XII Ciclo Hannah Arendt
Tema: Responsabilidade Moral pelo Mundo
23, 24 e 25 de junho de 2025
O Ciclo Hannah Arendt possibilita como benefício ao público participante elaborações e reelaborações, resultando em estudos e debates a respeito das obras da filosofia Hannah Arendt e de seus interlocutores; fomentar a atualização dos estudos ligando-os ao contemporâneo; fornece o acervo de conhecimentos entre os pesquisadores de Arendt; cria redes de pesquisador; fomentar networking; oportuniza o acesso a textos e publicações exclusivas uma vez que os participantes trazem para o evento os resultados de suas pesquisas mais recentes.
O XII Ciclo Hannah Arendt privilegiará a discussão do tema Responsabilidade Moral pelo Mundo. Arendt discutiu, desde 1945 e com mais ênfase na década de 1960, a responsabilidade e a culpa no contexto das ações das pessoas que compunham a sociedade no período da Segunda Grande Guerra Mundial. Analisou até que ponto as proposições morais podem ser válidas para a solução de conflitos relativos à conduta política. Perguntou como a conduta moral interfere ou se liga a questões relativas à conduta política, uma vez que elas têm interesses diferentes e usam critérios também diferentes. O fato que instigou Arendt dizia respeito aos poucos membros da sociedade alemã do período nazista que, percebendo o horror que estava à sua volta e que o crime era permitido por força de lei, decidiram não participar e se retiraram da cena pública, sem que, com isso, fossem criticados por terem consentido as atrocidades que aconteciam, através do silêncio. Diante deste caso extremo (marginal), Arendt argumenta que a única coisa que as pessoas podiam fazer era obedecer a si próprio e à sua consciência – moral. Neste sentido concluímos que, em situação extrema, em que a lei se inverteu, em que a moralidade como era conhecida e os mandamentos e regras externas de conduta não são suficientes para conduzir o juízo e a ação humana, o último recurso cabível pode ser encontrado no argumento moral socrático em que os critérios passam a ser “preferiria sofrer o mal a cometê-lo”.