Laboratório de Biodiversidade auxilia parceiros na recuperação ambiental
Agência UEL
O Laboratório de Biodiversidade e Recuperação de Ecossistemas (LABRE) nasceu do viveiro de mudas da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ao completar 20 anos este ano, o Labre é referência na recuperação de fundos de vales e outras ações em prol do meio ambiente. Também serve de campo de pesquisa para a iniciação científica, mestrado e doutorado, registrando mais de 50 estudantes em diferentes pesquisas que passaram pelo setor.
"A partir do viveiro de mudas, passamos a agregar pesquisas e a fomentar a formação de profissionais para atuar na restauração de ecossistemas degradados", afirma o professor José Marcelo Domingues Torezan, professor do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, do Centro de Ciências Biológicas (CCB),e coordenador do Labre. Ele lembra que o papel do laboratório é produzir conhecimento científico e auxiliar parceiros na recuperação ambiental. Confira o áudio:
Nos rankings de avaliação acadêmica, a universidade é avaliada, também, pela inserção social a partir de parcerias que firma com entidades e outros organizamos. Nesse quesito, o LABRE proporciona muitas parcerias com organizações não governamentais (ONGs), empresas públicas e privadas, além do Ministério Público (MP).
Torezan explica que o laboratório auxilia o MP na elaboração de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), aplicados a empresas que cometem infrações ambientais. O auxílio também prevê o acompanhamento da execução de ações previstas no TAC. "Atendemos muitas organizações, de forma pontual em projetos específicos". A cooperação permanente do LABRE, de acordo com o professor, é realizada com a ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE).
Coordenador do Labre, José Marcelo Domingues Torezan, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal
Ele destaca o projeto Caminho das Antas, focando na anta que tem um importante papel por ser um dispersor natural de sementes. A anta propaga plantas nativas a partir das fezes. "Ela é uma espécie bandeira, importante e sensível. Quando se foca em uma espécie dessas, todo o meio ambiente ganha". Bandeira é a expressão usada para se referir a espécies que se tornam símbolos e alertam para outros problemas ambientais, sejam de outras espécies animais ou ecossistema.
Nesse sentido, a ação no Caminho das Antas passa por recuperar diferentes áreas de matas atlânticas, além de planejar os espaços entre uma área e outra, criando os chamados corredores ecológicos. "A anta vai de uma mata a outra, buscando recursos. Assim, ela passa por plantações e propriedades rurais. O projeto de corredor ecológico é, no fundo, fazer a manutenção do meio ambiente", afirma Torezan.
O professor destaca a necessidade de se preservar o meio ambiente e que fazer isso não é um obstáculo para a produção agropecuária. Ele diz que é possível produzir com preservação ambiental, combinando os dois interesses. Confira o áudio.
Parceiro - Gustavo Góes, presidente da ONG MAE, destaca a parceria de longa data com o LABRE que contribui "com assessoria técnica e fornecimento de mudas para a restauração de ambientes degradados". Ele explica que a ONG oferece a empresas e, também, a pessoas físicas, a compensação de carbono, gás de efeito estufa. A compensação é realizada com o plantio e manutenção de mudas de espécies nativas.
"Já desenvolvemos junto de empresas e do LABRE a recuperação de área degradada dentro da Fazenda Escola da UEL, ligando a mata do horto ao Ribeirão Esperança. Foram mais de 20 mil mudas de árvores nativas que hoje formam um corredor ecológico, facilitando o fluxo da fauna e da flora", diz Gustavo Góes.