalho, sobre algumas implicações dos Projetos de Trabalho no ensino de História a partir de uma experiência por nós orientada e que envolveu os alunos concluintes do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no âmbito das atividades do Estágio Supervisionado de Ensino, que foi desenvolvida em escolas da rede pública estadual de ensino em Alagoas. Partindo da experiência esboçada, como parâmetro, e tendo como referencial teórico os trabalhos de educadores e historiadores que têm em comum a crença na prática de pesquisa em sala de aula – como forma de conhecimento/apropriação do mundo e aprendizagem da interpretação da realidade - tratamos das virtualidades dos Projetos de Trabalho no ensino de História e lançamos proposições para que os mesmos se efetivem na prática docente e no processo de formação de professores.

Saberes histórico-educacionais: era uma vez um professor de História que construía História
Helenice Ciampi Ribeiro Fester – PUC/SP

A apresentação objetiva socializar um trabalho desenvolvido no ensino fundamental, analisando e explicitando os princípios teórico-metodológicos de uma prática que pensa o ensino como pesquisa e não somente o ensino com pesquisa. Uma prática na qual o professor é o agente do processo educativo e a prática profissional o lugar da produção de saberes escolares os quais possibilitaram a produção do conhecimento histórico pelos sujeitos envolvidos. Uma prática que visa o resgate do aluno e sua percepção como ser pensante, histórico, social. Uma prática que expressa a circularidade entre os lugares da produção do conhecimento ,bem como da complexidade das relações entre identidades e diversidades de alunos e professor. Enfim, uma prática que expressa a articulação de saberes históricos e pedagógicos e a vivência de um “contrato didático” construído em vários momentos e constantemente renovado

Um fazer diferente na prática de ensino: experiências em mini-cursos
Isaíde Bandeira da Silva - Universidade Estadual do Ceará

O despertar para projetos sociais, tendo a pesquisa como princípio científico e educativo, é um desafio para um fazer diferente nas disciplinas de Prática de Ensino. Então, como redimensionar o Estágio Supervisionado para atender a diferentes atores sociais? Que práticas são ensaiadas para pôr o Estágio a serviço da sociedade, como um processo de extensão universitária? Nestes aspectos torna-se fundamental um saber acadêmico transposto didaticamente, num contato direto com o cotidiano escolar, que significa muito mais que o cumprimento de créditos, é um pensar que propõe intervenção concreta na realidade do Ensino de História. Assim, busco socializar alternativas encontradas para um
Fazer Diferente, através de mini-cursos que abordam o Patrimônio Histórico.

Cursos de capacitação docente para professores de História em Maringá – 1991/1994

Hudson Siqueira Amaro – UEM

Este trabalho, é um estudo sobre o processo de capacitação de professores da rede oficial de ensino do Estado do Paraná, tomando por base os cursos ocorridos na cidade de Maringá, na área de História, os quais se incluíam no âmbito das políticas educacionais do estado entre os anos de 1991 e 1994, marcos políticos do período em que a Secretaria de Estado da Educação estava implantando currículos novos de 1o e 2o graus na rede escolar paranaense. O foco do trabalho procura ressaltar opiniões dos professores que participavam daqueles cursos a respeito dos mesmos. Dissertação de mestrado desenvolvida junto ao programa de pós-graduação em História Social do Departamento de História da Universidade de São Paulo – USP, sob orientação da Profª Drª Raquel Glezer .

04/09

Ensinando e Aprendendo História em classes de Correção de Fluxo
Luciene dos Santos Melo - UNICAMP

O trabalho visa analisar a proposta para o Ensino de História do Projeto Ensinar e Aprender – Corrigindo o Fluxo , implantado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo entre os anos de 1999 e 2001. Sendo um dos mecanismos apontados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como forma de garantir a permanência e conclusão do Ensino Fundamental pela maioria das crianças e jovens em idade escolar, este estudo procura relacionar o referido projeto dentro do programa neoliberal para a Educação brasileira, discutindo as causas que levaram os alunos envolvidos ao chamado “fracasso escolar” (repetência e evasão) e a viabilidade da proposta de ensino de História para estes alunos, contrapondo discurso e prática, através da análise do material que compõe o Projeto confrontando depoimentos dos sujeitos envolvidos com o acompanhamento da implantação, execução e avaliação nas escolas participantes.

Espaços de Interlocução do Ensino de História na Educação Básica e no Ensino Superior.
Maria Luciana Brandão Silva
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

O presente trabalho relata as experiências vividas pelos professores e alunos do Curso de História do Unileste-MG, através do Projeto Coletivo Interdisciplinar em Espaços Escolares. Este projeto permeia todo o curso e busca contribuir com a interlocução entre prática – teoria – prática como eixo norteador do currículo. A disciplina “Prática Pedagógica no Ensino da História,” ofertada nos 8 períodos se constitui como referência às atividades em que se constituem este projeto e incluem a observação in loco e uma produção escrita semestral seqüenciada: memorial, anteprojeto, projetos, culminando na produção de uma monografia. O projeto tem por objetivo familiarizar o aluno da licenciatura com as questões da educação, do ambiente escolar, do cotidiano da sala de aula e especificamente, do ensino de história a partir do 1° período do curso. Represento a equipe de professores que participa do projeto

Utilizando o riso em sala de aula: buscando formas novas e alternativas para a prática de ensino da história
Patrícia Regina Cenci Queiroz – UNESP/Assis

Buscando novas formas de trabalho junto ao ensino médio, elaboramos um projeto didático para a disciplina de história que utiliza como fonte de apreensão historiográfica sátiras e caricaturas publicados nos principais meios de comunicação nacionais. O objetivo da elaboração deste material didático visa, entre outros aspectos, aprimorar formas alternativas de trabalho no processo ensino-aprendizagem. A idéia de utilizar produções satíricas e de humor dentro da sala de aula tem o objetivo de proporcionar maior familiaridade dos alunos com os temas abordados, baseando-se numa linguagem simplificadora, atrativa (até mesmo por conter elementos satíricos), visual e coloquial. O projeto encontra-se em fase de catalogação e levantamento das fontes visuais, assim como na elaboração de planos didáticos e de atividades pedagógicas. Partimos da idéia de uma educação significativa, ou seja, a idéia de que o aluno aprende a partir daquilo que lhe dá significado. Baseado nisso e seguindo indicações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, buscamos com este projeto criar um amplo material satírico, que abarque diversas temporalidades e temas (gênero, etnia, religião, cultura, política, etc.) para conseguirmos aproximar os conteúdos da disciplina de história as vivências cotidianas dos alunos e, fazer com que percebam, que tudo pode ser utilizado como fonte de apreensão historiográfica.

Oficinas temáticas: encontro entre culturas – Portugal e Brasil
Tatsuo Ishizu - Núcleo Pedagógico Integrado/UFPA

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Projeto “Oficinas Temáticas”, que integra o Programa de Capacitação Acadêmica Docente, idealizado por um grupo de professores de História do Ensino Fundamental do Núcleo Pedagógico Integrado. Os organizadores das Oficinas propõem-se, a partir do tema, buscar os caminhos teórico-metodológicos e procedimentos didático-pedagógicos necessários para o desenvolvimento do trabalho. “Encontro Entre Culturas: Portugal e Brasil” foi a última oficina que o projeto ofertou no período letivo de 2002, procurou atingir duas finalidades: a construção de textos didáticos e a leitura de iconografias.

Ensino de História e Literatura: presença da mulher nas narrativas de Jorge Amado
Celeste Maria Pacheco de Andrade

A imagem da mulher há muito vem sendo objeto de estudo da historiografia, principalmente a partir do momento em que novos objetos entram em cena ocupando as investigações, sobretudo quando alguns temas passaram a ser re-visitados trazendo novos questionamentos utilizando abordagens que possibilitaram novos olhares.. Nossa intervenção vai no sentido de avaliar o papel convencionalmente definido para a mulher em algumas narrativas do escritor Jorge Amado. Geralmente ocupando papéis estereotipados – que vão de objeto sexual a mulher guerreira – tais narrativas terminaram por uniformizar alguns lugares de mulher no imaginário. Nosso objetivo é apontar as possibilidades de utilizar essas mesmas narrativas para analisar determinados sujeitos históricos a partir de personagens.


GT 22 - TEMPO E HISTÓRIA: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO NO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR
SALA 157

Coordenadora: Magda Maria de Oliveira Ricci – UFPA

Ementa: Debater e analisar as noções de tempo (em especial de tempo histórico) dos docentes que atuam dentro do espaço da sala de aula do ensino fundamental, médio e superior; analisar as práticas e saberes dos docentes de história nos níveis fundamental, médio e superior de ensino no presente e no passado; analisar os livros didáticos de história e seus usos no processo de construção da idéia de tempo histórico; discutir a regulamentação da LDB e as propostas dos PCNs no que se refere a idéia do tempo histórico e seu impacto nas práticas docentes e nos livros didáticos de história.

Resumo: A partir dos fins da década de 1980, os enlaces entre a história, a antropologia cultural, bem como as mudanças provocadas pela nova LDB e pelos PCNS provocaram uma forte mudança no eixo interpretativo da história. Essas transformações se deram, sobretudo, na incorporação de novos problemas, abordagens e objetos de leitura histórica, levando professores dos diversos níveis de ensino a reverem a idéia de um tempo histórico único e hegemonicamente dominado pelos acontecimentos políticos e econômicos. Este GT propõe uma análise destas mudanças, dividindo experiências docentes oriundas de todos os níveis de ensino e buscando a constituição de alternativas metodológicas aos modelos esquemáticos estabelecidos pelas análises de cunho econômico-político presentes tanto nas práticas docentes como em muitos livros didáticos.

02/09

Concepção do ensino de História para as sociedades indígenas – o caso de Tapirapé na aldeia Tapi’Itawa
Ádria Borges Figueira Cerqueira - Universidade Estadual de Goiás

Na tentativa de compreender a visão da educação escolar para o grupo étnico Tapirapé, e em especial, a concepção do ensino de História na Escola Tapirapé, no que tange o tempo presente, partindo da percepção de uma coexistência entre fatores locais e globais, e considerando a dinamicidade desta sociedade, temos como objetivo, estabelecer um estudo que vise perceber semelhanças e diferenças entre as concepções do ensino de História para as sociedades indígenas e a sociedade majoritária no Brasil, partindo respectivamente dos Referenciais Curriculares Nacionais para as Escolas Indígenas (RCNEI’s) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para o ensino de História. E de forma mais específica, buscamos compreender como se dá o processo de educação indígena entre os Tapirapé da Aldeia Tapi’Itawa, percebendo a concepção do ensino de História entre os mesmos, possibilitando assim, um estudo comparativo entre as diversas formas e realidades da educação escolar. A partir de leituras preliminares feitas acerca do tema em questão, tomamos como pressuposto a existência de um discurso “idealista” do que vem a ser a educação escolar, construção esta, presente tanto nos PCN’s de História, quanto nos RCNEI’s. Considerando que os elementos presentes no imaginário histórico dos povos indígenas, estão alicerçados na tradição oral, temos como referencial “positivo” de ação pedagógica, o uso da memória na Escola Tapirapé, possibilitando a percepção destes sujeitos como agentes ativos no processo histórico.


Desafios para a construção do conhecimento histórico no ensino fundamental/ programa de capacitação acadêmica docente na área de História
Conceição Maria Rocha de Almeida - Núcleo Pedagógico Integrado/UFPA

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Programa de Capacitação Acadêmica Docente na Área de História idealizado e ainda executado por um grupo de professores de História do Ensino Fundamental do NPI. Buscando contribuir para o processo de capacitação docente e com vistas à reflexão sobre possibilidades metodológicas de ensino da História, o Programa em questão, ofereceu um conjunto de eventos que possibilitaram a discussão de procedimentos teórico-metodológicos e recursos didáticos referentes aos conteúdos desenvolvidos ao longo das séries do ensino fundamental do NPI, considerando aspectos como as diferentes faixas etárias e sócio-econômicas dos alunos, assim como as diferentes condições de trabalho disponibilizadas pelos estabelecimentos públicos de ensino aos professores de História. Este programa desenvolveu basicamente, no período letivo de 2002, dois projetos: “Histórias em Tela” e “Oficinas Temáticas”.

A construção do tempo histórico e identidade - tendências teóricas e metodológicas na formação do pesquisador
Ernesta Zamboni – UNICAMP

A partir das pesquisas existentes relativas ao conceito de tempo baseadas em investigações realizadas com alunos e professores da escola fundamenta e no recursos da na memória analisar os processos teóricos - metodológicos ( incluindo a pesquisa empírica e teórica) e bibliográficos referentes a construção destes conceitos como também o processo de formação do pesquisador/professor.

A concepção de tempo do professor das séries iniciais no ensino de história
Gelta Madalena Jonck Pedroso / Alessandra Aparecida Sell - UNIVILLE

O projeto a concepção de tempo do professor das séries iniciais, tem como objetivo de identificar as concepções de tempo dos professores das séries iniciais das redes públicas e particulares de Joinville, e como esses profissionais as aplicam no processo ensino/aprendizagem.Compreende-se que o tempo é uma concepção que pode ser apreendida a partir das experiências pessoais e sociais, e por isso o profissional das séries iniciais deve ser dinâmico e conhecedor do tema para que seu aluno consiga localizar se no tempo, criando situações em que o aluno se perceba num todo, capaz de identificar as diversas dimensões da realidade e as interações existentes entre elas. A pesquisa exploratória permitiu apreender as concepções já existentes como também os autores que lidam com esta questão na História. Paralelamente buscamos levantar dados sobre as concepções de tempo dos professores da rede pública e particular que atuam nas séries iniciais, e com os acadêmicos do curso de pedagogia. A pesquisa indica uma certa dificuldade dos professores em trabalhar com a concepção de tempo na sala de aula

03/09

A constituição do objeto “tempo histórico” como tema de investigação na pesquisa atinente à educação escolar no último decênio: um balanço historiográfico
Leide Alvarenga Turini – UFU

Uma questão fundamental nas discussões sobre a ação pedagógica do professor de história no Brasil diz respeito à necessidade de superação de uma concepção de história linear ancorada em uma representação de tempo único, contínuo, homogêneo, eurocêntrico e evolutivo/progressista. Por conseguinte, desponta a necessidade de uma discussão específica sobre o conceito de tempo, bem como sobre as características e noções atinentes à temporalidade histórica e suas representações entre professores e alunos na educação escolar. Visando trazer uma contribuição ao debate proponho-me nesse trabalho a apresentar um balanço a partir de pesquisas desenvolvidas no último decênio, com vistas à reflexão das seguintes questões: 1- Por que tempo histórico como objeto central de investigação 2- Trilhas metodológicas adotadas nos estudos; 3- Referenciais teóricos norteadores dos estudos realizados.

Do verbo se fez tempo: a história ensinada nas primeiras séries do ensino fundamental no Pará
Magda Maria de Oliveira Ricci – UFPA

O conceito de tempo, fundamentalmente o de tempo histórico, constitui um tema elementar, especialmente, no campo da história nos anos iniciais do ensino fundamental. Contudo, para além de ser pouco discutido nos três níveis de ensino, é praticamente desprezado dentro da prática letiva da maioria dos professores de 1ª até 4ª séries. Disto resultam sérios agravantes: 1) alunos são abordados abruptamente por temáticas e conteúdos pouco propícios a sua capacidade de percepção psicológica e motora. 2) professores acreditam que o conhecimento histórico é apenas conteudista e factual, nivelado pelas apreensões de datas comemorativas e eventos nacionais considerados de “relevo”. Neste GT abordarei algumas iniciativas de um projeto piloto desenvolvido no Núcleo Pedagógico Integrado (NPI) da UFPA. São iniciativas locais visando melhorar esta realidade Amazônica, que certamente se estende para fora destes limites territoriais sendo um problema nacional.

Ensino de História no encontro de tempos
Nicolas Alexandria – EBA/UFRJ

Pretendemos levantar algumas questões em torno à relação entre ensino de história, tempo e temporalidades tomando como referência áreas de fronteira da Antropologia e da História. A partir de polêmicas relevantes, não tanto em função da coincidência de objetos, mas antes por conta da profundidade dos conceitos, como a envolvida entre as noções de diacronia e sincronia discutiremos algumas questões inscritas no debate teórico-conceitual das duas disciplinas e evidenciaremos tentativas de delimitação da idéia de estrutura e longa duração e suas ricas possibilidades de diálogo entre Antropologia e História numa sala de aula que se deseja relacional e interdisciplinar.

Saber dar tempo ao tempo: os saberes e a prática docente no ensino fundamental no Pará
Stela Pojuci Ferreira de Moraes - Universidade da Amazônia

Neste GT pretendo analisar os saberes e a prática docente dos professores do ensino fundamental no que se refere à construção do conceito de tempo histórico no ensino fundamental do Pará. Trabalhando em um projeto piloto no Núcleo Integrado de Ensino da UFPA, pretendo discorrer sobre esta experiência e seu entorno, buscando compreender o universo docente, suas limitações ao bom desenvolvimento, bem como sua prática quotidiana de ensino de história.

04/09

Um passo a frente: uma proposta de ensino do tempo e história para os professores do ensino fundamental na região de Altamira (PA)
Maria de Nazaré dos Santos Sarges - UFPA

Neste GT pretendo debater um desdobramento de um projeto piloto iniciado há cerca de um ano no Departamento de História da UFPA junto com a professora Magda Ricci. Este projeto tem como proposta analisar e propor encaminhamentos para o ensino de história e a apreensão da questão do tempo histórico na realidade do ensino fundamental. Partindo deste projeto piloto que vem desenvolvendo um material e discutindo sua aplicabilidade, formulei um projeto mais ambicioso: o que levar estes dados a uma comunidade maior e interiorana no Estado do Pará, os professores da rede pública da cidade de Altamira. São professores, em sua maioria sem formação universitária, e com uma visão muito precária da história e de seus métodos e teorias. Neste sentido, este projeto prevê tanto conhecer esta outra realidade educacional procurando, aprender com os saberes docentes ali presentes, como ainda deve propor intervenções neste contexto. São estes objetos que devo debater neste GT.

O tempo dos alunos: uma análise da relação docente/discente no ensino fundamental em Belém do Pará
Prisila Galyce Nunes Nobre –UFPA

Este trabalho pretende relatar minha experiência junto a um projeto piloto desenvolvido no Núcleo Pedagógico Integrado da UFPA e coordenado pela professora Magda Ricci. Mais precisamente objetivo discorrer sobre o papel dos alunos no aprendizado de história e no conceito de tempo histórico dentro deste projeto. Baseando-me em uma avaliação preliminar que os discentes envolvidos no projeto elaboraram, pretendo verificar tanto o mundo social dos discentes, quanto suas dificuldades de aprendizagem da questão do tempo. Devo ainda associar esta experiência com minha prática como graduanda em história na UFPA.

Etapas do Ensino de História: produção do conhecimento histórico e níveis de escolaridade
Rosa Godoy/ Joana Neves/ Margarida Dias – UFPB

Pretendemos, com esse projeto, inicialmente, identificar, em cada um dos níveis de ensino, o conceito de história elaborado pelos respectivos estudantes. Esse levantamento norteará uma reflexão sobre a relação entre a conceituação formulada e as propostas curriculares para o ensino de história. No estabelecimento dessa relação deverão ser levados em conta os pressupostos teórico-metodológicos que caracterizam o processo de produção do conhecimento histórico e a questão da produção de um conhecimento histórico escolar. A caracterização dessa relação possibilitará a formulação de propostas de organização de etapas de ensino que correspondam à adequação entre as exigências formais e conceituais da elaboração do conhecimento histórico e os objetivos educacionais propostos para cada etapa de escolaridade ou nível de ensino.

Tempo concreto, materiais concretos: o relato de uma experiência de ensino no Pará
Sinei Soares Monteiro – UFPA

Neste GT pretendo discorrer sobre a elaboração de materiais pedagógicos para o ensino de história e o conceito de tempo histórico numa série do ensino fundamental. Trabalhando há cerca de um ano no projeto piloto junto ao Núcleo Pedagógico de Ensino da UFPA, devo relatar esta experiência e a forma como ela vem se somando a minha formação na graduação em história da UFPA. Objetivo ainda analisar a função destes materiais na criação do conceito de tempo histórico nestes alunos.

As crianças e o desenvolvimento da temporalidade histórica
Soraia Freitas Dutra - Escola Fundamental do Centro Pedagógico da UFMG

A educação histórica para crianças não pode prescindir do desenvolvimento da temporalidade histórica – dimensão estruturante desse campo do conhecimento. No entanto, a noção de tempo não parece ser de fácil compreensão para as crianças, dada a complexidade e o nível de abstração nela envolvidos. Entretanto, como um construto mental, o tempo é uma dimensão que precisa ser aprendida. Nesse trabalho, pretende-se discutir dados de uma pesquisa realizada com crianças de 10 a 12 anos em que objetos da cultura material – testemunhos da história e, portanto, dotados de memória e significados históricos – são tomados como mediadores no desenvolvimento de operações relacionadas à temporalidade histórica, num contexto de ação mediada pelo professor.

GT 23 - LINGUAGEM, CULTURA E COGNIÇÃO E ENSINO/APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA
SALA 155-B

Coordenadora: Lana Mara Siman – UFMG

Ementa: Discutir teórica e metodologicamente pesquisas em que se evidencie o papel dos mediadores culturais/fontes de conhecimento histórico (linguagens escrita, oral, visuais, objetos da cultura material) e das ações mediadas (interações discursivas) promovidas pelo professor em situações de ensino-aprendizagem na sala de aula, visando à construção e à apropriação do conhecimento e o desenvolvimento do pensamento histórico pelos alunos.

Resumo: Este GT pretende acolher pesquisadores que tem investigado questões relacionadas aos processos de ensino aprendizagem da História, sob a perspectiva da relação entre linguagem, cultura e cognição ( filiada às tradições teóricas da sociolingüística; da psicologia sociocultural; das representações sociais). Pretende-se que os trabalhos inscritos ensejem discussões de caráter teórico e metodológico a respeito do papel que ação mediada do professor (interações discursivas) e dos mediadores culturais ( fontes históricas e suas linguagens) podem exercer em sala de aula na promoção do trânsito ( sempre desafiador) entre os conhecimentos e as representações/senso comum que os alunos trazem e o novo conhecimento a ser apropriado; entre a história vivida individual e coletivamente e o conhecimento histórico; entre o tempo vivido social e coletivamente e o tempo histórico.

02/09

Campo Comprido – um bairro de várias faces
Angélica Lopes Cruz/ Fátima Ferreira/ Larissa Précoma/ Mariete S. Lopes
Universidade Tuiuti do Paraná

Este projeto de pesquisa constitui-se num trabalho conjunto entre os cursos de História ( através do Laboratório de Ensino e Pesquisa) e de Psicologia, mais especificamente com a disciplina de psicologia comunitária. Pretende entender alguns aspectos da formação e consolidação do bairro de Campo Comprido – município de Curitiba, e suas relações com uma instituição de atendimento à meninas portadoras de necessidades especiais, criada em 1971 – o Pequeno Cotolengo. Trata-se de um bairro de área bastante extensa e com uma complexa configuração: grandes conjuntos habitacionais, condomínios fechados de luxo, áreas de ocupação, e vilas que remontam o século XVII, dividem o mesmo espaço e fazem do bairro de Campo Comprido um importante objeto de investigação. Para a realização desta pesquisa estão sendo consultadas fontes em órgãos como a Prefeitura Municipal de Curitiba, Arquivo Público, Casa da Memória, IPPUC, COHAPAR. Também serão utilizadas fontes orais, uma vez que familiares dos primeiros moradores do bairro ainda residem na região. Consideramos fundamental para nossa formação de professores-pesquisadores esta inserção já no início do curso, no universo da pesquisa. Pretendemos, ao final do trabalho, elaborarmos um material que poderá subsidiar as escolas do bairro na compreensão da história local.

MERCOSUL – livros didáticos e documentação oficial: um paralelo necessário
Flávio Costa Berutti - Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH

Neste trabalho foi realizado um estudo comparativo entre textos didáticos sobre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) produzidos por autores de livros destinados ao Ensino Fundamental (de 5ª a 8ª séries), e dois documentos oficiais relacionados aos processos de constituição e consolidação do bloco: o Tratado de Assunção e o Protocolo de Ouro Preto. Foram levantadas questões relativas às diversas concepções de História, às fontes utilizadas pelos autores de textos didáticos e ao grau de atualização das informações sobre o Mercosul contidas nesses textos. Para o estudo comparativo, foram analisadas oito coleções didáticas de História aprovadas pelo Ministério de Educação e que foram incluídas no Guia de Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro Didático 2002.

03/09

História, Cultura e Identidades: um estudo sobre o filme Quilombo
Jander Marcelo Conchon/ Sandra de Cássia Araújo Pelegrini – UEM

A produção cinematográfica, se analisada como um documento histórico pode constituir um instrumento didático instigante e promissor para o ensino em todos os níveis de escolarização. Para isso o professor deve problematizar o contexto da produção do filme, a técnica utilizada e temática abordada. Nessa perspectiva, o profissional deve estar atento às articulações sociais expressas na obra e assim propor uma análise interpretativa acerca da relação entre a história e a construção de identidades e memórias sociais. Assim, deve apoiar-se em metodologias capazes de lhe oferecer suportes teóricos que fundamentem a análise do conteúdo e da produção do filme. Observado sob esse ângulo, o filme Quilombo, de Carlos Diegues, apresenta-se como significativa fonte de pesquisa, ensino e aprendizagem, especialmente para aqueles interessados em discutir a produção de identidades étnicas e processos de exclusão social do negro no Brasil.

Formação continuada dos professores de história e geografia da rede pública estadual: compartilhando experiências de planejamento e operacionalização
Lílian Ianke Leite -UFPR

A partir de um diagnóstico inicial das necessidades de formação continuada dos professores de história e geografia, organizou-se o Seminário de Capacitação em mapas e maquetes: os diferentes olhares sobre as representações do espaço paranaense. O referido seminário teve o objetivo de propiciar situações de reflexão sobre as representações histórico-geográficas do espaço paranaense por meio da construção e utilização de mapas e maquetes. Para facilitar o desenvolvimento de experiências semelhantes no contexto escolar, foram compostos kits com material didático e teórico de apoio e disponibilizados aos participantes. A receptividade dos professores em relação ao trabalho desenvolvido apresentou importantes indicativos sobre as necessidades de formação continuada.

Escola Kalunga: Formação Étnica e Identidade Cultural no Processo Pedagógico
Lorena Rodrigues Silva - Universidade Estadual de Goiás

O presente trabalho visa analisar a influência da educação na construção de identidades, tratando com cuidado a questão étnica, vislumbrando o respeito a diversidade, acreditando no entanto, que a educação é fundamental na construção e na valorização de um mundo verdadeiramente plural. Para tanto me atenho especificamente a uma história singular, onde a memória, as tradições e as práticas sociais coletivas se cruzam e se interpretam, ou melhor dizendo, meus estudos se centram na comunidade Kalunga, um grupo de remanescentes de quilombos localizados a nordeste do estado de Goiás, onde teremos um espaço simbólico, montando e remontando história e memória através do cotidiano escolar. Assim, trabalharei intensamente no âmbito da história oral, fundamentando, dessa forma, meu trabalho de campo que enriquece de maneira inegável esta análise.


04/09

Relações entre a formação de conceitos históricos e a aprendizagem da linguagem escrita em adolescentes – apontamentos iniciais
Maria Aparecida Lima Dias – USP

Nesta comunicação serão apresentados os primeiros resultados de uma situação experimental piloto elaborada com a intenção de iniciar os estudos de doutorado sobre a relação entre a formação de conceitos históricos e a aprendizagem da linguagem escrita em adolescentes. Partindo da hipótese de que a mesma existe, o trabalho procurou colher dados de como ela acontece a partir da análise das produções orais e escritas de alunos regulares da 8ª. série de uma escola pública em São Paulo no primeiro semestre de 2003. Pretende-se apresentar, também, os problemas detectados na condução da situação experimental e os desafios e novas questões que se abriram a partir do trabalho.

Festa, barbárie e tradição: a trajetória das touradas em Cuiabá
Marisa de Oliveira Camargo – UFMT

Esta Pesquisa tem como objetivo mais geral analisar a trajetória das touradas em Cuiabá, durante o período republicano, mais especificamente entre 1889-1936, ano em que, segundo os registros consultados, ocorreu a última tourada na capital mato-grossense.
Dentro desta perspectiva, trabalhar questões referentes ao ensino e aprendizagem
da história regional no ensino médio e fundamental. Discutir teórica e metodologicamente as ações de professores e as práticas em sala de aula, visando a apropriação do conhecimento histórico pelos alunos e a produção de saberes regionais. Como trabalhar a cultura regional, valorizando o conhecimento prévio dos alunos, conforme os PCNS.

Para rir, para pensar: a utilização da linguagem visual do humor como recurso didático-pedagógico no ensino de História
Sheila do Nascimento Garcia - UNESP/Assis

Vivemos em um mundo cercado de imagens, veiculadas principalmente pelos meios de comunicação e pelas estratégias publicitárias. Se nossa realidade circundante é toda permeada pelo apelo visual, como transformar a prática da sala de aula em algo dinâmico e instigante para os alunos? Este trabalho objetiva responder a esse desafio, propondo a utilização da linguagem visual do humor como uma estratégia no processo ensino/aprendizagem de História (experiência já realizada no Ensino Médio). Ao partir da realidade concreta dos alunos – por meio do exercício de análise crítica de charges veiculadas pela grande imprensa e, posteriormente, pela construção de suas próprias imagens de humor – tais atividades contribuem para a descoberta de uma História não mais distante e teórica, mas atrelada à existência de cada indivíduo, fruto das construções e práticas sociais de cada época.

GT 24 - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: PLURALIDADES ÉTNICAS, IDENTIDADE NACIONAL E GÊNERO
SALA 112

Coordenadoras: Lúcia Helena Oliveira Silva; Márcia Elisa Teté Ramos e Maria de Fátima da Cunha - UEL

Ementa: O GT propõe a discussão quanto ao discurso curricular atual, no caso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (3º e 4º ciclos), destacando questões referentes à construção de determinadas identidades/subjetividades no ensino de história. Consideramos que os PCN´s apresentam um projeto sobre qual sujeito formar, colocado-se como inovador, negando o ensino de história tradicional e ressaltando a participação e reflexão de diversos agentes representantes da sociedade na sua elaboração. No entanto, justamente por expressar a luta de grupos sociais que tentam estabelecer diferentes significados/necessidades/objetivos, os PCN´s nos revelam transformações e permanências e por vezes pseudo-avanços em torno da compreensão sobre pluralidades étnicas, identidade nacional e relações de gênero.

02/09

O imaginário social presente no processo de escolarização e profissionalização de graduandas (os) dos cursos de História e Pedagogia da UNIVERSO Goiânia
Amone Inácia Alves / Fátima Cristina de Oliveira
Universidade Salgado de Oliveira/ Goiânia

O presente trabalho discute a questão das relações de gênero pautando-se sob a concepção da representação identitária em sala de aula nos primeiros períodos dos Cursos de História e Pedagogia, aonde as alunas são maioria, além do quadro de professores. O foco central gira em torno do entendimento acerca do conceito de gênero, entendido como elemento constitutivo das relações de poder e representações sociais alicerçadas sob a ênfase dos padrões masculinos presentes na nossa cultura. Neste sentido, apesar das relações de gênero se darem no espaço predominantemente feminino, especificamente nas Licenciaturas, pretende-se refletir sobre a atribuição de sentidos das relações de poder na representação das identidades, sabendo que a disputa pelo poder nas relações de gênero tem seus objetivos centrados no prestígio social das representações identitárias sexuais.

A utilização de Mitos históricos masculinos na construção da identidade goiana e a sua apropriação no ensino de História
Amone Inácia Alves / Fátima Cristina de Oliveira
Universidade Salgado de Oliveira/ Goiânia

Tendo em vista as atuais demandas historiográficas de se repensar a historiografia a partir da perspectiva apontada por Jacques Le Goff, de "novos" métodos, abordagens e temas, faz-se necessário destacar conceitos importantes à luz da discussão, como o de identidade, a fim de questioná-lo e escrever a nova história de Goiás. Historicamente Goiás foi construída a partir de um discurso eminentemente elitista e "masculino", enfocando o "herói" como mito, cujo objetivo era apropriar-se da idéia de identidade a fim de confirmar uma homogeneização pretendida pelo Estado de formar comportamentos e idéias. Neste sentido, desde o início na própria formação com o mito do colonizador - representado por Anhangüera até a transferência da capital da cidade de Goiás para Goiânia, a História foi escrita por homens e sobre homens, sendo sempre vistos como "salvadores" dos destinos das pessoas, principalmente das mulheres, excluídas de todo o processo. Dessa forma, vimos que essas representações sociais identitárias da historiografia tradicional por muito tempo desconsideraram quem foram as mulheres que participaram de momentos decisivos do cotidiano do Estado. Cabe a este trabalho, ainda, pensar na produção do ensino de história nas escolas de Goiás, observando essas lacunas.

História das mulheres no Brasil: a transposição do conhecimento para a escola
Ângela Ribeiro Ferreira - Universidade Estadual de Ponta Grossa

O trabalho tem como problemática identificar a trajetória da produção de conhecimento historiográfico sobre a questão das mulheres no Brasil e as condições, as características e limitações da transposição desse conhecimento para a escola. Os resultados da pesquisa histórica precisam ser didaticamente transpostos, sendo assim, a pesquisa tem como objetivo principal, identificar se o conhecimento histórico sobre as mulheres, produzido e publicado no Brasil nos últimos dez anos constam nos PCNEM’s e Livros Didáticos como proposta de transposição de tal conhecimento. A hipótese é que o conhecimento histórico produzido fica restrito à academia e que a produção do conhecimento histórico não tem a escola como público destinatário.

Currículo de história: entre identidades nacionais e outras narrativas de identidade
Carmen Teresa Gabriel – PUC/RJ

A cumplicidade entre currículo de história e construção da identidade nacional tem sido objeto de reflexão e de denúncia em vários estudos sobre esta temática nas últimas décadas. A relação estreita entre a emergência da própria disciplina de história e o momento de construção e/ou consolidação de diferentes Estados Nacionais já foi devidamente enfatizada. As dimensões pragmática, ideológica, política e subjetiva do currículo de história tornaram-se o foco central dessas análises. As diferentes crises que marcam a nossa contemporaneidade, se por um lado, tendem a confirmar a pertinência e a necessidade de questionar e problematizar esta relação, de outro, explicita a urgência de repensá-la em outros termos e em função das representações e das respectivas estratégias de ação que nosso presente oferece. Apoiada nas contribuições das teorias críticas e pós-críticas do currículo, bem como nas linhas de pesquisa que defendem a especificidade epistemológica de toda cultura escolar, este trabalho se propõe a pensar essas representações e estratégias no bojo das propostas curriculares para o ensino de história no Brasil que emergem na década de 90 na esfera nacional (os PCNs). Trata-se de identificar as modalidades de articulação entre as diferentes narrativas de identidade que são estabelecidas no plano do currículo formal de história. A idéia é procurar apreender a complexidade da construção de identidades - neste lugar específico - sem perder de vista a tensão inerente entre a (re)significação do conceito de identidade e a própria identidade do campo no qual esta reflexão está inserida e a necessidade da mediação possível entre o universalismo das utopias políticas e o particularismo das reivindicações culturais.


03/09

O uso da fotografia como resgate histórico e social na sala de aula
Fabrício Borges – UEL

Trata-se de um projeto de ensino a ser aplicado na 5a série do ensino fundamental, onde usaremos a fotografia como introdução aos estudos históricos. Os alunos aprenderão a analisar fotografias partindo da sua própria história de vida. A partir das fotografias pessoais os alunos poderão ter noções de análise de documentos iconográficos. Abordaremos a história da fotografia e seu desenvolvimento, e seu uso dentro da História. Nossa proposta é mostrar ao aluno como a História pode ir além do livro didático, como ela pode estar próxima do nosso cotidiano, partindo das próprias fotografias, suas ou de seus antepassados. Com isso, queremos despertar nos alunos a curiosidade, o desejo de conhecer o passado, e nada melhor que revisitar a própria historia de vida. O aluno como parte da história e não como algo distante, fixo, preso no livro didático.

O ensino de história e as novas tecnologias
Geni Rosa Duarte – UNIOESTE/ Marechal Candido Rondon

Nos últimos anos, muitas propostas curriculares ancoraram-se na inevitabilidade de transformações significativas na sociedade com a incorporação do uso de novas tecnologias, em especial a informática. Em conseqüência, apontaram-se para transformações no cotidiano escolar como conseqüência e como demanda do uso dessas tecnologias, que facilitaram o acesso à informação. Tais transformações impuseram repensar o ensino de história, bem como os demais conteúdos escolares, não apenas na questão da utilização desses novos recursos tecnológicos, mas também frente a uma possível fragmentação das noções e conceitos abordados, bem como a uma individualização do processo de ensino e aprendizagem. Da mesma forma, propõe-se pensar a questão da educação à distância e suas conseqüências no ensino de história.

O Estatuto da Criança e do Adolescente como Tema Transversal nas aulas de História
Hélvio Alexandre Mariano - UNICENTRO-PR

O presente trabalho pretende debater como se pode trabalhar o ECA na sala de aula, envolvendo os alunos com temáticas como infância, violência doméstica, abuso sexual entre outras formas de exploração de crianças e adolescentes. Com 13 anos de idade o ECA é hoje muito debatido, mas pouco compreendido tanto por pais, como alunos e professores, sendo fundamental ampliar o debate sobre esta temática. Outro ponto a destacar é a formulação de políticas públicas de infância e juventude e sua aplicabilidade na educação nos dias de hoje.

Pluralidade étnica e a questão dos PCNs
Lucia Helena Oliveira Silva – UEL

A proposta visa discutir como são tratados os temas sobre pluralidade étnica, racismo e preconceito racial nos PCNs.

Identidade Nacional nos Parâmetros Curriculares Nacionais
Márcia Elisa Teté Ramos – UEL

Pretendo desenvolver uma análise sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais, especificamente, a questão da identidade nacional. A disciplina histórica escolar sempre esteve relacionada com a formação da identidade nacional. O discurso dos PCN´s é de contraposição à história denominada tradicional/positivista/metódica, que teria até então exaltado a história pátria. No entanto, os PCN´s não deixam de tomar como objetivo do processo de ensino/aprendizagem a produção de determinada identidade nacional, agora coerente com o mundo globalizado. Qual identidade nacional que os PCN´s querem formar? Quais as relações entre as necessidades de, tanto formar a identidade nacional quanto buscar integrar o Brasil no rol dos países globalizados?

04/09

O discurso do gênero nos temas transversais dos PCNs
Maria de Fátima da Cunha – UEL

Pretende-se abordar as discussões travadas nos temas transversais dos PCNs relativas a questões de gênero tais como: estereótipos masculinos e femininos e sexualidade.

Identidade Social e o Ensino Fundamental: leituras, práticas e representações sociais
Maria de Fátima Salum Moreira – UNESP/Presidente Prudente

Esta comunicação diz respeito a um projeto de pesquisa mais amplo, que visa a investigar os sentidos e usos pedagógicos do conceito de identidade social, no ensino de História, no nível fundamental do ensino escolar. A importância desse estudo deve-se ao lugar central que a formação da identidade social e das condições de cidadania continuam assumindo, nos objetivos desse ensino. Entende-se que tais conceitos são permeados por valores éticos, morais e políticos, os quais correspondem a diversas versões e explicações sobre os modos como seriam operadas as transformações na realidade sócio-histórica. A pesquisa abre, inicialmente, duas direções de investigação e análise: a primeira relaciona-se aos fundamentos teóricos e metodológicos na abordagem do conceito, expressas na bibliografia que trata do tema “ensino de História” e, também, nas propostas oficiais de ensino, especialmente, nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de História e na Proposta Curricular de História do Estado de São Paulo. Em seguida, sob um outro parâmetro e olhar, tratará do modo com que o(a)s professore(a)s de História se apropriam de tais conceitos e os expressam em representações sociais e em práticas didáticas, que estariam referidas ao comprometimento com a idéia de formação da identidade social em seus/suas aluno(a)s. Esse trabalho será realizado através do estudo da bibliografia referida, de entrevistas com profissionais do ensino de História, da consulta aos seus planos de ensino e da observação dos usos que fazem de livros didáticos em sala de aula.

Ensino de História: formação docente e perspectiva multicultural: redimensionando o olhar
Regina Célia do Couto – UFU

A investigação em desenvolvimento na UFU/MG quer compreender algumas questões sobre ensino de História, formação docente e multiculturalismo. A questão que investigamos é: Os/as professore/as formadores/as focalizam a perspectiva multicultural no ensino de História? Como eles/as percebem a perspectiva multicultural no ensino e formação de docente em História? Para tanto, analisamos as Diretrizes Curriculares dos Cursos de História, a Proposta de Diretrizes para a formação inicial de professores da Educação Básica, em cursos de nível Superior, os PCNs de História (3º e 4º ciclos) e Pluralidade Cultural (tema transversal). Também realizamos entrevistas como os/as professores/as formadores/as de História sobre a temática. Esperamos contribuir com a pesquisa no campo dos estudos culturais em educação; da formação de professores/as de História e para o repensar do ensino de História numa perspectiva crítica e inclusiva.

O homem do campo de hoje e o ensino em escolas rurais: revendo algumas questões
Valéria Lucas Filgueiras –UFMT

Com profundas raízes no imaginário social do Brasil a noção de campo é relacionada com o atraso, natureza, simplicidade. Partindo deste pressuposto, a educação e as escolas em áreas rurais é alvo de constantes trabalhos para uma modernização da vida rural, e inclusão destes moradores à sociedade brasileira numa cultura baseada cada vez mais no mundo urbano, em detrimento do meio rural. A proposta fundamental, no entanto, é demonstrar que esta dicotomia entre rural e urbano que antes é bastante acentuada, atualmente é tênue. Além disso, a partir da construção histórica da pesquisa que desenvolvo baseada na memória destes moradores rurais, demonstrar que a construção de sua identidade enquanto cultura plural deve ser consideradas nas escolas rurais, dentro de uma proposta de ensino de valorização das pluralidades culturais propostas pelos PCNs.

Propostas Metodológicas para o Ensino de História frente aos PCN's
Andréa Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho – UNESP/ Assis – UNESPAR/ Jacarezinho

Especificamente a proposta metodológica individual deste GT visa relatar a experiência obtida no desenvolvimento do projeto "Estudos Toponímicos: Uma proposta de Metodologia para o Ensino de História" que tem como objetivo recuperar uma parte da memória da cidade através da pesquisa em arquivos e de estudos de memoriais publicados, a partir do levantamento toponímico de ruas, praças e logradouros públicos
da sede do município. Este projeto é desenvolvido por alunos/estagiários do curso de graduação em História e por alunos previamente selecionados da rede de ensino fundamental e médio das escolas onde os alunos/estagiários cumprem seus horários nas atividades de estágio.

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