Minicursos

Minicurso 01Imagem experiência e discurso: o cinema pela lente da filosofiaESGOTADO!!!

O minicurso tem como objetivo apresentar algumas reflexões centrais da filosofia a respeito da natureza do cinema, mais especificamente no que se refere ao estatuto da imagem fílmica e da produção de discurso pelo estabelecimento de continuidades. O ponto de partida será a investigação acerca do saber imagético enquanto tal, esboçando como a história da filosofia aborda o tema da dicotomia entre subjetividade e objetividade do olhar. Discutindo também alguns elementos que definem o ato fotográfico, estará em jogo a compreensão da natureza da imagem no cinema, com base na distinção entre suas funções icônica, indexical e simbólica. Nesse sentido, analisaremos o próprio sentido que a experiência adquire na modernidade e em que medida o cinema, enquanto interface entre arte e técnica, permite uma reordenação do seu significado, seja por meio do seu automatismo, seja pela possibilidade de apreensão da densidade do tempo nas imagens que produz. Abordando questões como o embate entre o formalismo e realismo no cinema, bem como entre formas distintas de constituição de discursos imagéticos (“cinema prosa” e “cinema poesia”, por exemplo), a intenção, em suma, é investigar a relação entre o mundo que se projeta na tela e a estrutura perceptiva do expectador.

Sobre a ministrante:
Andrea CACHEL – Possui graduação em Direito, Filosofia pela UFPR e mestrado em Filosofia pela UFPR, doutorado em Filosofia pela USP e pós-doutorado na UNICAMP. Atualmente é professora adjunta da UEL. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia do século XVIII e em Estética com enfoque em filosofia da imagem e filosofia do cinema.

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Minicurso 02 – Imagens e educação política da memória

O O curso tem como objetivo problematizar o lugar onde a memória se move, no sentido de buscar seu vínculo com histórias a contrapelo e com a inscrição da violência nas artes plásticas contemporâneas. Essa proposição responde principalmente ao que foi vivido pelas sociedades pós-totalitarismos e pós-ditaduras e, como considera Seligmann (2014), a arte se torna assim um exercício de contra-arquivar a barbárie e de se apoderar das narrativas apagadas. Nas suas notas concernentes à Teoria do Conhecimento, Teoria do Progresso (2007), Walter Benjamin indica um procedimento metodológico no qual é necessário recolher sinais e traços do passado para realizar com eles uma constelação. Nas suas palavras, “enquanto a relação do presente com o passado é puramente temporal e contínua, a relação do ocorrido com o agora é dialética – não é uma progressão, e sim uma imagem, que salta” (p. 504). Sendo assim, iremos verificar como as estratégias estéticas e os modos de inserção da artista plástica contemporânea Rosângela Rennó, têm apresentado elementos fundantes de novas reflexões e abordagens sobre o nosso passado, na perspectiva de uma educação política da memória. Podemos afirmar que o caminho estético proposto por ela se materializa na sequência de escolhas intencionais da pesquisadora/fotógrafa para trazer, do passado para o presente, identidades exiladas e relegadas ao esquecimento. esquecimento.

Sobre a ministrante:
Cláudia FORTUNA – Professora do Departamento de História da UEL na área de Ensino de História. Possui bacharelado e licenciatura em História, mestrado em Conhecimento, Linguagem e Arte e doutorado em Educação pela UNICAMP. É integrante dos Grupos de Pesquisa: Rede de Estudos sobre Ensino e Aprendizagem de História (UEL); Kairós: Educação das sensibilidades, História e Memória (UNICAMP) e Arquivo, Educação e Práticas de memória (UFMG). Tem interesse nas áreas de: Ensino da História e Educação das Sensibilidades; Imagens, Memórias a contrapelo e Arte Contemporânea; Educação Política da Memória e Ensino da História; Cidade, Educação Patrimonial e Memória.

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Minicurso 03 – Imágenes  de  la guerra de los mil días: Colombia, 1899-1902

Este mini-curso dará cuenta de la guerra civil colombiana más sangrienta de todos los tiempos. Entre 1899 y 1902, Colombia era un país sumido en el bipartidismo político; el partido Liberal y el partido Conservador se disputaban el poder en un conflicto armado de dimensión nacional donde murieron uno de cada 6 colombianos durante casi tres años.Pero dicho conflicto no se limitó al campo de batalla, una guerra de imágenes surgió en medio de la confrontación bélica. Dicha guerra de imágenes fue una estrategia propagandística que buscaba legítimar políticamente a cada uno de los dos partidos políticos en conflicto. Mientras Colombia en medio del sectarismo se desangraba en una guerra fratricida, el águila neocolonial de los Estados Unidos clavaba sus garras en Panamá, territorio que hizo parte de la república de Colombia hasta 1903. En el marco del conflicto armado colombiano, las imágenes de la guerra de los Mil Días nos permiten ver la huella de la barbarie en el tiempo; una continuidad histórica que parece no tener fin en dicho país latinoamericano.

Sobre o ministrante:
Alexander CANO-VARGAS – É Presidente da Associação Colombiana de Historiadores.

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Minicurso 04 – Cinema e ditadura no Cone Sul

A “batalha pela memória” em torno às ditaduras do Cone Sul foi travada como oposição ao ocultamento sistemático da repressão levado a cabo pelos militares (PÉROTIN-DUMON, 2007). Nesse contexto, o cinema desempenhou um importante papel ao tematizar, investigar, denunciar e dar voz às narrativas das vítimas do autoritarismo, atuando como propositor de “lugares de memória”. Este minicurso adota um recorte panorâmico (dos anos 1970 à contemporaneidade) com o objetivo de identificar algumas tendências estéticas e narrativas no que concerne às representações no cinema das ditaduras do Chile (1973-1990) e da Argentina (1976-1983). Serão analisados, particularmente, três fenômenos cinematográficos comuns aos dois países e visíveis em um conjunto de filmes: 1) o cinema de exílio, que dentro de sua diversidade estética se dedicou a produzir uma denúncia internacional do que se passava no interior dos regimes militares; 2) o chamado cinema de transição, realizado logo após a abertura política, que levou às telas os agentes sociais que se mobilizaram contra o ocultamento das prisões, torturas e assassinatos; 3) e o denominado cinema de segunda geração, que elevou à condição de protagonista as novas gerações que foram afetadas pelos golpes militares e pela atuação política de seus pais. Esses três fenômenos incorporam e tensionam pautas de movimentos sociais e de políticas de Estado que fomentaram memórias cambiantes (LVOVICH; BISQUERT, 2008) das ditaduras ao longo das quatro últimas décadas, revelando um percurso que vai da construção de uma memória coletiva à valorização das memórias individuais. Uma análise comparada dessas três tendências no cinema revela a busca dos realizadores por incorporar inovações formais da ficção e do documentário no esforço de evitar o esquecimento de um período histórico que não se encerra com o fim das ditaduras, mas que permanece na dimensão do trauma, do esforço de rememoração, das lutas por punições e da dificuldade de conciliação social.

Sobre a ministrante:
Carolina Amaral de AGUIAR – Possui bacharelado e licenciatura em História pela USP, mestrado em Estética e História da Arte e doutorado em História Social pela USP.  Realizou dois pós-doutorados, um em Cinema na ECA-USP e outro em História na UNICAMP. É professora colaboradora adjunta do curso de História da UEL, na área de História da América. Desenvolve pesquisa nas áreas de História e Audiovisual, História da América e História da Arte, dedicando-se especialmente às relações entre a América Latina e a Europa nos anos 1960 e 1970 no âmbito da História da Cultura.

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Minicurso 05 – Anacronismos das imagens, Anacronismos na História: aproximações e modos de usar

O que é capaz de unir estudos tão díspares como O Barroco (d’Ors, 1940); as teses de Walter Benjamin Sobre o conceito de história (Benjamin, 1940); Quarenta mil anos de arte moderna (Mauduit, 1949); Diante do tempo (Didi-Huberman, 2000); Encontros no museu feminista virtual (Pollock, 2007); e Plágio por antecipação (Bayard, 2009)?  Palavra-pecado do ofício do historiador, o anacronismo vem ganhando status de conceito analítico, método de trabalho e até mesmo princípio epistemológico em áreas diversas do conhecimento, sobretudo naquelas em que a noção diacrônica do tempo não tem a força que ainda possui na disciplina histórica. Nas artes, de uma maneira geral, e especialmente nas artes plásticas, percebe-se uma aproximação cada vez maior da produção teórica de recorte anacrônico com a prática e os métodos seculares da produção artística, cujo anacronismo perfaz um dos seus eixos constituidores par excellence. Encontra-se essa mesma aproximação nos estudos filosóficos, nos do cinema, nos literários e nos estudos do campo do psicanalítico, para ficarmos com outros quatro exemplos que exploraremos ao longo do minicurso.  O que a história tem a ganhar com o anacronismo? Como os estudos da imagem e da história da arte têm contribuído para que o conceito de anacronismo seja, em parte, admitido no campo historiográfico? Quais são os impasses e as polêmicas geradas a partir desta aproximação? Quais são os outros elementos conceituais e metodológicos já incorporados ao ofício do historiador que podem ser instrumentalizados por essa insidiosa maquinação teórico-epistemológica (memória; tempo presente; contemporâneo; história à contrapelo; arquivo; montagem)? Além de apresentar e desenvolver os problemas descritos acima, este minicurso terá caráter propositivo no que concerne aos desafios e aos ganhos do recorte anacrônico para o estudo das imagens, da história da arte e, sobretudo, para os estudos historiográficos.

Sobre o ministrante:
Eduardo Gomes SILVA – É pós-doutorando pela UFSC, onde desenvolve pesquisa acerca da tela Passagem do Humaitá, de Victor Meirelles. Possui doutorado em História Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, instituição pela qual graduou-se, também em História. Possui mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense e, entre 2006 e 2008, foi pesquisador-bolsista da Fundação Biblioteca Nacional. Possui histórico de pesquisa, ensino e publicação subsidiados pelos seguintes temas: História da Arte; História e Arte; História do Tempo Presente; Biografia Histórica; História e Literatura; Intelectuais; Revisionismo Historiográfico; Ditadura militar brasileira (1964-1985); História e Mídia.

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Minicursos 06 e 07 – Cancelados

Minicurso 08 – Cultura midiática e Guerra

O programa de uma história militar não se limita a desconstruir os mitos e as narrativas legitimadoras da guerra, mas de fazer emergir as vidas e histórias humanas soterradas por camadas de ideologias belicistas. É o caso das análises que Susan Sontag faz em seu livro Olhando o sofrimento dos outros (2015) sobre as narrativas fotográficas da guerra, sempre sujeitas à manipulação dos poderes e dos interesses dominantes. Também o cinema tem histórias a contar, como se pode verificar nas análises feitas por Hélène Puiseux (2009) da produção fílmica que busca representar a era nuclear. A consideração da guerra e dos fenômenos militares não pode, portanto, prescindir, desde o século XIX dos estudos de mídia. Desde então, o suporte imagético analógico ou digital, bem como o noticiário da imprensa são fundamentais na construção de narrativas legitimadoras do poder. Por outro lado, a própria mídia é contraditória e pode, participando da guerra, produzir visões desestruturantes das ideologias oficiais. A análise e desconstrução destas narrativas permitem, portanto, compreender a própria guerra, pois são elas mesmas, elementos integrantes dos conflitos. É possível pois, declarar guerra à guerra por meio da produção análises e interpretações que coloquem em questão não apenas a legitimidade das guerras, mas do sentido a ela atribuído por narrativas que nelas se enrolam como volutas, justificando-as, produzindo-as, impelindo-as. Finalmente, estas novas formas de abordagem dos fenômenos militares possibilita a compreensão e a crítica dos golpes de estado, das ditaduras, das torturas e dos horrores provocadas pela atuação das Forças Armadas como elementos de repressão de conflitos sociais criminalizados pelo Estado. Este curso visará a análise da produção midiática sobre os conflitos contemporâneos como as duas guerras mundiais, o terror nuclear, a guerra fria, a invasão da Palestina, dentre outros através da análise de fotografias, do cinema e graphic novels.

Sobre o ministrante:
José Miguel ARIAS NETO – Professor associado de História Contemporânea no curso de Graduação em História e Docente do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em História Social da UEL e do Programa de Pós-Graduação em História e Regiões da Universidade do Centro-Oeste do Paraná – UNICENTRO. Possui graduação em História pela UEL, mestrado em História Social e doutorado em História Social pela USP. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Império, História Moderna e Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: política, representações, militares, marinha, imprensa militar, regiões e fronteiras do poder. É coordenador dos Grupos de Pesquisa: Estudos Culturais, Política e Mídia.

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Minicurso 09 – Bíblia, Flower Power, Punk, Disco Music, Pop e Heavy Metal: fontes de – mesmos e mesclados – modismos universais

Em um sentido simples, e aceito, o termo moda, apenas, significa: o hábito (variável e cíclico no tempo) imposto por um grupo social – o mais importante e/ou influente – que regula a forma geral de vestir, pentear, calçar, etc., de uma sociedade. Trata-se de um fenômeno sociocultural coercitivo. Porém, peço emprestada a aguçada visão de Luís Fernando Veríssimo, para demonstrar que não é inteligente aceitar o entendimento e a compreensão das “coisas”, julgando-as assim, tão superficialmente. Diz, o grande escritor e pensador gaúcho: “Mas o óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre”. O “óbvio”, aqui, confunde-se com o intuito do minicurso, em questão, que é o de trabalhar com a reflexão e a consequente expansão de nossas mentes e sentidos sobre tudo o que envolve, relaciona-se e, de fato, está por trás do fenômeno universal conhecido por moda. Todos os aspectos principais constituintes de uma sociedade (musical, econômico-financeiro, religioso, sexual, político, cultural etc.) são levados em conta e em mesmo grau de importância. Apesar de que, a música será o leitmotiv intelectual e filosófico das apresentações e debates. A História Antiga representada pelos relatos bíblicos abre o leque de relacionamentos humanos (assim como de fé e crença, divinos, sobrenaturais) que, desde épocas imemoriais, vêm moldando a psicofisiologia e o comportamento do homem. Tais situações provocam diversos sentimentos positivos e negativos, individuais e coletivos, geradores de costumes (tatuagens, piercing, roupas em frangalhos, ou simplesmente rasgadas ou com buracos) e de símbolos (a caveira, anjos e demônios, cruzes) que se renovam de geração a geração. Das narrações da Bíblia seguem os acontecimentos medievais e renascentistas imortalizados em telas e imagens via obras de pintura e de literatura até a Era Moderna ou Contemporânea, quando a comunicação de massa (liderada pelo Ocidente) determina os modismos no vestir, pentear, calçar, escutar música e, especialmente, no pensar das populações ao redor do Mundo. E é notável essa influência e transparência, continuativa de comportamentos básicos do ser humano, em modismos de diferentes movimentos musicais populares e de contracultura que, sem se aperceberem, encontram-se inapelavelmente unidos.

Sobre o ministrante:
Adriano Alves FIORI – Possui bacharelado em Direito pela UEL e graduação em Comunicação Social e Jornalismo pela Faculdade Pitágoras; mestrado em Comunicação (área de concentração: Comunicação Visual) e Semiótica pela UEL e doutorado em Comunicação Social e Semiótica pela PUC de São Paulo. Colaborador externo do Laboratório de Estudos dos Domínios da Imagem. Tem experiência na área de Letras/Artes, Literatura Universal, Teorias da Comunicação Social/Jornalismo, Semiótica e Ciências da Cognição com ênfase em: História, Filosofia, Semiótica, Música (sobretudo dos gêneros: Clássico ou Erudito, Heavy Metal e/ou Hard Rock), Sociologia, e/ou Antropologia, Mitologia Clássica Greco-Romana e Geral e Psicologia.

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Minicurso 10 – A Imagem cristã e o culto aos santos: uma introdução ao estudo das imagens religiosas

Deuses e homens sempre tiveram uma relação de auto dependência: O deus cristão fez os homens a sua “imagem e semelhança”, os homens fizeram bezerros de ouro, símbolos identitários e crucifixos. Mas, e quando os deuses são outros homens? A tradição dos eleitos judaicos somada à uma leitura bíblica apocalíptica e evangélica criou o santo cristão que, seguindo a já existente figuração de Cristo e de Maria, passou a ser, ele também, uma imagem. O cristianismo criou uma série de correspondências analógicas entre símbolos e seus santos portadores que permitem sua diferenciação. Neste minicurso, apresentaremos uma introdução ao estudo da santidade (VAUCHEZ, 1987; 1989) e de suas imagens, estudando a construção história da santidade no cristianismo, a produção de discursos normativos sobre os santos e suas imagens, por parte da instituição, e sua recepção ressignificada pelos fiéis. Discutiremos, ainda, algumas possibilidades de abordagem teórica e metodológica das imagens de culto de santos cristãos (SCHMITT, 2007; RUSSO, 2011; FRANCO JÚNIOR, 2008, 2013).

Sobre o ministrante:
André Marcondes PELEGRINELLI – Doutorando (2019) em História Social pela Universidade de São Paulo. Mestre em História Social pela Universidade Estadual de Londrina (2018) com período sanduíche na Università degli Studi di Roma La Sapienza. Medievalista. Graduado em História pela Universidade Estadual de Londrina (2016), com período sanduíche na Universidad Autónoma de Querétaro, QRO, México. Trabalha com os seguintes temas: iconografia franciscana; Observância Franciscana;  Ordem dos Frades Menores; arte medieval; imagética religiosa. É membro do Laboratório de Estudos dos Domínios da Imagem (LEDI/UEL) e do Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais (LATHIMM/USP).

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Minicurso 11 – A construção da imagem documental: narrativas fotográficas

Ao problematizarmos o uso da imagem fotográfica na pesquisa em estudos culturais, abordaremos uma perspectivas de análise no qual o enfoque será o fotógrafo/pesquisador como agente produtor de sentido, tendo suas imagens tratadas como fonte de documentação a ser incorporada aos relatórios de campo. Encorpando a narrativa da pesquisa científica: fontes visuais que documentam a estrutura do conjunto social em sua ação cotidiana. Visto assim, propomos problematizar o pensar a potencialidade discursiva da imagem fotográfica tal qual o texto, enfatizando sua leitura na produção, nos sentidos atribuídos pelo autor e o conjunto de intencionalidades que o movem em direção ao fenômeno social fotografado. Desta forma, por trás da imagem fotográfica há mais que o registro do evento, há a construção de uma narrativa, de uma interpretação do fenômeno, a perspectiva do pesquisador/fotógrafo. Uma leitura que se estrutura em significados e situações que não são diretamente próprios daquilo que está sendo fotografado, e daqueles que estão sendo fotografados, mas se refere à própria inserção do pesquisador/fotógrafo no mundo social, e o seu processo de seleção e recorte do fenômeno analisado. A partir disso, propomos uma ação formativa voltada para a imagem fotográfica e a produção de sentido na pesquisa. O minicurso se dividirá em dois momentos, sendo o primeiro, voltado a pesquisa e a organização elementos a serem fotografados. No segundo momento, a realização dos registros fotográficos e suas respectivas análises.

Sobre o ministrante:
André Camargo LOPES – Doutor em História e Sociedade pela UNESP – Assis, com Mestrado em História Social pela UEL, especialização em Ensino de Sociologia e Graduado em Educação Artística pela mesma instituição. É professor da Rede Estadual de Ensino Básico do Estado do Paraná. Leciona a Disciplina de Arte há doze anos no Colégio Estadual Professora Roseli Piotto Roehrig, com participação de trabalhos de alunos em eventos estaduais. Como educador tem experiências nas áreas de fotografia, vídeo e expressão tridimensional. Como pesquisador trabalha na área de estudos culturais e cultura visual. Suas pesquisas abordam os seguintes temas: religiosidade popular, fotografia e iconografia vernacular, arte e ensino de arte. Tem artigos publicados nas áreas de Sociologia, Educação e História, áreas que dedica os maiores esforços de suas reflexões e pesquisas.

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Minicurso 12 – Jogos eletrônicos: uma abordagem histórica – presente, passado, futuro.

Após sua popularização, durante as décadas de 80 e 90 do século XX, os jogos eletrônicos deixaram de ser apenas uma opção de entretenimento para crianças e adultos e, assim como a literatura, a fotografia e o cinema, tornaram-se objeto de pesquisa para diversas áreas do conhecimento. Desta forma, as discussões sobre como estudar jogos de computador tem sido uma parte natural do processo de estabelecer estudos de jogos como um campo de pesquisa. A proposta deste minicurso é oferecer uma perspectiva panorâmica do uso de jogos eletrônicos como fonte histórica, por meio da análise de narrativas e perceber como foram preenchidas cultural e historicamente por imagens e símbolos presentes no imaginário humano. Para isso, trabalharemos a partir de três eixos: em primeiro lugar, revisaremos os conceitos de narrativa, mito e imaginário, a partir das definições de Barthes, Walter Benjamin, Jung e Campbell; em um segundo momento, iremos verificar como a ficção nos jogos e a História, podem criar o que Paul Ricoeur chama de entrecruzamento em que “concretizam suas respectivas intencionalidades tomando de empréstimo a intencionalidade da outra” (RICOEUR, 2010, p. 311); por fim traremos alguns exemplos práticos de análise a partir de jogos como Deus Ex: Human Revolution, Valiant Heart: The Great War, Assassin’s Creed, Verdun, Call of Duty, Cyberpunk 2077, Second Life, etc.

Sobre o ministrante:
Rosana Vivian SCHULZE – é mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), graduada em História e coordenadora do Grupo de Estudos em Jogos Eletrônicos na mesma instituição. Atuação nos seguintes temas: gaming, história do futuro, mitologias, semiótica e representações.pesquisas.

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