(FOTO: Divulgação/Adapar)
A portaria nº 322/19 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) foi motivada por um estudo realizado no Mestrado Profissional de Clínicas Veterinárias, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A portaria, válida a partir de 1º de janeiro de 2020, estabelece o prazo de validade dos exames para detecção de anemia infecciosa equina (AIE) no Paraná.
O estudo foi realizado pela médica veterinária Pauline Sperka de Souza e orientado pela professora Priscilla Fajardo Pereira, da linha de pesquisa "Meios integrados de diagnóstico e terapêutica das afecções clínicas e cirúrgicas em grandes animais". A dissertação foi defendida em fevereiro último e levanta a prevalência da anemia infecciosa equina no Paraná, com a distribuição dos casos pelo estado.
Conforme a professora Priscilla, a anemia infecciosa equina é uma doença crônica debilitante transmitida por mosquitos. "Não existe tratamento para a enfermidade", afirma Priscilla. "É muito gratificante saber que essa dissertação gerou disseminação de conhecimento e vai contribuir para a melhoria da sanidade dos equídeos do nosso estado".
Pauline de Souza, funcionária da Adapar, é coordenadora do Programa Estadual de Vigilância e Prevenção de Doenças dos Equídeos. "Se não fosse o mestrado profissional, eu não teria como fazer um mestrado", afirma ela, acrescentando que o estudo proporcionou conhecer a distribuição da anemia infecciosa equina no estado.
O Mestrado Profissional em Clínicas Veterinárias da UEL está em consonância com o que prega a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). "O mestrado profissional é uma modalidade de pós-graduação Stricto sensu voltada para a capacitação de profissionais, em diversas áreas do conhecimento, mediante o estudo de técnicas, processos, ou temáticas que atendam alguma demanda do mercado de trabalho".
Segundo Pauline, a pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira, foi realizado um estudo da ocorrência da enfermidade, considerando os registros no período de 2006 e 2017. Na segunda etapa, foi realizado um levantamento soroepidemiológico nos meses de março e abril de 2018. Foram coletadas 2.683 amostras de animais em 890 propriedades do Paraná.
"Com o conhecimento desses dados, o serviço oficial de defesa agropecuária pode atuar com maior eficiência nos municípios mais afetados, bem como realizar alterações na legislação e implantar programas de educação sanitária", afirma Pauline de Souza.
Mudanças - Uma das mudanças da portaria nº 322/19 é a que trata do diagnóstico em cavalos de trabalho (carroça). Antes não era obrigatória a realização do exame e, a partir de janeiro de 2020, passa a ser. Além disso, os exames terão validade de 180 dias, a partir da data da coleta da amostra de sangue, para a movimentação de equídeos dentro do estado.