O LAI - Programa de ensino, pesquisa e extensão - prepara para a prática docente nos anos iniciais
Cerca de 300 professores de escolas municipais de Londrina e região receberam formação continuada por meio da equipe do Laboratório dos Anos Iniciais (LAI), do Departamento de Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), no período de julho de 2017 a junho de 2018. Isso representa dez vezes mais pessoas atendidas em comparação ao período anterior, quando 30 professores de escolas municipais participaram da formação.
O aumento, segundo a coordenadora Andréia Maria Cavaminami Lugle, professora do Departamento de Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), ocorre porque também aumentou a participação dos alunos do curso de Pedagogia nas atividades do Laboratório, que atualmente conta com 28 estudantes colaboradores e três bolsistas do 1º, 3º e 4º ano do curso.
Criado em 2002, o LAI é um Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão. A professora Andréia afirma que no ensino, as participantes estudam, elaboram, planejam e aprendem fundamentação teórica. Segundo ela, na área de pesquisa, as integrantes desenvolvem habilidades acadêmicas e elaboram artigos.
Na área de extensão, as alunas atendem a comunidade externa, com a oferta de cursos, palestras, oficinas e debates para formação continuada dos professores que atuam nos anos iniciais (do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental) de escolas municipais, estaduais e particulares de Londrina e região. Para isso, são realizados três projetos de pesquisa, três de extensão e um de ensino e extensão.
A professora Beatriz Carmo Lima de Aguiar, do Departamento de Educação, participante do LAI, explica que para os alunos o espaço é destinado à formação e preparação para a docência dos anos iniciais. Ela observa que o LAI é chamado de Laboratório porque é local de pesquisa, ação, reflexão, em que os participantes podem treinar apresentação, gesticulação, entonação, entre outras ações. "Não é espaço com produtos químicos e que necessita de jaleco, mas em que há diversos experimentos e pesquisas em educação", acrescenta.
"Às vezes as próprias estudantes do projeto ministram a formação para os professores das escolas. Isso intensifica a relação entre a Universidade e a educação básica", diz a professora Beatriz. Para enriquecer as atividades em sala de aula e ir além do livro didático, as participantes pesquisaram e montaram os materiais. Elas também organizaram conteúdos em caixas temáticas, divididas em áreas como matemática, história, leitura, literatura, por exemplo. Entre elas estão inclusive uma caixa sobre o sistema solar e outra sobre o Calçadão Londrina.
As caixas são enviadas para as escolas, os professores utilizam com as crianças e depois mandam sugestões e ideias para aprimorar o conteúdo. Elas são feitas de material reciclado, para que sejam de fácil acesso e possam ser montadas na própria escola. Além disso, as alunas criaram jogos como o Lince, direcionada para as crianças com foco na identificação de palavras. O jogo foi testado pela equipe para verificar a possibilidade de dúvidas durante o aprendizado dos alunos das escolas.
Com os professores, a equipe do LAI promoveu oficinas pedagógicas. Todos os sábados, por exemplo, a professora Beatriz Carmo coordena as atividades com cerca de 60 professores dos anos iniciais, em parceria com a Prefeitura de Londrina e região. Eles recebem formação continuada em educação especial, matemática, geografia, linguagem, entre outros.
Participam de atividades no LAI os professores do Departamento de Educação, Andrea Haddad, Edneia Consolin Poli, Greice Ferreira da Silva, Magda Tuma, Marlizete Steinle, Nathalia Martins, Renata de Souza Almeida, Rovilson José da Silva, Rubia Renata das Neves Gonzaga e Sandra Regina Ferreira de Oliveira.
Aprendizado - "Aqui é o lugar em que a gente constrói saberes e fazeres da docência dos anos iniciais para além do que é discutido em sala de aula", completa a coordenadora Andréia Lugle. O que significa também que as atividades do LAI resultam em pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e diversas apresentações de artigos em eventos.
Somada à produção acadêmica, a coordenadora reforça ainda quatro habilidades desenvolvidas junto às alunas, como coletividade, autonomia, responsabilidade e comprometimento. "Habilidades essenciais para a prática da docência", aponta a coordenadora.
Para a estudante Julia Zamberlan Miato, bolsista PROEX, que está no programa faz três anos, o LAI possibilita a troca de experiência constante. "Aqui a gente não está dando aula só para os anos iniciais, a gente discute a docência no Ensino Superior e na Educação Infantil. É uma docência que levamos pra vida", relata. Ela avalia que a experiência no Laboratório também auxilia na elaboração de artigos e trabalhos acadêmicos.
Para Ynara Victoria Borges Santos, estudante do 1ºano e bolsista da Fundação Araucária, o LAI é uma oportunidade única. "Dentro da sala de aula a gente não consegue abranger todos os saberes. Aqui a gente coloca a teoria em prática. Têm outras reflexões, grupos de estudo e pesquisa que favorecem a formação e ajudam até entender outras matérias", afirma. Outra aluna do 1º ano, Marli Aparecida Gimenez, reforça a importância do projeto e conta que já escreveu sozinha um artigo. "Além de ser prazeroso é gratificante. O desenvolvimento é muito rápido. A gente vai cresce perceber", diz.