O objetivo do evento é contribuir para reflexões e diálogos sobre aspectos culturais e seus desdobramentos, tanto na tradução quanto no ensino, na fraseologia - ciência que estuda provérbios, expressões idiomáticas, gírias e colocação, além da lexicografia, que estuda os dicionários.
Este primeiro encontro traz duas convidadas de renome nas pesquisas de Língua Estrangeiras e questões culturais, as professoras Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estuda contraste entre as culturas, e Rosemeire Selma Monteiro-Plantin, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que pesquisa culturema.
Como explica a coordenadora geral do evento, Cláudia Cristina Ferreira, professora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas, do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH), culturemas são unidades linguísticas e culturais que vão mudar conforme a cultura e são peculiar de cada uma. Ela dá como exemplo as expressões "assoviar e chupar cana", "isso é canja", "é mamão com açúcar", típicos do Brasil, assim como o provérbio "rapadura é doce, mas não é mole", que expressa uma comida do país.
Aspectos culturais - Sobre matizes culturais, um dos temas que dá nome ao evento, a professora Cláudia explica que são fatores linguísticos e extralinguísticos, que podem interferir na comunicação, na tradução, no ensino e na aprendizagem de uma língua. "Se desconhecemos esses aspectos culturais, eles podem causar choques culturais, desentendimentos, estranhamentos e situações cômicas e constrangedoras", afirma. Essas diferenciações estão presentes no significado de palavras, no comportamento, como a distância entre os falantes, o contato visual e os gestos ao se comunicar, até na gastronomia de cada país, que variam conforme a cultura.
"Queremos divulgar essa necessidade de conhecer a cultura do outro, não apenas saber a gramática, palavra, vocabulário, pronúncia, mas também saber aspectos culturais que vão interferir, tanto para ensinar e aprender um idioma quanto para traduzir", afirma Claudia Ferreira. A professora conta também que a ideia do evento surgiu durante a disciplina "Matizes Culturais no Ensino de Línguas Estrangeiras e adicionais", ministrada no Mestrado Profissional em Letras Estrangeiras Modernas. Primeiramente, o evento era voltado para os estudantes da pós-graduação e, posteriormente, foi aberto para as comunidades interna e externa.
Com isso, o SIMC reúne pessoas de várias partes do Brasil, como do Paraná, São Paulo, Rondônia, Pará e Brasília, além de outros países, como Espanha, França, Itália, Japão e Londres. Também participam estudantes de outros países que estão em intercâmbio na UEL. Eles inclusive frequentam o curso Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL), ofertado pelo Laboratório de Línguas da UEL.
Para ela, isso deixará o evento ainda mais interessante. "Serão dois olhares: do brasileiro que vai para o exterior, assim como o estrangeiro que vem para o Brasil e se depara com a língua e nossa cultura", afirma.
Inscrições - As inscrições são gratuitas e abrem dia 19 de julho. O certificado possui 20 horas de carga horária. Mais informações na página do II SIMC.
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