Grupo participa de várias atividades relacionadas à imigração alemã em Londrina, Cambé e Rolândia
"Acho ótima a interação com os estudantes brasileiros, principalmente, para a troca de informações sobre conceitos [científicos e acadêmicos] que temos na Alemanha e os conceitos que há no Brasil. Estamos vendo as similaridades e as diferenças". A declaração é da estudante Katharina Köhler, da Universidade de Koblenz-Landau, da Alemanha, do 7º período de Ciências Culturais.
"Já conhecia essa mistura que é o Brasil. Estava interessada em pesquisar a influência alemã na região sul [do Brasil]", afirma Katharina, que morou em Jequié (BA), entre 2012 e 2013. A estudante está em Londrina, desde o dia 1º, onde fica até o dia 9, com um grupo de estudantes e professores alemães. Eles participam de várias atividades relacionadas à imigração alemã em Londrina, Cambé e Rolândia. A vinda do grupo foi viabilizada a partir de um convênio de cooperação técnica entre a UEL e a Universidade de Klobenz-Landau, assinado em 2018.
A professora Raquel Kritsch, do Departamento de Ciências Sociais, do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH), titular do convênio pela UEL, explica que de hoje até quarta-feira, o grupo participa de dois momentos. Pela manhã, o simpósio estudantil e, à tarde, a escola de verão. O Simpósio de estudantes terá a apresentação de 20 trabalhos, que abordam temas como políticas e culturas da memória. "São sessões conjuntas com alunos nossos, trocando informações com o grupo alemão", ressalta a professora.
A escola de verão conta com professores titulados da UEL com temas variados, como conceitos de memória e de rememoração; aspectos culturais da memória e silenciamento; história oficial e não oficial do norte do Paraná, com foco em Rolândia. Nos dias 7 e 8 (quinta e sexta-feira), estão agendadas várias atividades na Fazenda Bimini, em Rolândia. No sábado, dia 9, pela manhã, haverá uma avaliação com a delegação, que embarca para a Alemanha, no período da tarde.
A professora Raquel Kritsch destaca o papel do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) na organização das atividades para a delegação alemã, em virtude do seu caráter historiográfico. "O professor Marco Antonio Soares abriu os arquivos do núcleo para os alemães realizarem suas pesquisas e isso é fundamental", afirma Raquel.
A estudante de mestrado Sueli Aparecida Lopes, do programa de Pós-Graduação em Sociologia do CCH, afirma que o intercâmbio com o grupo alemão é uma oportunidade importante para debater temas como história e memória, focando na imigração alemã na região norte do estado. ?Não podemos esquecer as nossas referências?, afirma a estudante que tem acompanhado o conteúdo das atividades em inglês. Para ela, é um desafio participar das aulas em língua estrangeira. "Há acomodação no meio acadêmico brasileiro com conteúdo voltado para nossa língua. E a língua estrangeira não pode ser um impedimento".