Este trabalho busca explorar o binômio Informação/vigilância observado no Serviço Nacional de Informações realizado durante a ditadura militar (1964-1985). Para tanto, empreende uma pesquisa documental a partir dos relatórios desse serviço desenvolvido no estado do Paraná, com vistas a explicitar a forma como tal atividade demandava informações para exercer a vigilância, o controle e a repressão aos cidadãos. Os resultados evidenciam que a informação, recurso essencial e estratégico para esse serviço, era levantada, organizada e interpretada a partir de meios específicos e bem definidos. Tais meios eram baseados no registro de dados pessoais, muitas vezes utilizados para controlar e reprimir atos contrários ou desfavoráveis à manutenção do regime. Como conclusão, verifica-se que este serviço marcou a história do país como um esquema nacional de vigilância pautado na coleta de informações pessoais e sensíveis, que uma vez registradas, serviam para controlar e repreender as pessoas, instituições e empresas. Atualmente, essas informações formam um corpo documental, uma rica fonte de informações que fundamenta análises e cria novos conhecimentos acerca do período. Subsidiam ainda reflexões importantes que levam a legislações que visam, em síntese, impedir que os atos de perseguição e repressão, praticados e naturalizados na época, se repitam. Dessa forma, estes documentos além de denunciar as ações ocorridas no passado, fundamentam a atual e sempre necessária defesa da democracia, da liberdade, da privacidade e dignidade humana.