08/05/2020
Parcerias viabilizam confecção de escafandros para profissionais do HU/UEL
Agência UEL/Reinaldo C. Zanardi
Vestimenta cobre por completo a cabeça, o pescoço e colo do profissional(Divulgação)
Uma iniciativa que envolve vários setores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e de parceiros da instituição viabilizou a produção de "escafandros" de TNT para a proteção de profissionais do Hospital Universitário (HU/UEL). Os escafandros são uma espécie de capuz que cobre inteiramente a cabeça, o pescoço e colo do profissional, reforçando a proteção na realização de procedimentos hospitalares.
A ação, liderada pelas professoras Celita Salmaso Trelha, do Departamento de Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Cristianne Cordeiro, do Departamento de Design, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) - reforça a necessidade da produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a pandemia de COVID-19, doença causada pelo coronavírus. O Brasil registra cerca de 10 mil mortes pela doença, em números considerados subnotificados, já que o país tem um dos mais baixos índices de testagem para a enfermidade.
Conforme a professora Celita Salmaso Trelha, a proposta envolveu muita gente da UEL e de fora da instituição em quatro etapas: compra do material, produção de moldes, corte do tecido e costura. A primeira etapa, explica a professora, teve a participação de várias pessoas que se cotizaram para comprar o material. Os moldes e protótipo são responsabilidade do curso de Design de Moda; o corte das peças foi feito no SENAI Londrina e, por fim, a costura é de responsabilidade da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL I), com mão de obra dos detentos. "Temos muito a agradecer aos servidores da UEL, setores administrativos como a Prefeitura do Campus, os motoristas do HU", ressalta a professora.
Com o material comprado - o TNT - a professora informa que serão produzidos 1.100 escafandros para profissionais do HU/UEL. O uso desse equipamento de proteção individual - considerando a forma correta de paramentação (vestir), desparamentação (retirar) e descarte - deve seguir as recomendações e determinações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A comissão segue regras nacionais e internacionais de organismos da saúde, para evitar infecção hospitalar, bem como a proteção e segurança do trabalhador do setor.
"É muito gratificante participar de uma ação como essa, nesse momento [de pandemia]", ressalta a professora Celita Salmaso Trelha. A professora Cristianne Cordeiro, que também responde pela Diretoria de Planejamento da Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) da UEL, destaca a necessidade de unir vários setores quando surge uma demanda. "Por isso, o envolvimento de tantas pessoas, empresas e outros parceiros, inclusive, nesse período de isolamento".
Após corte das peças, elas são costuradas por detentos da PEL I(Divulgação)
Senai/Londrina - A unidade Londrina do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) abriu as portas para o corte das 1.100 peças em plena quarentena. Por causa das medidas de isolamento social, a instituição está com as atividades suspensas, mas o gerente Henry Carlo Cabral abraçou a ideia. Assim, a professora Márcia Eliane Ferreira, coordenadora do Curso Técnico em Vestuário, coordenou o corte dos escafandros, enviados para costura na PEL I.
Ela também ressalta a necessidade de unir forças das várias instituições nesse momento de pandemia de COVID-19. "Acho que esse momento é de união e de suma importância. É gratificante demais para quem participa. Fiquei imensamente agradecida pela oportunidade bem como a instituição onde trabalho, que prontamente abriu as portas do SENAI para a realização dessa ação", afirma Márcia Eliane Ferreira, que também é professora da prática em Costura e Modelagem.
Ações - Em meio à pandemia, O HU/UEL tem atraído e mobilizado diversos segmentos da própria instituição e da comunidade externa para o enfrentamento da doença - COVID-19. Alguns exemplos entre as diversas ações. Professores e estudantes da Farmácia Escola e do Laboratório de Medicamentos realizaram a diluição de álcool etílico hidratado a 92,8% em álcool 70% para profissionais do HU; professores de Design de Moda e Enfermagem se mobilizaram para a produção de máscaras doadas ao hospital.
Além disso, o HU/UEL passou a realizar os testes RT-PCR (Reverse Transcriptase Poluymerase Chain Reaction), considerado o "Padrão Ouro" no diagnóstico do coronavírus. Os testes são realizados no Setor de Diagnóstico Molecular do Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do Hospital. É oferecido suporte psicológico aos profissionais do HU/UEL, que atuam diretamente na linha de frente do tratamento do coronavírus em Londrina. A iniciativa é da Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG), juntamente com professores do curso de Psicologia e dos Programas de Pós-graduação em Psicologia e em Análise do Comportamento, além das Residências Multiprofissional e em Psiquiatria.
Por meio da campanha #JÁDOEIHU, a Associação Londrina Unida pelo Hospital Universitário (LUHU) arrecadou R$ 650 mil, recursos que foram usados para compra de equipamentos e materiais de consumo repassados ao HU/UEL. Essas doações ajudaram a equipar 36 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), montados no prédio da futura Maternidade do HU/UEL. O local funciona temporariamente como Hospital de Campanha, para atendimento exclusivo de pacientes graves.
O governo do Estado do Paraná autorizou, no final do mês passado, a liberação de cerca de R$ 21 milhões para estruturar 214 novos leitos, no prédio da nova Maternidade do Hospital Universitário pelos próximos seis meses, no atendimento exclusivo de pacientes com coronavírus. Também foram liberados outros R$ 3 milhões para a compra de equipamentos, reforçando a infraestrutura da unidade, considerada referência no tratamento de pacientes com COVID-19.
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