(Divulgação)
Um grupo de professores, residentes e estudantes do curso de Odontologia, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), acaba de publicar artigo científico destacando a importância da higiene bucal em pacientes intubados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O artigo, publicado revista Springer Nature na Clínica Oral Investigations, considerada uma das mais importantes da área, "Analysis of oral risk factors for ventilator-associated pneumonia in critically ill patients" relata dados e análises da equipe junto à UTI do Hospital Universitário (HU/UEL) a partir dos resultados obtidos em pacientes que foram submetidos à higiene oral, buscando a prevenção do desenvolvimento de pneumonia.
Segundo a professora Elisa Tanaka, o grupo de cirurgiões dentistas integra a equipe de saúde da UTI do HU/UEL. Ao todo são sete professores, oito residentes e 14 estudantes de graduação que trabalham em escala, sete dias por semana. Ela explica que a falta de higiene na boca de pacientes internados por longo tempo favorece o desequilíbrio da flora, aumentando consequentemente o desenvolvimento de microorganismos e bactérias patogênicas, favorecendo assim o desenvolvimento de pneumonia.
Risco - O risco ocorre em pacientes intubados, como o é caso de pessoas acometidas com o coronavírus que podem permanecer nesta situação por longos períodos. Segundo o estudo, a falta de higiene aumenta em uma vez e meia o desenvolvimento de pneumonia quando a língua está coberta com placa bacteriana e duas vezes e meia, se houver resíduos de sangue. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a higiene oral pelo menos a cada 12 horas.
"A higiene oral é um procedimento fundamental nos cuidados do paciente grave e intubado", conclui a professora Elisa Tanaka. Além da publicação do artigo científico em revista especializada QUALIS A1, a equipe também produziu um vídeo - Acesse o vídeo - para orientar profissionais de saúde que atuam em UTIs, que não contam com a participação de Cirurgiões Dentistas. Nesses casos a higiene muitas vezes é feita por Técnicos de Enfermagem, que carecem de orientações sobre o procedimento. A professora acrescenta que pacientes com a COVID-19 permanecem em geral até 20 dias intubados e que a higiene oral evita a chamada Pneumonia por Aspiração Respiratória (PAV).
Ainda conforme a professora, o trabalho demonstrou que é possível conciliar ensino, pesquisa e extensão colaborando para a formação e o aprimoramento profissional da área de Odontologia. O artigo é assinado pelos professores Ademar Takahama Junior, Elisa Emi Tanaka, Evelise Ono, Fernanda Akemi Nakanishi Ito, Priscila Paganini Costa, Maria Beatriz Bergonse Pereira Pedriali, Heliton Gustavo de Lima, do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil.
Também assinam o artigo duas médicas, professoras do Departamento de Clínica Médica do CCS, Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho e Lucienne Tibery Queiroz Cardoso, além do professor Marco Aurélio Fornazieri, do Departamento de Clínica Cirúrgica. O artigo teve ainda a colaboração de duas estudantes do curso de Odontologia, Vitoria Iaros de Sousa e Letícia Sassaki Correia.
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