Ação movimentou o Calçadão de Londrina
Alunos e professores do curso de Economia, do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), promoveram o "EnTenda de Economia", nesta quarta-feira (14), no Calçadão do centro de Londrina. Em comemoração ao dia do Economista, 13 de agosto, a ação ocorreu em parceria com o Conselho Regional de Economia do Paraná (COREN-PR) e ofereceu orientações aos pedestres sobre saúde financeira, com distribuição de cartilha sobre economia domésticas e consumo consciente.
Segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em maio, 89,7% das famílias paranaenses estão endividadas. O número é superior à média nacional, de 61,5%. Mesmo assim, o professor Jaques Dias, do Departamento de Economia da UEL, coordenador do evento em Londrina, afirma que houve uma desaceleração no número de novos endividados. "As pessoas estão mais atentas. Com o alto desemprego, mesmo quem tem emprego conhece alguém endividado e acaba tomando como exemplo para não contrair dívidas", considera.
Laercio Rodrigues é conselheiro do Corecon e contou a história do evento. "Foi uma ideia do Conselho Regional, e professores e alunos do curso de Economia colocaram em prática. Em seguida outras cidades do estado também receberam o evento. Uma das cidades participantes colocou uma tenda em uma edição e desde então, a partir da associação, o nome passou a ser EnTenda de Economia", lembra.
Stephany Rodrigues está desempregada há duas semanas e acumula uma dívida de R$500,00 no cartão de crédito, por isso está com o bloqueio no Serviço de Proteção do Crédito (SPC). Ela conta que a dívida se estende há anos, mas ainda não teve oportunidade como quitar. "Eu trabalhava no comércio e o dinheiro que recebia era suficiente apenas para pagar as contas", diz. Uma das dúvidas de Stephany era com relação à extinção da dívida no SPC. O caso da jovem é semelhante com 40% dos brasileiros endividados, que acumulam dívidas de até R$500.
Já Ruth Gomes tem uma situação bem diferente da maioria da população. Mesmo com salário de R$1.500,00 que recebe como porteira e zeladora de um condomínio, consegue economizar até R$300 por mês e tem controle sobre as contas desde muito cedo. "Nunca me endividei, eu ganhava R$900 e fazia uns bicos, então aprendi a viver com isso. Hoje ganho mais, mas negociei o aluguel para pagar menos e gasto o mesmo que antes", afirma.
Ela procurou a equipe do EnTENDA de Economia porque não sabe como investir o dinheiro que economiza e planeja acumular mais recursos. "Agora tem o saque de R$500 do FGTS, em dezembro tem o décimo terceiro e em maio recebo o PIS. Quero fazer algo bom com esse dinheiro", declara.