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10/01/2019  

Projeto usa brinquedos para amenizar internação de crianças

Agência UEL

São atendidas crianças a partir dos dois anos

É fato que os brinquedos são parte do universo infantil. De olho nessa premissa, um grupo de professores e alunos, que atuam no Hospital Universitário (HU/UEL), desenvolve junto a crianças internadas no Pronto Socorro, Pediatria e UTI Pediátrica, o projeto de extensão "Brinquedos Terapêuticos", aplicado desde 2015. O objetivo é amenizar possíveis desconfortos, decorrentes de longos períodos de internação.

Para tanto, bonecas e carrinhos são protagonistas das intervenções, com vistas a preparar psicologicamente as crianças que vão passar por procedimentos invasivos ou cirurgias. A ideia também é minimizar angústias e medos, além de dores que são comuns durante o processo de hospitalização. São atendidas crianças a partir dos dois anos de idade.

Com jalecos personalizados e munidos de carinho e atenção, alunos dos cursos de Enfermagem, Psicologia e Medicina encenam os procedimentos usando os brinquedos - uma estratégia considerada lúdica, que só traz benefícios. "A brincadeira é para a criança, mas para nós é uma abordagem científica. Naquele momento, a boneca é usada para a criança se espelhar nela. Assim, ela expõe a dor, a preocupação ou angústia, o que ela estiver passando durante o processo de hospitalização", explica a coordenadora do projeto, professora Rosângela Pimenta, do Departamento de Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS). 

Para além do ato de brincar, segundo a professora, o brinquedo funciona como canal entre a criança e o aluno. São bonecas de plástico, carrinhos e ursinhos, recebidos por meio de doações, adquiridos pelo projeto, ou até mesmo da própria criança. Eles viram "brinquedos terapêuticos". "É um meio de comunicação, com o qual ela se comunica, mostrando quais as suas necessidades e anseios. A partir daí trabalhamos a individualidade de cada um". Vale ressaltar que a intervenção depende do interesse de cada criança.

Ainda conforme explica a coordenadora, durante a intervenção com o brinquedo, os alunos do projeto também orientam os "pequenos pacientes" sobre os procedimentos médicos. "Explicamos para a criança, por exemplo que a veia serve para receber a medicação. É um momento de orientação e de minimizar a angústia". Para tanto, os brinquedos são paramentados de acordo com o procedimento médico pelo qual a criança vai passar. "Se ela está com um cateter intravenoso, para receber a medicação, nós também caracterizamos a boneca".

A orientação também é dada para as crianças que irão passar por cirurgias. "Quando a criança vai fazer um procedimento, a gente prepara ela antes, para ficar orientada daquilo que vai acontecer, afastando as fantasias negativas da internação". Por outro lado, os pais ou acompanhantes também participam do momento da intervenção com o uso do "brinquedo terapêutico".

A aplicação do "brinquedo terapêutico" é feita diariamente, conforme a solicitação das unidades. Até o ano de 2018, mais de 300 crianças participaram do projeto. Além dos alunos de graduação, os brinquedos também são aplicados por alunos da Residência de Enfermagem. Os integrantes participam de reuniões acadêmicas e treinamentos constantes.

De acordo com a professora do CCS, a expectativa para este ano é ampliar as ações do projeto para outros setores do HU/UEL, que também recebem crianças, como o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) e o setor de Moléstias Infecciosas (MI).

Início - O projeto de extensão teve início a partir de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Enfermagem, produzido pela aluna Ester Leonardo da Rocha e orientado pela professora Rosângela Pimenta. "A aluna queria pesquisar sobre os brinquedos. Como eu já os utilizava para abordar as crianças, durante os plantões na pediatria, decidimos desenvolver o assunto", lembra a professora.

Na avaliação da professora Rosângela, o trabalho rendeu frutos, acumulando resultados positivos desde o começo das intervenções. "Havia muitos alunos que queriam trabalhar com crianças e como a pesquisa ficou muito interessante, decidimos montar um projeto a partir dele", disse.

Reconhecimento - Em três anos de existência, o projeto conquistou reconhecimento acadêmico em nível nacional. A professora cita que dois alunos tiveram monografias premiadas em concursos nacionais. Outro destaque, segundo ela, é que em 2017 a equipe do projeto realizou o "I Simpósio de Atenção Integral à Saúde da Criança e Adolescente", no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Durante o evento, a equipe foi convidada para levar as atividades para o Hospital do Câncer de Londrina e para uma instituição em Joinville (SC).

(Com informações da Assessoria de Imprensa HU/UEL. FOTO: Divulgação/Projeto).


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